Dark 1x06 – Sic Mundus Creatus Est


“Na morte, estou sozinha. E meu único juiz… sou eu”
Para mim, O MELHOR EPISÓDIO DE “DARK” ATÉ AQUI. Mas, também, de uns tempos para cá, noto que todos os episódios me deixam com essa sensação, e isso é incrível. Espero que isso possa se manter até o fim da temporada! Aqui, a Cidade de Winden está se mobilizando, sob a liderança de Charlotte, em busca de respostas: três crianças estão desaparecidas, uma criança está morta, e eles precisam fazer de tudo para encontrá-las. Enquanto isso, vemos uma foto de Mikkel na Turma de 1987 na escola, e eu devo dizer que isso me causa ARREPIOS, bem como a brilhante cena em que Jonas pergunta à mãe como ela e seu pai se conheceram, e ela fala sobre “Michael”, sobre como ele era curioso, sobre como ela nunca sabia se ele estava falando sério ou não… Jonas tem a informação em mãos, mas não tem coragem de dividi-la com a mãe.
Compreensível.
Durante grande parte do episódio, vemos Ulrich investigando por conta própria o desaparecimento do filho, e isso o leva até uma revelação sobre Mads, o seu irmão desaparecido em 1986. Primeiro, é uma foto deles, no passado, depois o depoimento falso da mãe à polícia, que diz que o pai estava em casa na noite em que o irmão desapareceu. Mas ele não estava. A intensidade com que Ulrich confronta o pai é alarmante, e a maneira como ele segura o queixo do pai, perguntando onde ele estava há cinco dias, quando Mikkel desapareceu, é quase brutal. Mas a mãe lhe explica sobre o motivo de ter mentido à polícia: o pai de Ulrich a traía, e estava com outra mulher na noite em que seu irmão desapareceu. Ouch. A culpa e a vergonha devem ter corroído Ulrich silenciosamente, porque a história se repete: ele também estava com outra na noite do desaparecimento de Mikkel.
O ciclo dos 33 anos?!
Algumas coisas vêm à tona durante essa conversa com a mãe. A relação entre Ulrich e Mads, por exemplo, e a cicatriz que o irmão trazia no queixo, por causa de uma briga dos dois que resultou em Mads caindo sobre uma mesinha de vidro… também o fato de que Regina Tiedemann foi a última pessoa a ver Mads antes de seu desaparecimento. Por isso, Ulrich vai até o Hotel falar com Regina, E QUE CENA FORTE! Como vimos no início do episódio, era Regina quem ficara amarrada a uma árvore, chamando por Ulrich e Katharina para “pararem com a brincadeira”. Regina gostava de Mads, ele era a única pessoa que conhecia que “não falava mal de ninguém”, e a inimizade entre Regina e Ulrich é intensa. Ela o culpa pelo desaparecimento de Mads, afinal ele só estava na floresta naquele dia por levá-la embora, e só a levava embora porque sabia que ela tinha medo de ir sozinha, depois do que ele e Katharina fizeram!
Mas tudo ainda fica MAIS COMPLEXO. Notamos a tensão desde o início da cena, o nojo nos olhos de Regina, a raiva nos olhos de Ulrich, e logo entendemos o porquê: ele acredita que foi ela quem o acusou de estupro, em 1986. E então mais uma verdade vem à tona. Adoro ver essas peças se encaixando, o dominó sendo derrubado, peça atrás de peça. É forte a cena em que Ulrich vai, enfurecido, até a casa de Hannah, perguntando se “ela é doente”, e diz que “ela parece mel, mas é veneno”, e que “não o espanta que o marido dela tenha se cansado”. OUCH. Também é doloroso ver Katharina descobrindo, com certeza, a traição do marido, e isso a deixa meio descontrolada. E ela desconta a raiva nas pessoas erradas. Primeiro ligando para a rádio, dizendo que “a cidade está doente”, e que existe um assassino entre eles, e que pode ser qualquer um.
Depois em Regina.
Em paralelo, acompanhamos a trama de Jonas, e eu devo dizer: como eu gosto do Jonas! Ele nota que há mais informações em seu mapa agora, e “segue o sinal”. Adoro como ele arruma a bolsa, com equipamentos de 1986 e 2052, e então entra nas cavernas de novo, seguindo o “Fio de Ariadne”, guiando ele para o desconhecido, cada vez mais fundo no Labirinto. MEU CORAÇÃO DISPARA. A edição de cenas é perfeita, com a peça de Martha, interpretando a própria Ariadne, entregando o fio vermelho para que o homem entre no labirinto atrás do Minotauro… Jonas, agora, é esse homem, desbravando o desconhecido, e a cena é repleta de TENSÃO. Um suspense brilhante. Culmina no momento em que ele encontra uma “porta”, com o título do episódio e o símbolo dos anos, e a abre… um vento forte o atinge, mas ele segue corajosamente. A porta se fecha.
Jonas está sozinho no labirinto escuro.
As luzes de Winden piscam.
Está acontecendo de novo.
A quantidade de cenas em paralelo é MAGNÍFICA! “Falta 19 minutos para 21h17”. A lista de datas e hora em que o evento aconteceu… tem uma “viagem” prevista para o dia seguinte, inclusive. Talvez o retorno de Jonas, se ele for retornar? E enquanto Jonas segue o seu caminho rumo ao desconhecido, insistentemente, Katharina leva Martha para fora da escola, enquanto é provocada por Regina. Uma cena fortíssima. Afinal de contas, Katharina desconta toda sua raiva e frustração, e dá em Regina os tapas que eram de Hannah. Magnus é quem separa a briga, mais fofo nesse episódio do que nunca, e Regina desafia Katharina a contar aos filhos sobre o passado, sobre quem ela realmente é. E isso deixa Martha e Magnus incomodados, pensando que, no fundo, eles são uma família, mas não sabem absolutamente nada sobre o outro. Sobre quem os pais são.
E então, os dois momentos finais. 1) Jonas passa por uma segunda porta, idêntica à primeira, e as luzes em Winden se estabilizam. É angustiante o prolongamento da cena de Jonas do lado de fora, sem que saibamos quando ele foi parar, se em 1986 ou 2052, mas então vemos, embaixo de chuva, os cartazes que anunciam “DESAPARECIDO: MADS NIELSEN”. E que cena brilhante aquela de Hannah e seu pai parando para oferecer carona a Jonas, mas ele não tem coragem de entrar no carro quando escuta seu nome. “Hannah?” Chega a causar uns arrepios! E 2) O momento em que Ulrich vai visitar o corpo do misterioso menino que foi encontrado há alguns dias, para confirmar a sua suspeita. A foto dele e Mads na mão, a cicatriz no queixo do garoto, como sua mãe lhe dissera… Mads está mesmo morto, e isso é um baque e tanto para Ulrich!

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