Primeiro Capítulo de “Vencer o Desamor” (12 de outubro de 2020)
“Hay que aprender a no depender de nadie. Ese es el
primer paso para vencer el desamor”
Como é bom
assistir a uma estreia de novela que EMPOLGA TANTO quanto a estreia de “Vencer o Desamor”. Depois do sucesso de
“Vencer o Medo”, que estreou mais
cedo naquele mesmo ano, as novelas produzidas por Rosy Ocampo viraram uma
franquia de sucesso. A ideia da franquia “Vencer”
é a de trazer quatro mulheres
protagonistas em histórias atuais que levantam discussões pertinentes a
respeito de problemas enfrentados cotidianamente por tantas mulheres. A novela
é intensa, cheia de personagens carismáticos e rica em diferentes histórias que
se entrelaçam conforme os caminhos de Bárbara, Ariadna, Dafne e Gemma se
encontram. Fazia muito tempo que eu não ficava tão feliz com um primeiro capítulo, e eu realmente amei do início
ao fim!
E mal podia
esperar por mais!
Vem sendo um
prazer assistir a “Vencer o Desamor”.
A introdução
do primeiro capítulo traz de volta a música-tema de “Vencer o Medo”, bem como Paulina Goto reprisando o seu papel como
Marcela Durán, o que conecta o universo das duas primeiras produções de “Vencer”, e pode até parecer um pouco brega, se você me perguntar – mas isso
não é uma crítica, porque eu fiquei perfeitamente emocionado em rever o cenário
e escutar novamente a música de “Vencer o
Medo”. Antes de passar a narração adiante para as protagonistas de “Vencer o Desamor”, Marcela Durán faz um
discurso que nos remete ao discurso final da outra novela, e ele é usado
enquanto vemos cenas das novas personagens, e começamos a ter uma ideia das
histórias que elas estão por contar… e é
uma introdução bastante boa!
A primeira
protagonista que conhecemos é Bárbara, interpretada por Daniela Romo, e é uma personagem
que me pega totalmente desprevenido, confesso. Como a mais velha das quatro
protagonistas, Bárbara tem discursos e atitudes extremamente problemáticas, que
reproduzem comportamentos preconceituosos e/ou machistas com os quais ela foi
criada… é interessante porque, sinceramente, não é fácil gostar de Bárbara no início – e não acho que ela foi escrita para
que realmente gostássemos dela já de
cara. Bárbara é imperfeita, tem muito a aprender e a desconstruir, e deve ser
um processo interessante de se acompanhar, até porque eu acho que ela vai,
antes, fazer um inferno na vida de Ariadna, Dafne e Gemma, as outras três
protagonistas de “Vencer o Desamor”.
Conhecemos
Bárbara através de todas as pessoas com quem ela tem algum problema… ela tem
uma meia-irmã de quem não gosta e com quem nunca fala, porque não a perdoa por
ser filha de uma traição do pai, como se ela tivesse culpa; ela detesta
Ariadna, uma das noras, porque ela nunca se casou com Eduardo, e acha que ela é
uma péssima mãe que não sabe educar o filho; e ela fica pressionando Olga,
outra nora, por netos, o que é bem desconfortável, porque ela acha que Olga e
Álvaro não serão uma “família de verdade” enquanto eles não tiverem filhos… o
casamento de Olga e Álvaro, no entanto, parece fadado ao fracasso e é notável
desde o primeiro capítulo. Bárbara só vai apresentar diferentes facetas mais adiante no primeiro capítulo.
A segunda
protagonista é Ariadna, interpretada por Claudia Álvarez, e ela tem a história
mais interessante do primeiro capítulo de “Vencer
o Desamor”. Ariadna tem que lidar com um marido nada parceiro, com a sogra
que constantemente fala mal da criação que ela dá ao filho, e com o filho, que
eventualmente descobriremos que tem autismo… é possível perceber os sinais de
que Tadeo vive com autismo através de várias cenas, e me causa uma angústia
tremenda que, incapaz de perceber qualquer coisa, Bárbara o chame de malcriado
e de mimado, dizendo a Ariadna que ele é dessa maneira porque ela é péssima
como mãe e “não tem pulso firme”. Como eu
disse, é bem difícil conseguir gostar de Bárbara nesse começo de novela… e
vamos ver como/se isso se transforma.
Ariadna é
uma protagonista excelente, e o capítulo se sai muito bem em nos colocar ao seu lado. Por isso,
sentimos cada comentário de Bárbara como se fosse dirigido a nós: quando ela
pergunta por que a Ariadna trouxe o Tadeo vestido de “explorador”, se não é uma
festa infantil; ou quando comenta, em um tom sarcástico e maldoso, que “a
maternidade não é para todos mesmo”; e quando ela diz a Ariadna que ela “não é
mulher para o seu filho” e a acusa de “educar mal ao seu neto”. Seria menos ruim se Eduardo ao menos fosse uma
boa pessoa, mas ele não é, o que quer dizer que Ariadna está sozinha, tentando
ser uma boa mãe (e ela é!), sem qualquer apoio, porque Eduardo chega a dizer
que “educar é coisa da mãe, porque ele vive trabalhando”. Sério.
Quem vive
com autismo ou tem alguém próximo com autismo, entende perfeitamente todos os
sinais que são colocados nas cenas de Tadeo desde o início: o fato de ele não
gostar de toque; de ele não querer comer determinada comida, só por causa da
cor dela; de ele não ter filtros no que diz; de ele ficar incomodado com o
barulho do aquário na sala de aula… acompanhar Tadeo na sala de aula é traumatizante, porque os colegas tornam
a vida dele um inferno, fazendo bullying
constantemente e sendo puramente maldosos, como quando o chamam de burro e
destroem a maquete dele… é claro que aquilo gera uma briga, mas no fim o Tadeo
é quem sai como o errado da história e ele é “convidado a procurar outra escola
para estudar no ano seguinte”.
O que é um absurdo.
Depois da
reação de Tadeo, no entanto, a escola o direciona a um psicólogo – e enquanto
Ariadna quer levar o filho para descobrirem o que ele tem, Eduardo é um grande
filho da p*ta que não ajuda em nada, e que diz que o filho “tem uma mente sã” e
que “eles já sabem o que ele tem”, porque ele tem o diagnóstico de TDAH.
Felizmente, mesmo sem qualquer apoio externo, Ariadna é a melhor mãe que ela
pode ser… então, ela leva Tadeo para fazer novos estudos sozinha, e é aí que
vem o diagnóstico de autismo, e agora eu fico curioso para saber como “Vencer o Desamor” vai trabalhar essa
história, mas já percebemos que a responsabilidade e o cuidado fica todo para a
mãe, porque Eduardo chega a ficar bravo com ela (?), dizendo que não devia
tê-lo levado ao médico.
Outra
protagonista da novela é Dafne, interpretada por Julia Urbini, e, por ora, ela
tem uma história à parte – embora compartilhe com Don Joaquin o seu sobrenome.
Grávida e sem dinheiro nem para comprar as fraldas, Dafne fica contente quando
Nestor, o marido, consegue uma oportunidade de emprego em outra cidade, porque
o que importa é que os quatro estejam
juntos… a apresentação da história de Dafne é profundamente triste, porque
ela tem um casamento feliz, um relacionamento saudável e bonito, cheio de amor,
um marido parceiro, mas quando a bolsa estoura e o bebê nasce, Nestor está na
outra cidade por causa dos trâmites do novo emprego, e na tentativa de chegar
para estar com Dafne, ele acaba sofrendo
um acidente e morrendo.
É muito,
muito triste.
Por fim,
conhecemos Gemma, interpretada por Valentina Buzzurro. Gemma é uma garota
pobre, de 15 anos, que sonha em estudar, fazer faculdade e chega a falar de ir
para a capital e ficar na casa da tia Bárbara (!), mas a mãe diz que ela e a
meia-irmã se viram três vezes na vida, se muito… então essa não parece uma
possibilidade tão grande assim. Gemma chama a atenção de um homem rico que
acabou de se mudar para o bairro, Cuauhtémoc, e que aparece na sua casa para
perguntar aos pais se “pode sair com ela”, e já começamos a ficar desesperados com os rumos que a história
de Gemma está tomando… afinal de contas, embora ela esteja disposta a seguir
estudando e não quer “sair com um senhor”, Cuauhtémoc acredita que pode
“comprá-la”. O pior é que talvez os pais
queiram vendê-la.
Ansioso para
ver Gemma fugir para a capital!
A história
de “Vencer o Desamor” também perpassa
uma rivalidade de irmãos entre os filhos de Bárbara e Don Joaquin. Na verdade,
Gael e Álvaro são boas pessoas e têm uma relação boa entre si… o problema é o
Eduardo – e geralmente tem mesmo uma maçã podre na família, né? A “rivalidade”
é unilateral e parte da inveja imensa que Eduardo sente de Álvaro, e agora ele
tenta convencer o pai a hipotecar a casa para emprestar dinheiro para ele dar
entrada em um apartamento para ele e Ariadna, e quando o pai não quer fazer
isso, ele joga que o pai hipotecou a casa para Álvaro estudar fora, quando
podia ter estudado ali… é uma chantagem emocional barata na qual a Bárbara cai,
chamando Eduardo de “pobrezinho”, e ela se compromete em convencer o marido…
O que
certamente será um problema, porque a recusa de Don Joaquin em hipotecar a casa
por Eduardo não tem nada a ver com “filho favorito”, como ele acredita, mas com
confiabilidade. Eles sempre puderam confiar
em Álvaro, e deu tudo certo de fato, mas Eduardo nunca para em um emprego, e a
casa é a única coisa que eles têm… Bárbara quer mesmo arriscar perder até isso?
Gael, interpretado por Emmanuel Palomares (que interpretou Rommel em “Vencer o Medo” e retorna como o irmão
gêmeo vendido sobre o qual ouvimos
falar no último capítulo da outra novela; e devo dizer que o Emmanuel Palomares
está UMA DELÍCIA na caracterização de Gael… que homem!), é o irmão mais novo e
um garoto bom, em quem o pai também confia… inclusive,
ele lhe confia um segredo.
Que será um
grande problema logo logo!
Uma outra
faceta de Bárbara é eventualmente apresentada quando percebemos o quanto ela não está feliz no seu casamento de
tantos anos, porque tudo o que ela quer e sempre quis é fazer uma viagem e
conhecer Paris, mas Don Joaquin não quer
sair de casa. Quando Bárbara se olha no espelho e começa a se perguntar o
que fez e o que vai fazer da sua vida, já que tem mais de 60 anos, nunca
trabalhou e não tem nada que seja realmente seu, ela apresenta uma
vulnerabilidade que, pela primeira vez no capítulo, a torna humana e gera
empatia. Sim, ela tem muitos defeitos, ela nos faz passar raiva (e ainda vai
nos fazer passar muita raiva), mas talvez aquela cena esteja ali para mostrar
que ela não é “um caso perdido” ou algo assim. Podemos torcer por ela também.
Destaque
para a cena em que ela está fora de casa e Joaquin vai atrás dela, extremamente
grosseiro, para levá-la de volta e para reclamar que “não pode ficar correndo
pela cidade atrás dela para que ela o sirva de comer”, porque aquele é o
momento em que ela foi luz. Certeira,
Bárbara manda ele servir a si mesmo, “por isso Deus lhe deu duas mãos”, e manda
não contar com ela! É a gota d’água para que ela tome uma decisão: ou ela
aguenta o que a torna infeliz, ou ela faz algo para mudar isso, e ela decide pedir o divórcio e viver a sua própria vida.
Bárbara faz todo um discurso pedindo o divórcio, enquanto Joaquin “não diz
nada”, e então ela percebe o porquê: ele
está morto. É uma sequência dramática, e uma excelente maneira de terminar
esse primeiro capítulo perfeito.
“Vencer o Desamor” parece ser uma novela
e tanto! Estou empolgadíssimo!
QUE
CAPÍTULO! QUE CAPÍTULO!
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