Star Trek: Strange New Worlds 1x08 – The Elysian Kingdom

Once upon a time…

“Star Trek: Strange New Worlds” é mesmo uma série FORMIDÁVEL, e a cada semana temos mais certeza disso… é incrível como amamos todos os personagens, e como a série capta a essência de “Star Trek” e conseguiu apresentar, até agora, oito episódios excelentes, sem que eles fossem “parecidos” – sem seguir uma fórmula, “Strange New Worlds” brinca com diferentes possibilidades narrativas, dando o protagonismo a diferentes personagens a cada episódio, e andando por gêneros de maneira brilhante… “The Elysian Kingdom” traz algo fantasioso, poético e emocionante, contando uma história que mescla aventura e drama, e que é perfeitamente deliciosa de se acompanhar! Adorei ver as “novas versões” dos personagens, a mudança nos cenários, e me surpreendi com a beleza da reta final do episódio, que conclui a história de Rukiya.

Há algum tempo, descobrimos que M’Benga estava mantendo Rukiya, sua filha, em suspensão, sem que o restante da nave soubesse disso… como a filha estava muito doente e morreria em breve sem estar “congelada”, ele a mantém lá até descobrir uma solução/cura, e a visita regularmente, para ler uma história. Quando a USS Enterprise fica estranhamente presa em uma nebulosa e não consegue escapar, algo bastante estranho acontece: M’Benga se torna o Rei Ridley, o protagonista do livro que ele costumava ler para Rukiya, e todos ao seu redor também se tornam versões dos personagens do livro, o que entrega algo inovador, divertido e encantador em “Strange New Worlds”. A Enterprise é transformada em um mundo mágico e medieval, enquanto nossos queridos personagens assumem papeis de “O Reino Elísio”, o livro favorito de Rukiya.

Naturalmente, isso rende momentos SENSACIONAIS. Só a “adaptação” dos cenários e os novos figurinos dos personagens são um espetáculo à parte, mas “The Elysian Kingdom” se diverte ao colocar os personagens que conhecemos para serem personagens que não necessariamente condizem com sua personalidade dentro da obra fictícia… o célebre e corajoso Capitão Pike, por exemplo, se torna o Sir Amand Rauth, um medroso divertido que entrega alguns dos momentos mais divertidos do episódio, mesmo com coisas simples, como aquele “Hold the jester!” no início da “fantasia”, e as expressões contínuas dele e o drama, quando estão presos, por exemplo… nenhum momento, no entanto, me fez rir tanto quanto a La’an, agora transformada em “Princesa Thalia”, andando por aí com um cachorrinho nos braços e cantando do nada – que cena espetacular!

O visual de “The Elysian Kingdom” é lindíssimo, as situações são divertidas e inusitadas, a interação dos personagens é fresca e apaixonante… a ciência é “transformada” em mágica, o que torna o Computador o “Oráculo”, e transforma dois grandes cientistas da USS Enterprise em poderosos feiticeiros que são irmãos: Hemmer vira Caster, enquanto Spock vira Pollux… inclusive, temos a oportunidade de ver “Spock” como um dos vilões do episódio! E, conforme o episódio avança, vamos pensando em todos que ainda não apareceram, ansiosos para ver os papeis que eles vão assumir… Sir Adya (Ortegas) é uma das protagonistas ao lado de M’Benga/Rei Ridley, mas destaco, também, a Una se tornando uma caçadora chamada Z’ymira, aparecendo em um momento propício, e a grande “vilã” da história, a Rainha Neve, sendo a Uhura.

UHURA ESTAVA PERFEITA COMO RAINHA NEVE!

M’Benga e Hemmer são os únicos que não são afetados pelo que quer que esteja acontecendo com a USS Enterprise e, por isso, eles precisam descobrir o que é e uma maneira de se livrar disso e voltar as coisas para como elas sempre foram… mas, para isso, eles precisam “desempenhar seus papeis”, e eu me diverti com o Hemmer usando ciência e chamando de magia, dizendo “Abracadabra” e fazendo uma sequência exagerada de gestos com a mão quando confronta Pollux/Spock e a Rainha Neve/Uhura, por exemplo. Lembrando-se do livro, M’Benga percebe que eles precisam encontrar a Pedra Mercúrio antes que a Rainha Neve o faça, e as coisas começam lentamente a se encaixar quando descobrimos que a preciosa Pedra Mercúrio é, nessa “versão” da história, nesse “mundo imaginado”, Rukiya… a filha de M’Benga, que desapareceu.

Rukiya é a grande chave para desvendarmos todo o mistério de “The Elysian Kingdom”, e o próprio M’Benga finalmente se dá conta disso graças à maneira como as pessoas ao seu redor estão agindo… ele e Hemmer concluem que foram “capturados” por uma espécie de consciência gerada espontaneamente, e sem corpo, que devia estar na Nebulosa Jonisian ou, quem sabe, ser a própria nebulosa… a história na qual a USS Enterprise se transformou, então, está supostamente sendo “lida” da mente de M’Benga para gerar essa fantasia, mas M’Benga percebe que ele não é o “autor” dessa história, por fim, porque Sir Adya (Ortegas) e Z’ymira (Una) não se conhecem no livro, mas Rukiya queria “mudar o final da história” e queria que elas se conhecessem e se unissem… e Ortegas e Una estão agindo como se elas tivessem história juntas.

Então, a história está sendo lida da mente de Rukiya.

A conclusão da história é, portanto, surpreendentemente emocionante. O encontro de M’Benga e Rukiya é lindíssimo, e a própria conversa de M’Benga com a consciência, através de Hemmer, é impactante, porque a consciência fala sobre como, ao escanear a nave, encontrou Rukiya e se identificou com a sua solidão – por isso, criou um mundo no qual ela pudesse se divertir, no qual ela pudesse viver a infância que lhe está sendo negada… e, então, a consciência fala sobre como pode salvar Rukiya a levando consigo, tendo em vista que apenas o seu corpo está doente, mas não a sua mente. Assim como, no livro, o Rei Ridley descobre que a Pedra Mercúrio tem alma e vai morrer se continuar ao seu lado e, por isso, precisa abrir mão dela, M’Benga também tem a chance de deixar que Rukiya vá embora para que possa viver, mas ele deixa que a filha faça a escolha…

E ela escolhe partir.

É um momento doloroso e, ao mesmo tempo, belo – “Strange New Worlds” conta com um tom poético lindo em cenas como essa, e é um grande alívio e reconforto ver Rukiya aparecendo adulta, momentos depois (para ele, anos e anos e anos para ela, aparentemente), para visitar o pai, para agradecê-lo e para dizer que ele fez a coisa certa. Então, quando Rukiya parte com a sua nova amiga para viver aventuras infinitas pelo espaço, toda a USS Enterprise volta ao normal, mas ninguém, a não ser o próprio M’Benga, se lembra do que aconteceu nas últimas cinco horas… “The Elysian Kingdom” é, certamente, um dos meus episódios favoritos de “Star Trek: Strange New Worlds” até o momento, e fico ansioso para saber que histórias os dois últimos episódios da temporada ainda vão nos contar… certamente, algo incrível! Estou muito feliz porque a segunda temporada da série já está confirmada.

“Strange New Worlds” merece viver por muito tempo ainda!

 

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