Project X


Nossa, que exagero!
Mais um daqueles filmes adolescentes que vem na esteira de sucessos como American Pie, mas não consegue ter todo aquele charme que sua inspiração tem. Filmado em estilo documentário (o que parece estar virando moda, sendo que até super-herói já virou documentário), o filme até tem certo apelo, e não me arrependo de ter assistido. Mas me diz, esse tipo de festa realmente acontece frequentemente nos Estados Unidos, ou é mais um fetiche de adolescente americano?
Com uma premissa nada original, um grupo de amigos, com um protagonista meio loser, ignorado na escola e que não se dá bem com mulheres, planeja uma gigantesca festa na casa de um deles, quando os pais deixam a cidade. O escolhido é Thomas, inocente com a esperança de que a festa não seja lá muito grande e que sua casa permaneça intacta. Como se isso fosse acontecer. E então o filme entra naquilo de beber, não pensar em nada e festejar…
Até que saia totalmente dos limites. Mais do que qualquer filme do gênero que eu já tenha assistido. Acho que o grande trunfo do filme está em nos chocar com as proporções que tudo alcança. Porque eu juro que estava chocado. Até certo ponto nada de novo é apresentado – a festa, a bebedeira, os mais improváveis conseguindo se dar bem e assim por diante. Até a briga do protagonista com aquela que ele mais gosta, quando ela o vê com outra, acontece! Mas é logo depois disso que tudo sai do controle…
Nesse momento, em que ele sobe ao telhado, eu me coloquei no lugar de Thomas. Com a pressão da casa parcialmente destruída, com a droga no corpo, com a briga recente com Kirby, eu juro que pensei que ele fosse se matar. O que, também pensei isso, não seria uma atitude muito condenável, porque eu preferiria estar morto do que ter que enfrentar as conseqüências de tudo aquilo no dia seguinte. Não sei como ele conseguiu olhar para a cara do pai, e como isso acabou ficando leve no filme.
Completamente destruído, tudo, o filme não é lá tão engraçado, mas não é chato. Dá para assistir, se você gosta desse tipo de filme (adolescentes americanos em grandes festas com álcool, mulheres nuas, piscina e um só objetivo – fazer alguma coisa à noite) – mas passe longe se esse não é seu estilo. O diferencial está no gnomo roubado, no cara raivoso com o negócio de fogo, no naniquinho revoltado que destruiu alguns homens (que provavelmente nunca mais terão filhos)…
Mas Thomas é um personagem legal. Nunca fiz nada nem próximo do que ele fez nesse filme, mas ainda assim me identifico com ele pela personalidade. Ele é mais ou menos parecido comigo, e eu gostei bastante do personagem. Gostava de vê-lo, e ele me convenceu. O relacionamento com Kirby foi interessante – gostei do fato de ele tomar uma iniciativa, de se dar conta que gostava dela (“I hooked up with Kirby. I’m like, really, into her”) e não apenas se dar conta disso no final. Mas é claro que o famoso caso de ela pegá-lo com outra e se magoar não podia faltar…
Ao menos eles tiveram uma reconciliação fofinha.
Não perfeita, não épica, e nem exagerada. Mas fofinha.
Os valores abordados nesse tipo de filme adolescente são discutíveis, mas às vezes acho que esse tipo de coisa acontece em alguns lugares. Bem, não é um grande filme de comédia (eu não ri, não tínhamos um Stifler nem nada assim), e também não é o melhor filme adolescente já feito… mas se é o seu estilo, não é algo que eu digo para você passar. Mas na oportunidade de ver qualquer coisa com um pouco mais de conteúdo e história, opte pelo outro filme. Esse fica mesmo para aquele momento em que você só quer ver um pouco de American Pie. Em qualidade mais baixa. Até mais!

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