Dark 1x07 – Kreuzwege (Encruzilhadas)


“Cada decisão a favor de algo é contra outra coisa”
Voltamos ainda um pouco mais no tempo, e a mitologia de “Dark” se amplia. 1953 entra na equação, enquanto Ulrich e Charlotte percebem que há algo conectando 2019 e 1986, e Jonas anda por 1986, próximo demais a Mikkel Nielsen, mas incerto das consequências de levá-lo de volta a 2019. Brincamos loucamente com essas linhas temporais, e a série se torna muito interessante nesse sentido, enquanto tentamos conectar rostos que não são separados mais por apenas 33 anos, nem envelhecem necessariamente no “curso natural do tempo”. Tudo acontece ao mesmo tempo, presente e passado conectados, e a linearidade é apenas uma ilusão. O que também é aprofundado nesse sétimo episódio é o personagem de Helge Doppler, e o conhecemos em 1953, naquele misterioso quarto com o papel de parede colorido, em 1986, trabalhando com Noah, e em 2019, num asilo.
Ulrich está determinado a entender como Mads Nielsen, seu irmão, pode ter aparecido morto agora, 33 anos depois, com apenas 10 horas após a morte. Tudo indica que não há maneira de o corpo ter sido conservado por tanto tempo, então o mistério precisa ser outro. Enquanto ele investiga no presente, se depara com a investigação de Egon Tiedemann em 1986, que o leva a Helge e à pergunta: “Por que não pela floresta?” Tudo está intrinsecamente conectado. Helge é o sogro de Charlotte, agora com 75 anos, sofrendo de demência em um asilo… mesmo assim, quando Ulrich vai falar com o “Sr. Doppler” no asilo, ele diz algo que deixa Ulrich intrigado: “Eu posso mudar o passado. E o futuro. Tique-taque”. Em paralelo, acompanhamos as cenas de Jonas em 1986 e tudo o que ele pode (ou não pode) fazer enquanto lá.
Ele está na escola, 1986, cartazes de Mads Nielsen anunciando seu desaparecimento. Ele procura pelo pai, Michael Kahnwald, filho de Ines, mas é informado de que “ela não tem filhos”. Então, quando chega no hospital e procura pela enfermeira, ele a vê conversando com Mikkel, percebendo como as peças se encaixam, por mais desconcertante que tudo seja. Não me surpreende que Jonas seja um pouco perturbado. O cara misterioso, chamado de “O Estranho” aparece, então, para impedir Jonas de interferir. Jonas ainda está cético, ainda questiona se tudo aquilo é real, ainda zomba da ideia de uma fenda temporal na caverna e de “Mikkel ficar preso ali até virar seu pai”, mas o homem garante: “Mesmo que não acredite, aquele é o seu pai!” Portanto, Ulrich é seu avô, Martha é sua tia, e ele não pode levar Mikkel embora…
Afinal de contas, se Jonas levar Mikkel embora de volta para o futuro (ah, foi proposital), ele alteraria toda a linha temporal, e esse ato apagaria sua própria existência. Paradoxo. É muito doloroso ver Jonas enfrentar essa verdade confusa, ver uma lágrima escorrendo em silêncio do seu rosto enquanto ele observa Mikkel e tenta assimilar a ideia de que ele e seu pai são a mesma pessoa. Ele chega a pensar em falar com Mikkel, mas então o vê conversar com Hannah, vê a história se escrever bem diante de seus olhos. O momento em que os seus pais começam a se apaixonar. Então ele não tem coragem de interferir, deixa que o tempo corra da maneira que planejou, por mais confuso e traumatizante que seja. E, por isso, sem ter mais o que fazer em 1986, ele retorna para 2019, de volta para sua mãe, e de volta à carta de Michael Kahnwald, que ele queima.
É uma cena forte, repleta de simbologia.
Aumentamos, nessa trama, a quantidade de mistérios. A mãe de Ulrich fala sobre um “reverendo” brigando com um “homem”, e diz que viu esse homem novamente agora, nem um dia mais velho do que quando o viu pela primeira vez, 33 anos atrás. Seria esse Helge Doppler de 1986? A trama nos fornece uma série de pistas e informações não explicadas para teorias. O bunker, a cabana, o acidente no dia 12 de Novembro de 1986. E enquanto Charlotte encontra um pedaço do papel de parede do misterioso quarto, Ulrich diz que a dúvida não é quem sequestrou as crianças, mas quando: Helge Doppler, em 1986. Ainda não sabemos o porquê. O final é bizarro, com Helge de 1986 e Mads Nielsen morto, enquanto vemos um cara com as costas tatuadas, limpando o chão, colocar uma nova data na parede do lugar: 9 de Novembro de 1953.
Estou AMANDO essa loucura.

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