Vale o Piloto? – Legion 1x01


“You have power over things and can control things with your mind”
Ninguém disse que seria simples… e não é. MAS É FASCINANTE! Com um fôlego impressionante, os 67 minutos de Piloto de Legion mostrou bem a que veio em uma trama complexa, bastante confusa, que nos deixou com a sensação de que não tínhamos entendido muitas coisas. E realmente não entendemos, mas não era para ser entendido completamente. Não por enquanto pelo menos. Esse é o teor e a força da série – o mistério instigante. Vemos potencial claro ao longo do episódio, vemos um elenco incrível, poderes assombrosos e uma direção FANTÁSTICA. Visualmente, a série já é impressionante. Adorei os efeitos, como aquela incrível cena de David Haller na cozinha e os utensílios domésticos voando ao seu redor… as transições e sugestões de mudança também são meticulosamente pensados, como David na piscina, no fim do episódio, versus David no chão do Hospital Psiquiátrico.
O episódio começa nos apresentando David Haller desde a sua infância. Ele teve uma vida conturbada. Com poderes, mas sem ser realmente capaz de entendê-los, sua adolescência e juventude foi complicada – ele foi diagnosticado com esquizofrenia paranoica e internado em hospitais. O conhecemos, de fato, no Hospital Psiquiátrico Clockworks, e é quando ele conhece uma outra paciente, Sydney, que ele começa a questionar se de fato ele tem uma doença, ou se é algo a mais. Tudo é bem desconcertante, um pouco maluco, mas envolvente. A garota que não quer ser tocada, quem ele pede em namoro e então, quando vemos David dando uma entrevista em algum momento APÓS o Hospital, sobre um incidente (fosse ele qual fosse), sugere-se que Sydney nunca de fato existiu… afinal, não existe registro dela em lugar algum.
Assim como não existe registro de cordas de quando ele tentou se matar.
Trabalha-se bem com o suspense que te prende na frente do episódio – você quer saber onde David está, porque todas essas perguntas estão sendo feitas, o que foi o incidente de fato e do que ele está sendo acusado… e a garota, existiu ou não existiu? Um poder como o de David naturalmente passa como loucura… seria ele o mais poderoso mutante de que se tem notícia? Após a cena incrível da cozinha, vêm os testes, e finalmente retornamos ao famigerado “Incidente no Clockworks”, que começa quando Sydney supostamente ganhou alta e estava prestes a deixar o Hospital Psiquiátrico, mas David se aproximou dela e beijou-lhe, mesmo que ela insistisse para que ele não o fizesse… então tudo enlouqueceu. Ele vê algumas coisas e, de volta ao Hospital, uma corrente de energia os derruba no chão, enquanto “Sydney” se retira e “David” é levado, aparentemente em SURTO.
Quem era ela? O que o beijo significava? O que aconteceu?
Perguntas que vão lentamente ganhando respostas em um roteiro complexo e bem escrito. David se olha no espelho e se descobre no corpo de Sydney, o que nos explica, já, o poder mutante dela e o motivo de ela nunca poder ser tocada. “You were her. She was you”. O Incidente, por sua vez, é resultado de uma Sydney sem saber controlar os poderes quando no corpo de David, andando pelos corredores do Hospital, escutando gritos de desespero dos pacientes que foram selados dentro de seus quartos quando as portas desapareceram… Lenny, por exemplo, morreu DENTRO de uma parede, e é assustador. Bem como a intensidade da cena do interrogatório quando David começa a ficar incomodado com as perguntas, e então joga uma caneta contra o rosto do seu interrogador, com a mente, e então “vira a mesa” em nível cósmico, o que nos fez AMAR A SÉRIE.
Quer dizer, QUE EFEITOS! <3
Logo após o Incidente, voltando a flashbacks (como se a série já não tivesse um roteiro confuso o suficiente, ela trabalha com uma ida e vinda temporal sem que as divisões fiquem, realmente, claras), David vai para a casa da irmã, onde encontra o espírito de Lenny que diz que a culpa de tudo foi DELE, e não dela – como culpar alguém por atirar quando lhe entregam uma arma carregada? É toda uma discussão pertinente a respeito de culpa. Alguém teria culpa? De todo modo, eu adorei a maneira como fizemos a transição entre a sala do interrogatório e David acordando na piscina, com aquela sequência de dança BIZARRA que parecia saída DIRETAMENTE de Limitless! “David. Wake up”. E então o Piloto toma rumos impensados e surpreendentes, com ação e um clímax apaixonante, que mistura a ação com uma espécie louca de ficção científica, e nos deixa ansiando por respostas!
O que foi a Sydney conversando com ele em sua MEMÓRIA?

“David, hush. I'm not really here. This is your memory of the day you called the hospital, not the actual day. I'm inside your memory. I've been projected into your memory”

Bem, aquela foi a MELHOR PARTE e então eu já estava fisgado. Eu adorei a série, como um todo. Amei a proposta, amei o estilo, e amei a maneira como eles nos instigam – porque queremos saber mais. Mas ter aquela sequência de Sydney projetada na memória de David para passar-lhe um recado fez toda a diferença. Ela diz que vai salvá-lo da piscina, das instalações do governo, é uma sequência excelente. Um PERFEITO resgate, com o extra de mesclar o momento com cenas de Sydney ajudando David a levantar do chão do Hospital, e eu me pergunto o que isso quer dizer. Será que eles podem ainda estar dentro do Hospital esse tempo todo? I mean, what if we're back at the hospital?De todo modo, estou ANSIOSO para explorar melhor os poderes de David e entender do que ele é capaz, e acho que esse encontro com a Melanie vai ser importantíssimo para isso!
QUE FUGA FOI AQUELA? Cheia de tiros, de tudo… IMPRESSIONANTE.
“C’mon, son. Take my hand”

Para mais Pilotos de série, Vale o Piloto.


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