Último Capítulo de “Rubí” (28 de Fevereiro de 2020)



A metáfora da ambição humana…
Eu queria muito que o projeto “Fábrica de Sonhos” continuasse! Eu achei a proposta interessantíssima (amo novelas famosas reimaginadas em 25/26 capítulos, em um formato inspirado por séries), e eu acho que a produção evoluiu e encontrou seu tom… embora eu tenha gostado muito desde o começo – amei “La Usurpadora”, embora não tenha gostado de a Paulina terminar com o Carlos ao invés do Nava. O projeto recebeu suas críticas, mas a maioria vinda de pessoas que não estavam nem um pouco dispostas a aceitá-lo desde o começo. Não é a novela que você conhece, é uma nova versão dela, seja um remake ou um reboot. E eu tive que ler comentários que reclamavam que “La Usurpadora é muito diferente da novela” em contraste a outros que diziam que “Rubí é muito igual a novela, não tem novidade”, então não entendo o que as pessoas queriam…
“Rubí” foi o meu projeto favorito na “Fábrica de Sonhos”. Gostei DEMAIS desde o início e das escolhas tomadas pelo roteiro, direção… acho que as atuações eram excelentes, a maioria dos personagens bem-escritos e o roteiro ágil que nos prendeu ao longo dessas 5 semanas com a história da nova descarada. Certamente, dos 3 projetos, é o mais próximo à novela em que se baseou, mas mesmo assim com suas novidades, e com a possibilidade de Camila Sodi dar a sua cara à conhecida personagem da Rubí… o roteiro ainda expandiu a trama dos “18 anos depois”, trazendo, nesses capítulos finais, momentos icônicos que se tornam um final épico para a história contada… AMEI O FINAL, e é a primeira vez que venho dizer isso. Tive ressalvas ao final de “La Usurpadora” e reclamações bem sérias em relação ao final de “Cuna de Lobos”, mas não mudaria nada no fim de “Rubí”.
FOI EXCELENTE.
Nos últimos capítulos, descobrimos que Hector forjara a morte para poder enganar Rubí e prendê-la em uma casa durante os próximos 18 anos – cárcere privado e violência física e psicológica. É traumatizante. O último capítulo começa nesse mesmo cenário, e é repleto de tensão… parece um filme de suspense enquanto Fernanda e Rubí tentam escapar de Hector, cada vez mais assustador. Gostei muito de a maior parte do último capítulo se passar no futuro, nos ajudando a ver como está a vida de cada um depois de todo esse tempo. Hector acusa Rubí de “traí-lo depois de 20 anos de felicidade e amor” (a chacota!), e a prende em um quarto, enquanto leva Fernanda pelo cabelo para o lado de fora de casa, para mostrar a cova que abriu para ela e para o Frank, e gosto de como, mesmo nessa situação, Fernanda o desafia, joga umas verdades na cara dele… porque ele gosta de dizer que “ele e Rubí estão juntos e felizes” (?), mas ela diz que ela ama Alejandro.
E tem horas de gravação que comprovam isso se ele quiser ver.
Rubí quebra a janela do quarto para fugir andando de uma janela a outra, e usa uma faca escondida na bengala para atacar, mas não é o suficiente. Logo ela é novamente capturada por Hector, que quer entender “por que ela ama Alejandro e não ele”, “o que faltou para que ele a amasse” (ah, o Hector é mesmo patético), e Boris continua lá, sempre disposto a salvar Rubí… ele faz Hector soltar a arma e devolver o colar de Alejandro que ele pegara, porque é importante para Rubí, mas Boris não poderá salvá-las – não pôde durante esses 18 anos. Existem muitas pessoas trabalhando para Hector nesse lugar! E eles chegam atirando, enquanto Rubí e Fernanda pulam na cova aberta e se protegem, e Boris faz de tudo para protegê-las, mas acaba levando um tiro no final… felizmente, é muito menos fácil matar Boris do que Hector acreditava ser.
Boris ainda tem forças para soltar os cachorros atrás de Hector (é uma crueldade imensa porque Hector mata os cachorros sem piedade, mas isso dá a Rubí e Fernanda tempo suficiente para se distanciarem um pouco), e depois sair dirigindo. Enquanto isso, a polícia invade a casa errada, porque o celular de Frank tinha sido roubado, mas eles acabam trilhando o caminho até a misteriosa e isolada mansão no bosque… interrogam os criminosos, depois o funcionário do hotel onde Fernanda se hospedou, e quando chegam à casa, já é tarde, porque a casa está mais vazia do que nunca, e todos estão no bosque ao redor, fugindo, se escondendo ou caçando. Quando eles encontram o corpo de Frank, no entanto, eles juram encontrar Fernanda ainda com vida, porque eles devem isso ao amigo. E, então, eles começam a se embrenhar pela mata atrás dela.
Boris, por sua vez, chega ao consultório de Alejandro (que, por sua vez, está atendendo Cristina, e devo dizer que ele ficou muito mais bonito envelhecido alguns anos), e pede que seja atendido por ele especificamente… antes de perder os sentidos, Boris entrega para o médico o colar, porque sabe que ele entenderá, e então entrega um pedaço de papel com o endereço da casa e pede que ele a salve. Então, Alejandro pede que os melhores médicos cuidem de Boris e salvem a sua vida, e sai atrás de Rubí, correndo sem pestanejar, todos esses anos depois… e liga para Maribel para avisá-la (Maribel não envelheceu nada em 18 anos, uma falha aí, hein?), e ela não gosta muito disso… afinal de contas, por que tem que ser ele? Rubí não devia estar longe da vida deles? Mas parece que o fantasma do passado continua ali, e Maribel teme que Alejandro volte a ser o Alejandro de antes.
Rubí e Fernanda conseguem se esconder em uma caverna no bosque, para que Rubí descanse, porque sua perna dói, e então voltamos 18 anos no tempo pela última vez – o finalzinho da história que acompanhamos passo a passo. Depois dos horrores do penúltimo capítulo, que é quando Rubí é agredida e ganha a cicatriz no rosto, ela pede a Hector que ele a mate: prefere morrer do que ficar ali, mas ele não vai matá-la… prefere matar Alejandro ou Fernandita, e Rubí não quer isso. De qualquer maneira, ela deixa claro que não o ama: o odeia e não quer que ele nunca se esqueça disso. Uma semana depois, a notícia sobre o misterioso desaparecimento de Rubí toma a internet… a polícia está buscando, a imprensa está louca falando sobre isso, e vemos as reações de cada um vendo o último vídeo de Queca… Fernandita, Cristina, Maribel, Loreto…
Para que as buscas acabem e a internet pare de falar sobre seu “desaparecimento”, Rubí envia uma nota ao jornal, manipulada por Hector, dizendo que está bem, que não precisam se preocupar com ela, e que ela decidiu deixar a vida pública para trás, algo que “já devia ter feito há muito tempo”. Ela aproveita para pedir perdão às pessoas a quem fez mal, e é legal como a pessoa que mais tem certeza que aquilo não foi escrito por ela é Loreto: sofri com o Loreto, porque ela o ama TANTO. Com Loreto, ela fala pelo telefone uma última vez, e ele quer saber o que realmente está acontecendo, e mesmo quando ela é cruel, ele sabe que ela está mentindo, porque ela nunca falaria assim com ele: ela é sua família, sua irmã. No fim, com Hector assistindo à ligação ao lado, Rubí precisa magoar Loreto e desligar o telefone, e eu sofri com as lágrimas nos olhos do Loreto.
Bem triste.
Depois disso, ele se junta à Fundação de Maribel! Acho que talvez o mais triste tenha sido perceber que, de um modo ou de outro, todos seguiram a vida depois do desaparecimento de Rubí… e todas as vidas foram mais felizes sem ela. Mas temos um momento BEM BONITO de tia e sobrinha na caverna, no futuro, o momento em que Rubí e Fernanda se reconciliam, oficialmente… Rubí pede perdão à sobrinha por tudo, mas ela já a perdoou. As duas se abraçam, Fernanda chora, diz que a tia se sacrificou por ela e por Alejandro, e foi fofinha a Fernanda dizendo que “tem um coração lá dentro, afinal”. Quando as duas saem da caverna, depois de um tempo, elas são cercadas por Hector e seus homens, enquanto Alejandro chega à mansão vazia e se junta aos policiais, rumando o capítulo aos seus momentos finais. REPLETOS DE MUITA TENSÃO.
No bosque, Hector está pronto para matar Rubí, dizendo que “espera que na próxima vida eles sejam felizes”, quando Alejandro aparece, para salvar a sua vida… é o último embate de Alejandro e Hector, e é um momento angustiante, mas Alejandro foi muito determinado e corajoso. Ele segura a mão de Hector com a arma, e a aponta para a sua cabeça, dizendo que ele pode matá-lo e, depois, matar a Rubí, matar a Fernanda e se matar… “é a oportunidade perfeita para repetir a história”. Hector quase se mata, ou faz cena colocando a arma na boca e só, mas antes que aperte o gatilho, a polícia atira nele, não o matando, mas o imobilizando… ele cai no chão, e agora não existe mais nada que ele possa fazer… finalmente, Rubí está livre desse monstro, depois de 18 anos de cárcere. Caído no chão, Hector assiste enquanto Rubí e Alejandro se reúnem.
Fernanda sorri ao vê-los juntos…
Não existe mais como Alejandro e Rubí ficarem juntos… ela nunca o mereceu, e ele também já reconstruiu a sua vida com Maribel, mas eles precisavam daquela última conversa e, quem sabe, daquele último beijo. É uma cena singela e bonita, na qual Alejandro lhe devolve o colar, eles se chamam de “esposo” e “esposa” uma última vez, e ela diz que ele segue sendo muito importante para ela. E quando ela diz que está horrível, ele diz que ela continua linda. Eles sempre serão muito importantes na história um do outro, e ambos têm consciência disso. Alejandro lhe diz que ela foi seu maior amor, e ela diz que se arrepende do que fez, porque era ele e sempre foi ele… mas ele diz que agora é tarde, ele está com Maribel, e ela concorda que ele merece alguém melhor que ela. Depois dessa conversa, eles compartilham seu último beijo e finalizam sua história.
Loreto tem mais alguns momentos emocionantes no último capítulo… um deles é quando Cristina o encontra no túmulo de Refugio, porque ele prometera a Rubí que o visitaria se ela não estivesse mais ali, e ele a ama e sempre a amou. Vários dias depois, Rubí é interceptada por uma série de jornalistas, liderados por Queca, que querem cobrir todo o “escândalo”: o seu sumiço, as mentiras de Hector, mas Rubí não responde às perguntas dos jornalistas… apenas diz que tudo o que ela tinha a dizer, já disse à jornalista que está ali com ela, Fernanda. Então, ela reencontra Cristina (e não é um reencontro emocionante, depois de tudo), e reencontra Loreto, que vem correndo vê-la, com um sorriso sincero e feliz no rosto, e a abraça – muito mais emocionante que todo o resto. Indo embora, Rubí ainda encontra Alejandro com Maribel, e um filho, Nicholas.
Essa é uma cena interessante… Rubí abriu mão de tudo isso. Sim, ela ficou 18 anos presa por Hector, mas ela já tinha aberto mão de Alejandro muito antes disso por sua adoração ao dinheiro, então ela não tem o direito de ficar brava. Mas essa cena me faz pensar que, mesmo com tudo o que ela viveu, ela ainda não aprendeu nada… dá para ver na sua expressão, na raiva nos seus olhos, na maneira como ela arranca o colar do pescoço e se desfaz dele de uma vez por todas. Quando ela “deseja felicidades” à família, não tem um pingo de verdade sequer. É maliciosa e cruel, e ainda faz piada sobre como quem terminou “manca” no fim foi ela, e Maribel também recebe com toda a acidez e sarcasmo que Rubí mereceu: “Pelo menos você conhece todas as piadas que vão fazer contra você. Você vai saber se defender”. É uma cena um pouco deprimente.
A conclusão do capítulo vem em uma edição INCRÍVEL com a narração de Fernanda… com os relatos da tia, ela escreve um livro contando a história de Rubí, em todos os seus detalhes, sentimentos, lições. Ouvimos as palavras de Fernanda, inteligentes e precisas, enquanto revemos cenas desde o primeiro capítulo da novela, em paralelo a cenas das pessoas, agora, lendo o livro e vivendo suas vidas… então é uma conclusão perfeita e emocionante, com nostalgia e novidade muito bem combinadas. Segundo Fernanda, todos lembram, todos foram afetados por Rubí, mas vemos que eles conseguiram ser felizes, seguir em frente… Hector está em uma solitária (amo!), Alejandro está bem com Maribel, assim como Don Arturo e Rosa; também vemos Alejandro visitar Sonia e a filha que teve com ela; vemos Boris abraçar o livro, vivo depois de tudo. E a Rubí, fazendo uma cirurgia plástica, voltando à sua beleza e à sua vida de antes…
Talvez exatamente à sua vida de antes, vai saber.
Tudo o que vemos é Rubí entrando em um avião, quando “tomou as rédeas de sua vida sem depender de homem nenhum e foi feliz”. Um final EXCELENTE para uma versão de “Rubí” que eu AMEI.
<3


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Comentários

  1. Amo essa novela, tanto a versão antiga, como a nova.

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    1. A versão nova estava mais "fácil" de comentar por ser mais curta, mas ainda quero escrever sobre a versão "antiga" também :)

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