Somos Tão Jovens


Apaixonante.
O filme realmente me fez muito bem. Depois de duas semanas de atraso (eita, minha cidade), eu finalmente pude ir ao cinema, e foi uma experiência sublime. Emocionado do início ao fim, cada música e cada acontecimento me arrepiou e fez lágrimas se juntarem em meus olhos. Minha admiração cresceu, ri com vários momentos, sofri junto com os personagens. E quando Será começa, uma tristeza imensa bate, e uma sensação de inconformidade pelo filme já ter chego ao final.
O filme conta a juventude de Renato Russo. Não teve nada de antes disso, e acabou assim que eles fizeram a primeira viagem deles para o Rio de Janeiro para a primeira grande apresentação, o momento em que o Legião Urbana realmente foi lançado para fazer o sucesso estrondoso que fez. E o foco está mesmo na personalidade confusa e divertida de Renato (brilhantemente interpretado por Thiago Mendonça, que conseguiu reproduzir os trejeitos de Renato e a personalidade, incrível!), suas relações com as pessoas a sua volta. Foi extremamente emocionante, bonito, sofrido. O tipo de filme que eu já estou com vontade de ver de novo…
A história é bastante bonita. No período da ditadura e influenciados pelo punk rock internacional, a juventude faz muitas coisas enquanto Renato corre atrás do seu sonho de ter uma banda. Que inicialmente dá certo com Fê e Flávio Lemos, com os quais ele monta o Aborto Elétrico. A escolha do nome foi simplesmente fantástica! E por causa de muitos problemas entre eles, eles acabam se separando de maneira dramática, mas felizmente até que no fim fica um clima ameno entre todos. E com outras pessoas totalmente novas, ele forma o Legião Urbana.
Não que não tenha muita coisa in between.
Provavelmente a mais bonita das relações de Renato Russo (“Russo?”) seja com Aninha, interpretada por Laila Zaid. Ela brilha em seu papel, com um conjunto de cenas boas e emocionantes – além de um sentimento tão verdadeiro que é incontestável. A maneira como os dois têm aquela amizade tão bela, tão real, como eles verdadeiramente se amam. E uma das frases dele faz todo sentido: “O que seria de mim sem ela?”. Dessa maneira, quando ele confessa ter escrito a música para ela e a canta, todo emocionado e ela aparece, o sorriso e as lágrimas são inevitáveis. Belíssimo!
Mas também com Flávio, interpretado por Daniel Passi. Eu achei que mesmo com o personagem falando tão pouco, o ator fez muito bem seu papel com as expressões, e a história foi contada de maneira bela e meio que no sub-texto. Não sei o que aconteceu na vida real entre Renato e Flávio, mas era claro que Renato era apaixonado por ele (e o Thiago fez isso muito bem), mas o Flávio de Daniel Passi também era apaixonado por Renato, e isso vocês não podem negar. Os olhares entre os dois, que todos conhecem, que dizem muito sem dizer uma palavra. A proximidade que um sempre buscava do outro (a história da foto dos dois foi ótima!), e a maravilhosa cena em que Renato aparece na janela dele pedindo para passar a noite lá. “Você está bêbado?” – a pergunta de Flávio deu uma impressão da intenção “Não, você está bêbado e eu não quero nada assim”.
Me partiu o coração.
E se você parar para pensar, o Flávio do filme era bastante calmo e inativo, do tipo que não conseguia se impor nem mesmo com o próprio irmão na banda. Não era o tipo de coisa para a qual ele se imporia… enfim.
Se você me perguntar, eu me apaixonei pela mãe de Renato e pela maneira como ela foi representada e interpretada por Sandra Corveloni. Absurdamente compreensiva, ela deu provas de amor muito grandes ao filho, e protagonizou cenas de diversão e carinho que são típicos de uma ótima mãe. Na verdade, mesmo com alguns gritos, Renato deu muita sorte nos pais que teve, ambos muito carinhosos e que se importavam demais com ele. Vide a cena em que ele briga por causa da TV, mas culpado vai até lá e dá um abraço muito apaixonado no pai. Aquela cena realmente me comoveu!
As músicas… de arrepiar! Começa com uma versão instrumental bem lenta de Tempo Perdido que me arrepiou inteiro, e mesmo tentando não fazer isso, eu cantei a música inteira durante os créditos iniciais. Que já foram perfeitos. O final ainda foi com Será, simplesmente épico, embora eu estivesse triste demais pelo fim do filme. E no meio do filme, na última apresentação do Aborto Elétrico, eles cantam Geração Coca-Cola com uma emoção e energia que eu nunca vi em toda minha vida. PERFEITO! E eletrizante… você se contagia com tudo, com a cena, com a perfeição… é a cena que eu quero ver novamente, novamente, novamente e novamente quando comprar meu DVD…
Legião Urbana é uma das maiores bandas do rock brasileiro. Renato Russo é um talento inquestionável. O filme só podia ser mais longo e contar mais história (às vezes fiquei com um pouco de desejo de um pouco mais de história e background para os demais membros da banda, por exemplo – e mesmo um pouco mais da vida de Renato Russo), mas o que fez foi perfeito. O filme nos diverte e nos emociona do começo ao fim, e nos faz sonhar e pensar… um filme encantador, maravilhosos, que todo mundo deveria assistir… especialmente se você já é fã da banda. Então, CORRA!

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