On Broadway – Into the Woods – Once upon a time…


I wish…
Into the Woods traz uma nova visão sobre histórias clássicas, aqueles contos infantis famosíssimos atribuídos aos irmãos Grimm, de um jeito divertido e inteligente. Um musical diferente, repleto de músicas que nem sabemos onde mudam (como o início dos dois atos, com 9 músicas que parecem uma e o final, com 4 músicas no mesmo estilo) e Reprises interessantes. Música e letra por Stephen Sondheim e livro de James Lapine, o musical foi encenado pela primeira vez em 1986 (1987 na Broadway), mas continua ganhando versões em todo o mundo…
Achei que dessa vez, o On Broadway mereceria um texto diferente, e resolvi em cada um dos dois textos maiores (no meio tem a Música da Semana!) comentar sobre um dos atos – porque embora haja semelhanças e piadas importantes, eles são profundamente diferentes. Não em sua essência, sobre desejar muito alguma coisa, não estar contente com o que tem, e sair naquela busca incansável por alguma coisa pela floresta. Mas porque quando o primeiro ato acaba você tem certeza que aquele poderia, muito bem, ser o final do musical – um grande número de músicas, longo, e uma história complexa e bem fechadinha.
Como acontece? Acho que uma das coisas mais inteligentes é colocar esse Narrador. Apenas nas últimas versões (a primeira em 2010 e as subseqüentes) o Narrador passou a ser interpretado por uma criança, e quer saber? Muito melhor assim! Acho que ele desempenha um papel importantíssimo ligando toda a história e contando os detalhes, além de conferir um ar de inocência, e poder brincar na sua atuação, sendo dublando os personagens, sendo se passando por eles, usando seus bonecos e sempre refletindo os sentimentos de cada um deles – passando da euforia para o medo e o pesar em segundos. Um papel dificílimo.
Sem contar que é ele que traz o toque de realidade ao musical.
Portanto, suas roupas destoam do restante do figurino de maneira chamativa, e eu achei o menininho uma fofura com aquele belo uniforme escolar do estilo antigo, com a gravata e tudo. Apesar de que a Cinderela também anda por aí limpando a casa com um fone de ouvido. Enfim.
Cada um dos personagens deseja algo demais, mas acho que o cerne de tudo é o Padeiro e sua Esposa, que querem tanto ter um filho e não podem – a Bruxa lhes conta sobre a maldição lançada por ela ao pai do Padeiro (que tinha aqueles feijõezinhos mágicos) e como além disso também roubou sua irmã e a criou como filha: Rapunzel. Na busca pelos ingredientes (nos quais não pode tocar) para produzir a poção que a deixará jovem e bela novamente, ela encarrega o casal de consegui-los, em troca da retirada da maldição. “The cow as white as milk, the cape as red as blood, the hair as yellow as corn, and the slipper as pure as gold” (“A vaca branca como leite, a capa vermelha como sangue, o cabelo amarelo como milho, e os sapatos puros como ouro”).
INTELIGENTÍSSIMO!
Porque então fica uma bagunça que só, enquanto Jack está tentando vender sua vaquinha por dinheiro, Chapeuzinho Vermelho está indo para a casa da avó levar uns doces, Rapunzel tentando fugir para se encontrar com seu Príncipe, e Cinderela querendo participar do Baile; enquanto o Padeiro e a esposa conquistam e perdem regularmente cada um dos ingredientes. Tudo dentro de um prazo de 3 dias, dado pela Bruxa, e vemos o tempo passar, o relógio marcar meia-noite e o desespero crescer… com tantas histórias assim se cruzando o tempo todo? Interessante demais!
O Padeiro roubando a capa de Chapeuzinho e fugindo? EU RI DEMAIS!
Gostei de como os personagens foram retratados. Jack é tão bobinho e tão burro que chega a dar pena, mas sempre me perguntei como ele conseguiu trocar uma vaca por feijões. Chapeuzinho gordinha comendo os doces da avó, mas um tanto quanto saliente com o Lobo Mau (a cena da casa da avó é uma das coisas mais bizarras e mais engraçadas que eu já vi! “Excited and scared”). A Mulher do Padeiro é um tanto quanto desonesta, mas determinada, e eu achei ela engraçadíssima, sempre rindo de suas piadas. “Oh… Oh! We mustn’t give up on beans!”. E o Padeiro tão terno, tão prestativo.
O primeiro ato acaba no que normalmente acaba cada uma das histórias – felizes para sempre. Com a diferença de que a Bruxa está viva e nova (mas sem poderes) e o felizes para sempre não deve durar muito. Mas Cinderela e Rapunzel estão felizes com os Príncipes (Rapunzel tem filhos!), o casal principal finalmente vai conseguir ter seu filho, e o Narrador está pronto para ir embora/ir dormir. Uma história inteligente, cheia de referências legais e piadas engraçadíssimas, que traz uma nova visão no segundo ato. To be continued… HAPPY EVER AFTER!


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