BIA – Victor descobre que “Helena” é Ana

“¿Cómo que Ana?”

Não dá para ATURAR assistir ao Victor, simplesmente não dá. Ele é irritante em muitos sentidos, e adora fazer o papel de vítima e se isentar de culpas que ele tem e que ele intensificou ao longo de 10 anos. É muito fácil, muito conveniente jogar tudo para os ombros do pai (que naturalmente TAMBÉM tem culpa nisso tudo, e muita!), sem assumir que ele fez tantas pessoas sofrerem quanto o pai – foi Victor quem foi o agente do sofrimento dos Urquiza durante tanto tempo, foi o Victor quem permitiu que a mídia espalhasse a mentira de que Helena Urquiza era quem estava dirigindo quando o acidente supostamente matou a ela e ao Lucas, e foi o Victor quem assistiu sem fazer absolutamente nada toda vez que os Urquiza eram injustiçados e/ou humilhados pelos Gutiérrez. E dizer que “o seu pai o ameaçou” não vai diminuir tudo o que ele fez.

Depois de uma primeira conversa de Victor e Ana, ela foi embora sem saber se podia um dia perdoá-lo, enquanto ele fazia cobranças descabidas a acusando de ter mentido, sem se dar conta de que um dos principais motivos de ela ter demorado tanto para aparecer para ele ou para a sua família foi a culpa que sentia, julgando-se responsável pelo acidente, por causa de uma mentira que ele contou e sustentou por 10 anos. Agora, a situação está prestes a ficar ainda pior quando Victor aparece na Residência Kunst para falar com Ana (impondo sua presença e não respeitando o espaço dela), e ele encontra Ana abraçada e apaixonada por Thiago enquanto Daisy comenta o amor tão evidente dos dois e a chama de “Ana”. Victor, então, acha que tem o direito de ficar bravo com essa situação e, sinceramente: O VICTOR É UM PERSONAGEM MUITO CANSATIVO.

Como é difícil suportar alguns minutos o assistindo.

Victor se acha um máximo, acha que pode cobrar a Ana (!), perguntando o que ela está fazendo ali, e acha que pode cobrar o Thiago, dizendo que ele mentiu (como se ele não tivesse mentido por 10 anos em algo muito mais grave que fez uma família inteira sofrer injustamente, mas isso não vem ao caso), e Victor ainda tem a cara-de-pau de perguntar a Thiago “como ele foi capaz de fazer isso com ele e sair com Helena”. Eu ri, mas foi de puro asco e nervoso. A cobrança de Victor é exagerada, egoísta e não faz sentido, porque ele realmente não se enxerga. Ele mentiu e fez de tudo, mas não quer que o Manuel fique bravo com ele, por exemplo, porque acha que “não teve escolha” e também acha que “ter querido contar a verdade” é o suficiente, mas agora quando outras pessoas mentiram para ele, ele acha o cúmulo do absurdo, da traição… é patético.

Enlouquecido, Victor grita com Ana e com Thiago, mas principalmente com Thiago, dizendo que ele não era seu amigo coisa nenhuma (até aí tudo bem, talvez), mas veja só: ele acusa Thiago de “ter seduzido ‘Helena’ enquanto sabia que ele sofria por ela”. Eu achei isso o cúmulo da vergonha alheia e do absurdo, não é possível que quem escreveu esse roteiro tenha pensado que alguém na posição do Victor teria o direito de dizer isso. Dez anos mentindo, dez anos acusando Helena de ser assassina, mas agora ele parece pensar que ela era sua “propriedade” e que Thiago não tinha o direito de “seduzi-la”, quando na verdade nem foi assim que aconteceu. Victor estava nojento e acena é revoltante. Enquanto eu assistia, eu fiquei pensando que a única pessoa que tinha o direito de ficar brava com Ana seria a Bia… mas talvez nem mesmo Bia ficasse, porque a alegria seria maior.

Mas só ela. Victor não tem o MENOR direito de ficar bravo e de fazer cobranças.

Infelizmente, o roteiro é tão forçado quanto o Victor, e Ana começa a “se sentir culpada” por ter mentido e decide procurar por ele e conversar – e eu já comecei a ficar inquieto, porque se for para Victor e Ana terminarem juntos, isso aqui vai ser muito pior do que eu podia imaginar. Ana encontra Victor no parque para conversar, e quando Victor começa a parecer uma pessoa decente, se dispondo a escutar o que Ana tem a dizer, ele estraga tudo um segundo depois quando Ana cita Thiago e ele solta que “não quer falar sobre o Thiago depois do que ele fez”, da maneira mais infantil e egoísta possível. É vergonhosamente patético. E Victor não cansa de atacar o Thiago, dizendo que “enquanto ele o contava sobre Helena e sobre o quanto sofria, Thiago a estava conquistando” (não bastasse ser absurdo em mil sentidos, o discurso ainda é machista e assustador).

Felizmente, Ana responde bem quando Victor diz que “Thiago mentiu para ele desde o primeiro dia em que o conheceu”, e ela responde: “E me salvou desde o primeiro dia em que você mentiu para todo mundo”.

ERA MAIS DISSO QUE EU QUERIA!

Victor quer resgatar uma narrativa de “romance” (absurda, vencida), dizendo que contava para o Thiago sobre o quanto a amava, sobre o quanto sentia sua falta, como “ela era o amor da sua vida”, e percebemos como Victor acha que, 10 anos depois, as coisas não mudaram. Para ele, eles podem simplesmente fingir que não aconteceu, que ele não passou 10 anos a acusando de ser assassina, e que, embora ele tenha ficado preso ao passado durante todo esse tempo, Ana viveu, evoluiu, se tornou outra pessoa… uma maneira de perceber isso é a forma como Victor insiste em chamar Ana de “Helena” e, querendo ou não, esse não é mais o nome dela nesse momento, e ele precisava respeitar isso. Mas não há uma única coisa que ele respeite, e eu achei o cúmulo o Victor a perguntando o que acontece entre ela e Thiago, e se ela está apaixonada por ele.

Infelizmente, Ana não responde como gostaríamos que ela respondesse. Queríamos que, com firmeza, Ana dissesse que sim, que está apaixonada por Thiago, mas ela acaba engasgando e desconversa dizendo que “isso não importa”, e a conversa segue adiante com (atenção!) o Victor dando lição de moral para a Ana e dizendo que ela tem que dizer a verdade e que não pode continuar mentindo para Bia e Manuel. O VICTOR! Eu ri, mas nesse momento “Bia” já não estava me proporcionando o entretenimento que eu estava buscando, apenas raiva e muita raiva… é muita hipocrisia o Victor dizer que “nunca haverá um momento perfeito” e que “ela sempre vai achar desculpas para não dizer a verdade”, como se ele tivesse alguma moral para dizer isso. Até porque, se a Bia não tivesse descoberto tudo sozinha, ele continuaria mentindo para sempre.

Victor é o retrato total da hipocrisia. E é assustador.

 

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