Elenco de LES MISÉRABLES (Brasil) – Texto 2 de 3


Les Misérables, como eu disse na postagem passada, é um dos musicais mais EMOCIONANTES que eu já vi na vida – a experiência enaltecedora de estar no teatro é ÚNICA e recompensadora. Meu coração deixou o teatro tremendo, mas profundamente tocado, e feliz de uma maneira única, diferente. É uma história TRISTE, acima de tudo, e profundamente melancólica, e você não vai sair do teatro saltitando e cantando as canções com um sorriso no rosto… mas você vai sair transformado e deliciado, e isso é fantástico. E para trazer ao palco essa experiência INCRÍVEL que é Les Misérables, temos um elenco talentosíssimo formado no Brasil, com uma competência extraordinária, sobre a qual eu gostaria de comentar abaixo, com a ajudinha de uma ou outra cena marcante do musical, em um grande mar de emoções que me marcaram.
Encabeçando o elenco, temos Daniel Diges como Jean Valjean, um espanhol com longa experiência em teatro, e que já interpretou Jean Valjean na turnê espanhola do espetáculo entre 2014 e 2015. Sua interpretação é tocante, sua voz é ARREPIANTE! Logo no início do musical, durante o fortíssimo prólogo, Daniel Diges confere profundidade emotiva suficiente ao personagem para nos comover, e depois temos outros momentos marcantes do personagem marcado por roubar um pão, ser o prisioneiro 23623, e então encontrar a possibilidade de recomeçar com um voto de confiança de um padre, embora seja eternamente perseguido por Javert. Um dos meus momentos FAVORITOS do personagem é quando ele se entrega a Javert, ainda no começo do musical (em 1823), para salvar um inocente, e se proclama o “23623”.
Wow.
Como seu arqui-inimigo, temos Nando Pradho (que eu assisti diariamente em Cúmplices de um Resgate), interpretando o obcecado Javert, que buscou Jean Valjean durante TODA SUA VIDA, e a interpretação de Nando é pungente e extremamente talentosa. Cada momento em que ele estava no palco eu queria ver mais dele, ouvi-lo cantar mais… sua vida se transforma, e não de uma boa maneira, quando o homem que caçou a vida inteira lhe concede a chance de continuar vivendo, durante a barricada, retirando-lhe do meio daqueles que o mantinham prisioneiro e lhe mantendo livre… incapaz de matar Jean Valjean e Marius nos esgotos, Javert resolve então se matar durante a ANGUSTIANTE interpretação de “Solilóquio” (“Soliloquy”), que nos tira o fôlego, até que ele pule da ponte em um dos efeitos especiais mais bacanas de Les Misérables.
Outra personagem IMPORTANTÍSSIMA e que faz uma participação intensa na primeira parte do musical é Fantine, interpretada por Kacau Gomes, que sofre dolorosamente tentando prover por sua filha Cosette, e é quem canta “Eu Tive um Sonho” (“I Dreamed a Dream”), uma das músicas MAIS FAMOSAS do musical. Sofremos com cada cena sua, e por serem poucas, elas são ainda mais marcadas por intensidade. O colar. O cabelo. E a dolorosa prostituição. É muito bonito quando Jean Valjean consegue salvá-la de um cliente, mas Fantine morre pouco depois, deixando Jean Valjean para cuidar de Cosette, que na fase adulta é interpretada por Clara Verdier, repleta de esperança e de pureza, vivendo um amor por Marius. Um amor ameaçado. Fantine só volta a aparecer no fim do musical, quando vem buscar Jean Valjean em seus últimos momentos de vida.
Aquilo me arrepia!
Gosto muito do personagem de Marius, interpretado por Filipe Bragança (saído de Chiquititas, agora indo para o teatro musical, que eu sinto que é sua paixão!), em uma interpretação comovente e talentosa para um garoto tão jovem! Marius é um personagem forte, e embora muitas vezes seja recordado por seu amor por Cosette, ele também é um estudante repleto de ideais e de esperanças, lutando bravamente em uma barricada fatídica que leva todos seus amigos, culminando na dolorosa interpretação de “Tantas Mesas e Cadeiras” (“Empty Chairs at Empty Tables”), antes que ele possa se aventurar a reencontrar a alegria com Cosette. Outra cena bonita dele é quando ele descobre que quem o salvou foi Jean Valjean, e leva Cosette para se despedir do pai, enquanto Fantine e Éponine vem buscá-lo, naquele final triste e forte.
No qual sentia meu coração tremer.


E a queridíssima Laura Lobo, interpretando Éponine, dona da canção “Só Pra Mim” (“On My Own”), a filha dos Thénardier, que cresceu com Cosette, e com quem inverteu os papéis em questão de estilo e figurino, de quando era criança para quando era jovem. É uma personagem cheia de crenças e de amor – ela ama Marius, ela quer que ele a note, mas é doloroso como ele se apaixona por Cosette e ainda a usa para mandar correspondências para a garota por quem é apaixonado… e ela morre em batalha, passando-se por um garoto na barricada, nos braços de Marius… uma das cenas mais DOLOROSAS de Les Misérables. E pensar que Laura Lobo esteve na primeira produção do espetáculo no Brasil, 16 anos atrás, como a pequena Cosette! Eu sou fascinado por Laura Lobo desde que a vi como a Wandinha em A Família Addams, em 2012 (duas vezes) e eu fico MUITO CONTENTE por poder vê-la novamente no teatro e por ela ser tão querida e simpática.
A encontrei no fim do espetáculo, embaixo de chuva, e ele estava sorridente assim!
Um AMOR de pessoa! <3


Outra marca de Les Misérables é o elenco infantil. Com três personagens crianças, nove atores mirins se alternam nos papéis. Temos Ashley Bernardi, Isa Cavalcante e Luiza Nery se alternando no papel de Cosette, sendo essa última quem estava na noite em que assisti à linda interpretação de “Castelo no Céu” (“Castle on a Cloud”), tão sonhadora e, por isso, dolorosa. Também temos Gabrielly Saiury, Sophia Lins e Taby Carvalho se alternando no papel de Éponine. E, por fim, Lorenzo Tarantelli, Nicolas Cruz e Matheus Leandro no papel de Gavroche. Foi com Matheus Leandro que vi Les Misérables, e para mim Gavroche é um dos personagens mais doces e queridos do musical, repleto de cenas encantadoras, de falas marcantes e ele até mostra o dedo para Javert! Por isso é TÃO DOLOROSO vê-lo morrer na barricada.
O restante do elenco é marcado por Pedro Caetano, Ivan Parente, Andrezza Massei, Camilla Marotti, Cássia Raquel, Laís Lenci, Lara Suleiman, Letícia Soares, Pamela Rossini, Raquel Antunes, Roberta Jafet, Davi Barbosa, Douglas Tholedo, Gabriel Falcão, Henrique Moretzsohn, Jessé Scarpellini, Leo Wagner, Lucas Cândido, Max Grácio, Vitor Moresco, Luíza Lapa, Vânia Canto, Diego Velloso, Fellipe Guadanucci e Thiago Lemmos. Deixei de fora, para comentar agora, Rodrigo Negrini, meu eterno LINK LARKIN, no PRIMEIRO MUSICAL QUE VI AO VIVO, e por isso alguém que representa muito para mim em teatro musical! E o fofo do Bruno Sigrist, que eu queria MUITO ter encontrado no fim do espetáculo para conversar com um pouquinho, visto que sou seu fã desde 2010, mais ou menos, com O Despertar da Primavera, mas já o assisti ao vivo em Cazuza – Pro dia nascer feliz, Rock in Rio, o Musical e, mais recentemente, em Cinderella.
Todos de PARABÉNS! Maravilhosos todos e sempre!
Les Misérables está lindo, e também é GRAÇAS A VOCÊS! <3


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