Chespirito: Sem Querer Querendo 1x02 – Há males que vêm para o bem
“Não estou disposto a passar por cima de mim mesmo”
Exibido em 12
de junho de 2025, “Há males que vêm para
o bem” é o segundo episódio de “Chespirito:
Sem Querer Querendo”, e segue nos apresentando à vida de Roberto Bolaños de
maneira não-linear, passeando de 1968, época em que ele estava começando a
escrever o que ele de fato queria escrever, a 1978, quando as gravações em
Acapulco começavam a evidenciar problemas entre a equipe do seriado do “Chaves”. O episódio começa, no entanto,
ainda em 1959, no momento em que os escritos de Bolãnos começavam a ganhar
destaque e a chamar atenção, garantindo a ele uma comparação com Shakespeare… e
é a partir do momento em que ele começa a ser chamado de “Pequeno Shakespeare”
e “Shakespearito” que o seu apelido surge, o nome pelo qual ele ficaria
conhecido…
Chespirito.
Não sei
exatamente qual vai ser a abordagem da série de todos os conflitos que marcaram
os bastidores do famoso “El Chavo del 8”,
que no Brasil ficou conhecido como “Chaves”,
mas eles estão ali, dando as caras nas poucas cenas que acompanhamos em
Acapulco… aqui, vemos o intérprete do Quico planejando deixar o programa para
trás, sabendo que ele é adorado pelo público e que “quem sairá perdendo é o
Roberto”, porque ele quer estrelar o seu próprio programa – ele está cansado de
tudo ser sobre o Roberto. E ele não quer partir sozinho: ele quer levar consigo
Ramón, o intérprete do Seu Madruga, porque ele sabe que eles são nomes importantes
do “Chaves” que ele espera que o
público abrace em uma produção independente da original.
Tramas que
estão ali, por ora, como “prévias”.
São
provocações do que ainda exploraremos mais tarde.
Na linha do
tempo principal do episódio, acompanhamos o Chespirito a partir de 1968, quando
ele percebeu que não estava mais satisfeito com o que estava escrevendo para o
canal de televisão para o qual fora contratado, e ele planeja começar a
escrever o que ele realmente gosta – talvez uma produção na qual ele mesmo
possa estrelar, porque ele adora fazer comédia. Quando um novo canal é
anunciado, ele sabe exatamente o que ele quer fazer: ele quer vender suas ideias. O que Chespirito mais tem, como a
comparação que originou seu nome sugere, é ideias, e ele só precisa de uma
oportunidade para mostrar aos responsáveis pelo novo Canal 8 que ele pode fazer
algo que as pessoas queiram assistir… especialmente agora, em momentos difíceis
de ditadura.
Assim, tendo
que entrar escondido em um set de gravação para conseguir falar com Sérgio
Peña, Roberto Bolaños consegue finalmente vender a sua ideia para “El Ciudadano
Gomez”, e ele não pode estar mais feliz pela perspectiva de dar vida ao seu
próprio personagem em um programa piloto que será gravado pelo canal… mas, em algum
momento, tudo dá errado. A mãe, em seu leito de morte, lhe pede que ele não
cometa os mesmos erros do pai e não se afaste de pessoas que ele ama para
perseguir fantasmas de sua imaginação, mas esse é um conselho mais para o
Bolaños do futuro do que para aquele ainda jovem sonhador que está prestes a
ter o seu primeiro programa na televisão – até que não está mais. O programa é
cancelado antes mesmo de começar.
Então,
sempre insistente e cheio de ideias, Chespirito segue adiante e cria um novo
personagem: o Doutor Chapatín. Ele é convincente e ganha um voto de confiança
que coloca o programa em produção, e é assim que nasce “LOS SUPERGENIOS DE LA
MESA CUADRADA”, a primeira aparição na TV do Doutor Chapatín, que eventualmente
reencontraremos em “Chapolin”. Ali, o
elenco que conhecemos começa a se juntar, mas o tipo de humor sendo feito ainda
não é o que Chespirito quer fazer… ele não quer fazer um humor que deboche das
pessoas, e não quer fazer um programa cuja graça sua família não entenda. Em
1969, ele decide pedir demissão, mesmo sem ter nenhuma garantia de nada no
lugar, mas eu gosto da sua sinceridade consigo mesmo: ele não vai fazer algo que não lhe agrade.
Em algum momento, ele deve se encontrar. Em
algum momento, deve se sentir realizado.
Pelo menos por algum tempo.
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