A Bela e a Fera (Beauty and the Beast, 2017)


“Tale as old as time / Song as old as rhyme / Beauty and the Beast”
Instantaneamente um dos meus filmes FAVORITOS de TODOS OS TEMPOS! Okay, se você já é apaixonado pela animação clássica de 1991, não vejo motivos pelos quais não AMAR A Bela e a Fera desse ano, em live-action, com Emma Watson e Dan Stevens nos papeis principais, porque tudo é feito com um cuidado esmerado, recriando os cenários, os figurinos e exatamente os momentos mais memoráveis que sempre nos fizeram ADORAR o conto. A Bela e a Fera tem tudo o que você pode esperar de um ÓTIMO FILME MUSICAL da Disney, com músicas clássicas e envolventes, sequências brilhantes (como aquela “Be Our Guest” da Lumière e companhia, no castelo da Fera) e um espírito revigorante. Bem produzido e apaixonante, o filme é um grande presente, para os olhos, os ouvidos e, em última instância, para a ALMA. Que história comovente, interpretações belíssimas, tudo encantador!
Visualmente, o filme é um deleite aos olhos – ficamos deslumbrados. A paleta de cores, ampla e paradoxal, cria muito bem o clima para o vilarejo provincial de Bela versus o Castelo em decomposição da Fera, onde é sempre inverno, e onde a cada pétala caída, parte do castelo desmorona com ele… sem vida, sem cor, o lugar se transforma perante nossos olhos com o passar do filme, mesmo antes da sua maravilhosa versão revitalizada no fim do filme. Para os fãs da animação, ainda há o adicional de ser magicamente próximo à versão de 1991, e isso enche nossos corações nostálgicos de ALEGRIA e prazer. Cenários lindíssimos, tanto nos interiores quanto nos exteriores grandiosos… arquitetura belíssima do castelo. Fora os “objetos” lindíssimos que são animados em computador, e são adoráveis em efeitos PERFEITOS. Ah, e os figurinos… que figurinos belíssimos!
Do vestido simples de Bela, ao seu deslumbrante vestido amarelo.
E a roupa de “baile” da Fera! <3
Um dos motivos da intensa e eterna paixão por A Bela e a Fera está na belíssima trilha sonora, com músicas incríveis que nos marcam intensamente. Da incrível introdução musical com “Belle”, no vilarejo, a momentos divertidos como “Gaston”, no pub (com destaque para Josh Gad, nosso eterno Olaf e Elder Cunningham, que estava apaixonante como LeFou), e emocionantes como o épico “Beauty and the Beast” no momento do baile de duas pessoas. Uma dupla de canções nos comove no meio do filme, e é a particularidade da construção e desenvolvimento da trama que “Days in the Sun” e “Something There” promovem. “There may be something there / That wasn’t there before”. Esses momentos são tão repletos de pura esperança que eu me sinto respirando de forma diferenciada ao memorar as cenas… e é apaixonante, como eu disse.
Bela está brilhantemente interpretada por Emma Watson – nunca duvidamos dela, e ela entrega uma interpretação pungente, envolvida… perfeita. Ela é uma moça forte, determinada, e apaixonada pela justiça, pela família e por ela mesma. Isso fica evidente em cenas contra Gaston, no início do filme, por exemplo, ou em cenas como quando ela vai salvar seu pai Maurice e o engana para ficar em seu lugar, prometendo que escapará. E ela faz de tudo para concretizar sua promessa. Prisioneira da Fera, Bela pensa em escapar ainda que sua relação com os objetos, como Lumière, Cogsworth, a Mrs. Potts e Chip seja adorável… porque ela está encantada por aquele castelo que tem vida ainda que não esteja encantada pela Fera “amedrontadora” que mora naquele castelo, que a apavora quando ela se aproxima da redoma com a rosa, mas a salva dos lobos quando não tinha obrigação nenhuma…
Pode até parecer rápida, mas é uma construção bonita que leva tempo para que Bela aceite a Fera. Ela fica, em um primeiro momento, pela sua relação com seus novos amigos, e pela biblioteca FASCINANTE que o castelo oferece. E também porque a Fera a salvou quando não tinha essa obrigação, e isso a faz ver, ao lado dos depoimentos da vela, do relógio, do bule e da xícara, que o príncipe tem mesmo um bom coração em algum lugar. A Fera, ou o Príncipe Adam, é uma pessoa cuja história (cujo pai) o tornou quem ele é, e agora ele está próxima demais de sua última oportunidade para estar disposto a mudar… mas Bela o faz mudar. Lenta e gradualmente. Eles se divertem lendo livros durante o jantar, ou andando pelos arredores do castelo e conversando, e eu acho que o príncipe, naquele momento, descobre algo que nunca conheceu de fato: O AMOR.
Ele até a leva para a Paris da infância dela, e a sequência me arrepia!
É nesse contexto que caminhamos até o momento do baile, uma das construções mais bonitas da trama. Ele disse numa brincadeira, e ela aceitou dançar com ele… há muito tempo ele não dançava. Ela ficou estonteantemente BELA com aquele vestido amarelo com fios de ouro… impecável. Ele ficou, mesmo como Fera, lindíssimo em sua roupa azul. E eles dançam lindamente enquanto a Mrs. Potts canta “Beauty and the Beast”, e não tem como não ser uma das cenas mais memoráveis do filme. É, sim, de arrepiar. E ali ele se abre mais que nunca, e eles têm um momento lindo quando ela vê seu pai sofrendo nas mãos de Gaston pelo espelho mágico da Fera, e a Fera a liberta… diz que ela está livre, que ela pode ir embora. O “Evermore” da Fera nos parte o coração, mas Bela precisava ir embora e precisava ajudar o seu pai, salvar o pai do verdadeiro monstro:
GASTON.
O filme é bem-sucedido ao criar perfeitamente essa trama – nós entendemos o quanto o exterior pode ser enganoso. O quanto a Fera é “assustadora”, mas tem um excelente coração, enquanto o verdadeiro monstro é um humano ambicioso e capaz de tudo, como o Gaston. Capaz de atacar Maurice, capaz de atacar Bela dizendo que ela está “sob o feitiço da Fera”, incitando o povo do vilarejo a marcharem até o castelo da Fera para destruí-la – porque o medo do diferente e do que não se pode entender é grande demais! Uma crítica excelente como essa é coroada com uma das melhores cenas, a meu ver, que é a mobília lutando de volta contra o povo do vilarejo, para defender o seu castelo, o seu lar e, acima de tudo, o seu mestre: o Príncipe Adam. E eles lutam o quanto e como podem, e eu nunca senti tanto orgulho!
Agora… é de partir o coração ver Gaston chegar até a Fera e dizer para ela que foi Bela quem o mandou, e caçoar dele por ter acreditado que uma moça como a Bela podia amá-lo… é reconfortante, na mesma intensidade, ver a Bela gritar por ele e, no mesmo momento, ver a Fera ganhar força para lutar. O clímax acontece principalmente entre os três, com a Fera conseguindo subjugar Gaston, mesmo depois de um tiro, mas poupando sua vida quando o ser patético diz que faria qualquer coisa para que ele não o soltasse… e com um coração DIGNO que a Fera tem, ela o faz. Mas Gaston não tem um pingo de dignidade em seu ser, e então ataca novamente, novos tiros que acabam com a vida da Fera (pelo menos eu vibrei ao ver Gaston despencando para a própria morte só pela ganância), que morre nos braços da Bela, chorando dizendo que o ama…
Trata-se de uma despedida de PARTIR O CORAÇÃO. Bela chora sobre o corpo gigantesco e pesado da Fera. Cada mobília se despede e se torna apenas um objeto sem vida. Plumette. A Mrs. Potts. O Chip (foi de chorar vê-lo partir). Cogsworth dizendo o quanto foi honroso estar ao lado de Lumière. E, por fim, em um giro último e galante, a própria Lumière. A última esperança, no entanto, está em Agathe, a feiticeira, por notar que a “Fera” AMOU, e que foi amada de volta. Então ela renasce a rosa, cujas pétalas transformam a Fera novamente no lindo Príncipe Adam, e toda a mobília volta a ser HUMANA, em um reencontro apaixonante e emocionante, que nos leva às lágrimas… um final BELÍSSIMO e comovente para uma história perfeita, com uma mensagem lindíssima sobre o poder não só do amor, da determinação e da honra.
Definitivamente, um dos melhores filmes da minha vida!
<3

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