Crazy Ex-Girlfriend 1x01 – Josh Just Happens to Live Here!

West Covina!

Retornei para “Crazy Ex-Girlfriend”, uma série que eu comecei na época de sua exibição e que eu nunca terminei… e que agora sinto que preciso começar do início. Eu sou apaixonado por musicais e, consequentemente, por séries musicais. “Glee” foi, talvez, o meu primeiro amor no gênero, e uma série importantíssima na minha vida, e foi seguida de perto por “Smash”, da qual sinto falta até hoje e acho que merecia uma terceira temporada; também amo “Rise”, que tem uma temporada só e é incrível, trazendo uma montagem de “Spring Awakening”, que eu adoro, e recentemente, a divertida “Schmigadoon!”. Cada uma com as suas características, todas fazendo com que eu me apaixone por elas. Criada por Rachel Bloom e Aline Brosh McKenna, “Crazy Ex-Girlfriend” é uma série de comédia musical, com referências muito bacanas para construir seus números.

A ideia de “Crazy Ex-Girlfriend” é bizarra – quiçá assustadora. Se tirássemos a comédia e as músicas, teríamos uma série de terror/policial, porque Rebecca Bunch pode ser assustadora. Mas a ideia é justamente apelar para o non-sense, entregando algo divertido e com momentos musicais hilários e em tons de paródia… todas as canções da série são originais e, por isso, se encaixam perfeitamente à trama, e são sempre em tom satírico, o que eu acho sensacional. “The Sexy Getting Ready Song”, do primeiro episódio, é uma das coisas mais bizarras e hilárias que a série entregou, e é assim que ela vai nos conquistando… a série é marcada por números musicais grandiosos que por ora evocam um estilo teatral que nos remete à Broadway, mas também estilos country ou pop, por exemplo, e é interessante como cada personagem pode ter seu estilo de música.

Rebecca Bunch é uma mulher obcecada por ex-namorado da época da escola: um garoto que ela conheceu aos 16 anos e com quem namorou durante dois meses em um acampamento de verão, e que ela nunca mais viu, porque eles eram muito diferentes um do outro e cada um seguiu seu caminho… é preocupante que, 10 anos depois, ela ainda esteja obcecada por ele? Demais! Mas é isso que dá o pontapé inicial de “Crazy Ex-Girlfriend”. Rebecca acabou de ganhar o convite para se tornar sócia de uma empresa, a oportunidade de uma vida (!), mas ela está sendo “atormentada” por comerciais de manteiga que lhe pergunta insistentemente “quando foi a última vez que ela se sentiu genuinamente feliz” e, de maneira trágica, isso foi há 10 anos, no acampamento de verão com o Josh… desde então, talvez ela não tenha feito nada que lhe fizesse bem.

Por isso, quando ela pede um sinal a Deus e ao universo, ela acaba encontrando, ali em Nova York, Josh Chan – O SEU EX-NAMORADO DE 10 ANOS ATRÁS. E, bem… ele está mesmo muito bonito, dá para entender por que ela ficaria maravilhada ao reencontrá-lo. Então, Rebecca muda sua vida drasticamente para segui-lo até West Covina, quando descobre que ele está morando em Nova York há alguns meses, mas que está voltando para casa… a sequência de “West Covina” é a mais teatral desse primeiro episódio, e eu adoro, porque dá uma sensação de Broadway ou adaptações dos palcos que chegaram ao cinema nas décadas de 1950 e 1960. Quando a música começa a acelerar, por exemplo, senti muito uma energia “(Not) Getting Married Today”, de “Company”. É um primeiro número musical grandioso, que o Piloto de uma série musical precisa ter!

West Covina e a nova vida de Rebecca Bunch nos apresenta alguns personagens que serão importantes para a história da série, e destaco dois: Paula e Greg. Paula é a sua futura melhor amiga, uma mulher com quem ela vai trabalhar de agora em diante, e que está se perguntando por que ela se mudou de Nova York para West Covina para trabalhar em uma empresa como aquela, com o currículo que ela tem… quer dizer, uma dúvida genuína. Paula é exagerada, e é isso o que a torna perfeitamente divertida – ela sempre foi uma das minhas personagens favoritas em “Crazy Ex-Girlfriend”, e esse primeiro episódio já nos mostra o porquê: ela é determinada, um tanto “maluca” como a Rebecca, e elas combinam muito, porque são ambas obcecadas e stalkers. Sinceramente, difícil saber do que essas duas são capazes estando juntas, hein?

Greg, por sua vez, é exatamente o tipo de personagem por quem eu me apaixono. Rebecca conhece Greg quando vai até um bar em busca de Josh Chan, mas não o encontra, e eles têm um primeiro diálogo “estranho”. Rebecca não presta atenção nenhuma nele de verdade, e Greg percebe isso, mas parece se encantar de qualquer maneira, o que, a meu ver, é de partir o coração, porque ele é o tipo de personagem que eu não vou gostar de ver sofrer… de qualquer maneira, ele a convida para uma festa no dia seguinte, onde ele diz que Josh estará, e Rebecca aceita o convite de pronto – por Josh, é claro, e não por Greg. E, então, ela passa horas se arrumando da maneira mais dolorosa possível durante a irreverente “The Sexy Getting Ready Song”, que, diferente do outro número musical do episódio, tem uma vibe muito mais videoclipe de estrela pop.

E eu ADORO essa união de estilos!

A festa não traz, no entanto, o que Rebecca buscava: não apenas Josh Chan não aparece, como ela também descobre que ele tem uma namorada… na verdade, mais do que isso: Josh se mudou de Nova York de volta para West Covina por causa dessa sua namorada. Será que Rebecca não tem nenhuma chance de reviver esse amor do passado?! De qualquer maneira, agora ela já está ali, e ela é pirada e obcecada o suficiente para fazer sabe-se lá o quê, e ela ainda se juntou com alguém muito parecida com ela: aquela cena da Rebecca e da Paula juntas no final é HILÁRIA (eu adoro a Paula), e eu amo que o episódio trouxe uma reprise de “West Covina”, agora em versão dueto – a ideia de “Reprise” é um recurso muito comum de musicais de palco, reforçando essa questão teatral que acompanhou “West Covina” desde a primeira versão. Uma ótima estreia, uma série promissora e aclamada por crítica e público.

Vamos acompanhar essa maluquice toda!!!

 

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