Rubí (2020) – O inferno de Rubí



“Karma is a bitch”
Eu realmente não esperava por isso, mas quando o roteiro de “Rubí” toma um rumo um tanto quanto inesperado e assistimos enquanto Rubí ENFRENTA UM VERDADEIRO INFERNO. Acho que aquele desenho de Fernandita com a “Tia Rubí no inferno, porque é para lá que as pessoas que fazem coisas ruins vão” era bem premonitório. Há muito tempo temos duas dúvidas principais nas cenas que se passam no futuro: como ela conseguiu a casa em que mora e quem é o homem que a visita ao longo de todos esses anos. O último capítulo nos mostrou isso, e algumas peças começam a se encaixar de um modo bastante doloroso – Rubí recebe uma “casa de herança” de Hector, a casa na qual os seus pais moraram e morreram, naquela cena horrível, e o visitante aparece enquanto Frank está com uma arma apontada para a cabeça de Rubí, querendo ir embora com Fernanda…
E descobrimos que ERA O HECTOR.
Então, toda aquela coisa de arrependimento e suicídio foi uma grande farsa, um grande TEATRO, com tudo muito bem arquitetado, da forma mais doentia possível… Hector começa a novela como um homem desprezível e nojento, mas ele se converte em um abusador violento e assustador que foi capaz de manter uma mulher em cárcere privado durante 18 anos, com violências físicas e psicológicas constantes, e eu só espero que ele pague por isso no último capítulo de “Rubí” – fiquei bem traumatizado com a Catalina Creel saindo impune de tudo em “Cuna de Lobos”, então sei lá. Mas acho que não será o caso, porque a novela se preocupará com o tipo de mensagem que passará se um homem como ele sair impune depois de todas as atrocidades que cometeu. O penúltimo capítulo foi dificílimo de se assistir, cheio de cenas brutais e gráficas.
Causou um desconforto imenso!
Frank morre depois do tiro de Hector, e ele continua exatamente o mesmo de 18/19 anos atrás… então, acompanhamos um capítulo de horrores de Hector, tanto no presente quanto no futuro. Primeiro, o vemos dizer a Rubí que é expressamente proibido que venham estranhos à casa, e ele parece disposto a matar Fernanda, mas Rubí a defende, empurrando Hector para que a sua arma esteja apontada para ela – ela prefere que ele atire nela do que que atire na sua sobrinha. Tudo é brutal e assustador… Hector violento como sempre, e Boris precisa ser um pouco violento com Fernanda para que ela não saia correndo: se ela o fizer, ela não tem chance nenhuma. Então, ela vai ter que ficar ali no quarto e confiar em Boris, que é a sua única chance de sair daquele lugar com vida… mas tudo está tomando umas proporções grandes demais.
Rubí viveu um inferno. Um verdadeiro e doloroso inferno… e eu acabei pensando muito no fato de que se ela não tivesse feito o que fez com Maribel e com Alejandro, lá na primeira semana da novela, nada disso teria acontecido – se ela não amasse o dinheiro acima das pessoas ao seu redor, Hector jamais entraria na sua vida… mas, infelizmente, ela idolatrava o dinheiro, e então a porta ficou aberta para um psicopata como o Hector que cometeu tantas atrocidades que nem podemos enumerá-las, mas que precisa, de algum modo, pagar por tudo o que ele fez contra Rubí… eu já o odiava por tudo o que fez com ela ao longo de um ano, lá na época que eles foram casados, mas o que ele fez ao longo de 18 anos… e agora ele está pronto para tirar-lhe a única coisa que ela ainda tem de bom na vida: a sua sobrinha. Ele manda Rubí se despedir dela.
Hector também vem brigar com Boris, dizendo que “ele deixou que todo esse circo acontecesse”, e manda ele se livrar do corpo de Frank e de Fernanda, o mais rápido possível: ele e Rubí “desobedeceram uma ordem sua e agora eles vão pagar por isso”. Agora, estamos em uma situação complicada e cada vez mais perigosa, mas eu acho que Rubí não vai permitir que Hector faça alguma coisa contra Fernanda – não se ela estava falando a verdade sobre amar a sua sobrinha mais do que qualquer outra pessoa nesse mundo. Alguma coisa vai ter que acontecer, e acho que a única saída é a morte de Hector… ele não pode ser preso, não com todo o dinheiro que ele tem – todos sabemos que ele sairia facilmente da cadeia. Também deposito minhas esperanças em Cristina, que ligou para a polícia e eles já deram pela falta de Frank e vão rastreá-lo.
Dezoito anos no passado, vemos o começo desse inferno. Ela chega à casa que “Hector deixou para ela”, e ela já está abandonada exatamente como está no futuro – e Hector planejou tudinho, com a ajuda do advogado, desde aquele momento. Rubí entra na casa pela primeira vez, e ela é macabra desde o início, e então quando Rubí vê comida em cima da mesa, ela percebe que alguma coisa está errada, mas daí já é tarde demais para qualquer coisa… ela sente uma mão no seu ombro e escuta um “Bu!” de uma voz que ela esperou nunca mais ouvir… de Hector. Ele estava ali, esperando por ela para mantê-la prisioneira para sempre – Rubí NUNCA MAIS SAIU DAQUELA CASA. Naquele momento, mais do que qualquer outra coisa, Rubí está em choque, completamente paralisada, e então ela escuta Hector contar como fingiu o seu próprio suicídio.
E se ele foi para lá com um corpo no porta-malas, era o que ele queria desde o início.
Ele arquitetou tudo.
Doente, obsessivo, controlador, violento… todas as piores facetas de um homem como ele vêm à tona, mais intensas do que nunca, porque agora Hector ainda tem o álibi de “estar morto”, e está afastado de todos, em uma casa no meio do nada, com a sensação de que ele é inalcançável e pode fazer o que quiser… naquele momento, a vida de Rubí acabou, definitivamente. E, para mantê-la ali, Hector ameaçou as duas pessoas que sabia que Rubí amava de verdade: Fernandita e Alejandro. Ele mostra os dois, ao vivo, em câmeras que ele instalou nas casas de ambos, e diz que pode matá-los a qualquer momento. Rubí não tem muito o que fazer, mas ela tenta, de qualquer maneira… e quando ela tenta fugir, Hector a segura e a joga contra uma mesa de vidro que se quebra inteira e a deixa desmaiada no meio da sala… com a sua nova cicatriz.
Já sabemos como ela a conseguiu.
Todas as cenas são fortíssimas, violentas, sangrentas, excessivamente gráficas e, portanto, difíceis de assistir. O nível de violência contra Rubí é asqueroso e causa mal-estar, e infelizmente sabemos que isso vai se prolongar por pelo menos 18 anos… depois de chorar ao se ver no espelho, Rubí tenta ligar para Alejandro, e isso é outra coisa interessante – Alejandro demora para atender, achando que ele vai atormentá-lo ou inventar uma história, e é aquela famosa história do mentiroso. Sabe, a pessoa que mente o tempo inteiro e, quando ela diz a verdade, ninguém acredita nela. Daquela vez, Rubí precisava mesmo de ajuda, e merecia que alguém a ajudasse, mas ela tinha afastado todas as pessoas, tinha feito com que ninguém mais acreditasse nela, então ela não conseguiu ajuda quando mais precisou… quando atende, Alejandro escuta o seu choro, as batidas de Hector na porta, e liga para a polícia.
Mas a polícia está toda vendida para o bandido do Hector!
Hector está confiante de que pode fazer o que quiser, porque pessoas más com dinheiro têm mesmo essa sensação – é fácil sair impune. As cenas são assustadoras, como em um sangrento filme de horror, e ver Alejandro chamar a polícia enquanto Maribel liga para Loreto não me acalma em nada, porque nós já sabemos que Rubí continuará lá… a última coisa que vemos é o Hector prestes a tirar a vida de Boris, quando ele é levado para dentro da casa, mas Rubí consegue poupar a vida dele, implorando para que Boris não o mate e o deixando ali com ela… ela diz que, se ele fizer isso, ela ficará ali para sempre. Na verdade, ela sabe que Boris é sua única esperança de sair dali, a única pessoa que sabe onde ela está, e, se não conseguir escapar, é a única companhia que ela terá… se ela tiver mesmo que ser prisioneira para sempre, ela quer ter alguém ao seu lado.
Boris.
Ansioso e nervoso para o último capítulo…


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