Sítio do Picapau Amarelo – Versão 1977 a 1986 (Rede Globo)



O mágico mundo do Sítio do Picapau Amarelo!
Eu tenho uma relação muito peculiar com o “Sítio do Picapau Amarelo” que foi ao ar na Rede Globo entre os anos de 1977 e 1986… sendo uma criança dos anos 1990, eu não assisti a essa versão na TV, mas eu sempre fui apaixonado pelas histórias dessa turminha, e eu assisto a essas histórias com nostalgia, como se tivesse sido parte da minha infância – porque, de certa maneira, foram. Os personagens são os mesmos que eu conheço, as histórias, em grande parte, também, e essa foi a versão que meus pais assistiram quando eram crianças ou adolescentes… eu tenho vívida a memória de meu pai contando histórias sobre o “Sítio do Picapau Amarelo”, especialmente sobre a Cuca (eles tinham medo de verdade da Cuca nessa época!), quando eu ainda era criança… e me lembro de quando, em 2001, a Rede Globo começou a exibir propagandas da nova versão, e isso trouxe à tona as memórias dos meus pais, e eles compartilharam comigo tudo o que sabiam sobre o “Sítio do Picapau Amarelo”. É algo que eu compartilho com eles.
Minhas memórias afetivas do “Sítio” são fortíssimas porque me ligam mais a eles!
A versão de 1977 a 1986 é uma das versões mais conhecidas do “Sítio do Picapau Amarelo”, embora ainda não seja a primeira… é a primeira produzida pela Rede Globo, mas há ainda outra versão exibida pela TV Tupi, de 1952 a 1963, nos primórdios da televisão no Brasil, com histórias exibidas ao vivo, e é dificílimo encontrar muito material dessa versão… a versão de 1977, então, foi a que eventualmente se tornou a mais famosa. Aqui, adentramos novamente esse mundo mágico criado por Monteiro Lobato, uma história que começa com uma senhora, a Dona Benta, morando em uma casinha branca “no meio do nada”, com a sua netinha, Lúcia, a garota do nariz arrebitado… e então coisas maravilhosas acabam acontecendo nesse Sítio quando uma boneca de pano ganha vida, um boneco de sabugo de milho se torna um verdadeiro sábio, e eles fazem viagens fantásticas!
Tudo é muito MÁGICO no “Sítio do Picapau Amarelo”. Como crianças, nos encantamos. Como adultos, ainda nos maravilhamos. É a possibilidade de viver aventuras, de aprender coisas do jeito mais divertido possível, e de se divertir ao lado de personagens apaixonantes… gosto muito do visual escolhido para as temporadas entre 1977 e 1986. Emília é uma boneca de pano colorida e espalhafatosa, mas apaixonante; e tudo parece nos chamar a atenção, ao mesmo tempo em que é totalmente acolhedor… o Sítio de 1977 é um Sítio que podemos imaginar na vida real, que adoraríamos visitar, conhecer. Gosto muito de como essas 10 temporadas adaptaram as histórias clássicas dos livros sem pressa. Na primeira temporada do programa, por exemplo, tivemos a adaptação de algumas histórias de “Reinações de Narizinho” e trechos de “Viagem ao Céu”, mas outros livros foram guardados para os anos seguintes, diferente da versão de 2001 que correu para adaptar todos os livros na primeira temporada – o que eu considerei um erro.
E, no meio das histórias clássicas, ganhamos muita coisa nova e diferente!
No “Sítio de antigamente”, Dona Benta e Tia Nastácia foram interpretadas pelas mesmas atrizes nos quase 10 anos em que o programa ficou no ar: Zilka Salaberry e Jacyra Sampaio, respectivamente. Outros atores que nunca foram substituídos foram André Valli, o sabido Visconde de Sabugosa, Samuel dos Santos, o Tio Barnabé, e Romeu Evaristo, o Saci Pererê. Emília, por sua vez, teve três intérpretes, e cada uma das atrizes era mais jovem que sua antecessora, embora todas elas fossem adultas – Dirce Migliaccio foi a primeira atriz a dar vida à boneca de pano falante na Rede Globo, e ficou apenas na temporada de 1977; depois, Reny de Oliveira assumiu o papel, ficando de 1978 a 1982, e ela é uma das Emílias favoritas de todo o público (inclusive minha); por fim, tivemos Suzana Abranches, que assumiu o papel em 1983 e ficou até o encerramento do programa, em 1986.
Os netos de Dona Benta também precisaram ser substituídos – algo comum de se acontecer quando o “Sítio do Picapau Amarelo” se prolonga por muito tempo, porque as crianças crescem e já não parecem mais seus personagens. Os primeiros intérpretes foram Rosana Garcia e Júlio César – Narizinho e Pedrinho, respectivamente. Eles estão marcados na memória de toda uma geração que cresceu assistindo a essa versão do “Sítio”, e eles estavam bem grandes quando foram substituídos no fim de 1980, durante “A Máscara do Futuro”, uma história emocionante que serve como despedida para eles. Os dois, então, são substituídos por Daniele Rodrigues e Marcelo José. Marcelo José continuaria no papel de Pedrinho até 1984, participando de quatro temporadas do “Sítio”, assim como Júlio César, mas Daniele Rodrigues foi substituída em 1983 por Izabella Bicalho. Nas duas últimas temporadas, 1985 e 1986, Gabriela Senra e Daniel Lobo deram vida aos arteiros netos de Dona Benta.
Como eu comentei, as temporadas adaptaram livros de Monteiro Lobato ao longo de vários anos. “Reinações de Narizinho” ganhou adaptações em 1977, enquanto “Memórias de Emília” ficou apenas para 1978, “As Caçadas de Pedrinho” para 1981 e “Viagem ao Céu” para 1983. Meu livro favorito, “A Chave do Tamanho” (que nunca foi adaptado entre 2001 e 2007, uma pena), foi adaptado como a primeira história de 1981 – em breve vocês verão textos sobre essa história pelo blog! Muitas outras histórias marcantes, que não vinham dos livros originais, marcaram o programa, como “Cupido Maluco”, “Emília, Romeu e Julieta”, “A Sobrinha da Cuca” e “A Chave Particular do Tamanho” fizeram parte desses quase 10 anos de história… nas duas últimas temporadas, o programa contou com duas histórias, uma em cada ano: “O Enigma Enigmático”, em 1985, e “A Trilha das Araras”, em 1986.
O “Sítio do Picapau Amarelo” é apaixonante, em qualquer uma das suas versões! Eu amo a versão de 1977 a 1986, eu amo a versão de 2001 a 2007, e eu ainda torço pelo dia em que teremos uma nova versão do programa, para que a nova geração também possa conhecer essas histórias e se maravilhar com a boneca falante e com o sábio sabugo… se eu pudesse, assistiria a todas as histórias exibidas entre 1977 e 1986, mas algumas delas não são encontradas em lugar nenhum… mesmo assim, o que eu encontrar para assistir será comentado no blog, e vocês podem ficar atentos para a primeira delas: “Memórias de Emília”, a apaixonante versão de 1978, com a Reny de Oliveira, é a primeira história dessa versão do “Sítio” que eu escolhi comentar, e as postagens começam na semana que vem. Fique atento, e bem-vindo de volta a esse universo mágico!


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Comentários

  1. concordo com tudo que está escrito! a versão de 1977 a 1986 é incrível, apaixonante, algo mágico, uma coisa pura, que traz uma sensação de conforto a cada episódio, a versão de 1977 a 1980 é a minha preferida ( com rosana garcia e júlio césar sendo os memoráveis narizinho e pedrinho ), o meu sonho é que a globo reprise essa obra prima, que deve ser mais reconhecida nos dias atuais!

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  2. rosana garcia e júlio césar são incomparáveis, os melhores narizinho e pedrinho, gostaria tanto que o júlio césar voltasse a atuar, ele é um ótimo ator, rosana garcia também faz muita falta nas telinhas, atores como eles dois devem ser mais reconhecidos, que são, sem dúvidas, um marco na televisão brasileira.

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