Guillermo del Toro’s Cabinet of Curiosities – Graveyard Rats

Saqueadores de túmulos.

Baseado em um conto de Henry Kuttner, publicado pela primeira vez em 1936, “Graveyard Rats”, dirigido por Vincenzo Natali, é o segundo episódio de “Guillermo del Toro’s Cabinet of Curiosities”, e é apavorante e medonho… se o primeiro episódio conseguiu trabalhar muito bem com a construção do suspense até uma conclusão sobrenatural, esse segundo episódio repleto de tensão brincou o tempo todo com a ideia de “medo”, e entregou uma história assustadora e claustrofóbica na qual um homem saqueia cemitérios em busca de dentes de ouro e outros pertences valiosos que tenham sido enterrados com as pessoas, e descobre que seus maiores inimigos são ratos cada vez mais habilidosos que estão saqueando os caixões antes que ele possa chegar até eles – se ele quiser pagar suas dívidas, no entanto, ele vai ter que enfrentar esses ratos.

Masson descobre que a sua “grande chance” pode estar na morte de um homem cujo corpo ele vê ainda no necrotério: cheio de dentes de ouro na boca, e a família pretende enterrá-lo com uma espada valiosíssima que é tudo de que Masson precisa para pagar suas dívidas… e certamente os ratos não vão chegar até esse túmulo antes dele, certo? Afinal de contas, são apenas algumas horas que o corpo passará enterrado até que Masson o desenterre… naquela noite, antes de sair para o cemitério, Masson tem um pesadelo com uma chuva de ratos que fazem cair o teto do seu quarto e o engolem, e é aí que começa o horror do episódio: toda a temática de ratos me parece apavorante, bem como o visual dos ratos e o grande detalhe que me deixa ainda mais apreensivo… o som que eles fazem. E aquilo vai nos acompanhar durante todo o episódio.

Quando Masson abre o túmulo naquela noite, ele descobre o caixão vazio e consegue ver enquanto o corpo é arrastado por um buraco pelos ratos nos quais ninguém quer acreditar… e disposto a não deixar que eles levem sua “mina de ouro”, Masson se aventura pelos claustrofóbicos túneis subterrâneos cavados pelos ratos sob o cemitério, e tudo dali em diante é uma sequência angustiante de escuridão, grito, sangue e dor, e “Graveyard Rats” vai se intensificando a cada minuto enquanto Masson alterna entre a ambição desenfreada, a loucura nervosa e o desespero mais genuíno… é quase selvagem o estado a que Masson chega conforme o confronto com aquelas criaturas das trevas vai tomando conta de si e levando todo e qualquer juízo – parte dele quer ainda conseguir alguma coisa; outra parte só quer conseguir sair dali com vida.

O episódio é extremamente bem-sucedido ao fazer um terror gráfico apavorante, repleto de efeitos práticos que causam aflição, como é o caso do rato gigante que Masson tem que enfrentar eventualmente, ou aquela criatura das profundezas de quem ele rouba um colar e desperta algo desconhecido que quer que ele o devolva – ali, seu destino estava selado. Novamente, esse episódio de “Guillermo del Toro’s Cabinet of Curiosities” se encerra de uma maneira perturbadoramente irônica, quando Masson acredita ter encontrado uma saída ao ver uma luz, mas acaba preso dentro de um caixão cuja placa está refletindo a luz de sua lanterna, e então ele é finalmente atacado pelos ratos… quando saqueadores de túmulos abrem o caixão e o encontram ali, ele está em posse das joias valiosas que tanto queria – mas, a essa altura, não importa mais.

 

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