Sítio do Picapau Amarelo (2004) – O Rodeio: Parte 1



“Ninguém, mas ninguém, engana a Iara assim!”
A RETA FINAL DE LARA RODRIGUES E CÉSAR CARDADEIRO COMO NARIZINHO E PEDRINHO! Ainda estamos na terceira temporada do “Sítio do Picapau Amarelo”, mas, com o hiatus de fim de ano, entramos no ano de 2004, e temos apenas mais duas histórias antes que os intérpretes de Pedrinho e Narizinho sejam substituídos e o “Sítio do Picapau Amarelo” entre numa nova fase. “O Rodeio”, a penúltima história da temporada, começa quando uma companhia de rodeio chega ao Arraial dos Tucanos, e um dos seus peões, o talentoso Polidoro, é injustamente acusado de roubar um troféu (!), e então ele é expulso da companhia… agora, ele tem que provar a sua inocência, para recuperar o amor de sua adorada Branca Flor, seu lugar como peão da companhia e, de quebra, desmascarar a grande farsa que é Wilbert Adams.
“Eu num sô ladrão, i eu vô prova isso procê”
Enquanto isso, o Coronel Teodorico retorna de sua viagem, depois de passar uma boa parte da temporada ausente (gravações de “Chocolate com Pimenta”), e percebemos que ele não mudou nada. Como a Emília diz: “Eu não senti saudade nenhuma de você”. Teodorico voltou se achando dos Estados Unidos, com um novo touro bravo que ele trouxe para começar uma criação no Brasil e, para isso, ele precisa da ajuda da Vaca Mocha. E esse é um delicioso começo de história, porque nos remete lá ao início do “Sítio do Picapau Amarelo”, à época de “Reinações de Narizinho”, nos livros, e “O Reino das Águas Claras”, na TV, quando tínhamos aqueles casamentos absurdos entre menina e peixe-príncipe-rei, ou entre porco-marquês e boneca de pano. Porque a Emília ouve o pedido do Coronel Teodorico à Dona Benta e trata de intervir:
“A Vaca Mocha é uma vaca de respeito!”
Então, se o Coronel Teodorico quiser que a Vaca Mocha o ajude a começar uma criação de touros no Brasil, Emília exige que o seu touro se case com a Mocha primeiro. E, então, começamos a preparar o casamento da Vaca Mocha, com a Emília cuidando de tudo e delegando tarefas, colocando o Zé Carijó como padrinho (ele fica todo emocionado!), o Conselheiro para celebrar e o Louro João como “damo de companhia”. O Visconde, por sua vez, prefere nem ir à cerimônia, com medo que “a Vaca Mocha resolva comer uma espiga de milho para comemorar”. Esse início da história deu uma sensação tão gostosa de que estávamos de volta à época em que tudo começou! FOI UMA DELÍCIA DE ASSISTIR. Eventualmente, no entanto, a Emília acaba SUSPENDENDO O CASAMENTO ao se lembrar que o touro veio dos Estados Unidos…
Acontece que, se o touro veio dos Estados Unidos e só sabe mugir em inglês, a Vaca Mocha não vai entender nada (“O casamento está suspenso. Como é que eles vão conversar?”). Parece um impasse com o qual o Coronel Teodorico não tem paciência para lidar, e Zé é quem resolve o problema, dizendo que ele já andou por esse mundo todo e “mugido de vaca e berro de touro é tudo igual, em qualquer lugar, então eles vão se entender”. Sendo assim, Emília permite que o casamento prossiga. Mas esses casamentos no Sítio SEMPRE TÊM UM MONTE DE CONFUSÃO. Tia Nastácia se arrumou toda para a ocasião, mas ela escolheu um vestido vermelho para ir à cerimônia, e parece que o novo touro do Coronel Teodorico não gosta muito da cor… ENTÃO, ELE COMEÇA A PERSEGUIR A POBRE TIA NASTÁCIA!
Quem a salva, enquanto todo mundo está apavorado, é o Polidoro, que chega ao Sítio do Picapau Amarelo nesse momento, e aproveita para salvar a pobre senhora. Polidoro está andando sem rumo desde que foi expulso da companhia de rodeio, pensando em como vai provar sua inocência, e então Dona Benta o convida para ficar no Sítio, e ele aceita. O Teodorico até lhe oferece um emprego para domar o seu touro, mas Polidoro lhe diz que não pode aceitar, porque “já arrumou tudo com Dona Benta e vai ficar ali no Sítio dela”. Agora, o pessoal do Sítio está intrigado com os mistérios que Polidoro guarda, porque ele evidentemente tem segredos, mas a única com quem Polidoro conversa abertamente é a própria Mocha, contando para ela sobre Wilbert Adams, o cara que o acusou injustamente de roubo para roubar seu lugar na companhia de rodeio…
E, graças a isso, ele ainda teve que deixar seu amor para trás…
Branca Flor.
Tia Nastácia e Narizinho não demoram para conhecer a Branca Flor, quando a encontram na venda do Seu Elias, lá no Arraial, e elas a levam para conhecer o Sítio – assim que vê a moça chegando, Polidoro trata logo de se esconder, deixando tanto o Zé Carijó quanto a Emília cabreiros: “Aí tem coisa”. Branca Flor, por sua vez, está sendo brutalmente ameaçada por Wilbert Adams, o principal vilão dessa história, que quer que ela aceite ser sua noiva, ou então ele vai denunciar seu amado Polidoro pelo roubo do troféu, e então ele será preso… Branca Flor até tenta argumentar, dizendo que ele não tem provas disso, mas Wilbert Adams tem razão: ele é famoso, enquanto Polidoro é só um “peãozinho qualquer”, então em quem ela acha que a polícia vai acreditar? Com medo do que pode acontecer, Branca Flor aceita ser sua noiva…
Emília, então, pede que o Zé Carijó fique de olho no novo morador do Sítio do Picapau Amarelo, porque Polidoro se recusa a contar qualquer coisa – enquanto ele não conseguir provar que não roubou nada e que Wilbert Adams inventou tudo para roubar seu lugar, ele vai ficar de bico calado. Falando em Wilbert Adams, é ele que o Coronel Teodorico procura para domar seu touro, depois que Polidoro recusa o trabalho em sua fazenda. Mas é claro que Wilbert Adams não tem a mínima ideia de como domar um touro bravo. Ele dá um monte de desculpas para não ir, mas Perla Ruiva, a dona da companhia de rodeio, garante que, mais tarde, Wilbert Adams estará lá para domar o touro… e, infelizmente, Polidoro está por perto na hora que o touro começa a correr e perseguir a todos. Digo “infelizmente” porque ele doma o touro, de novo, e Wilbert Adams leva o crédito.
Sacanagem!
Enquanto isso, Branca Flor vai ao riacho pescar para se distrair, e acaba despertando a inveja de Iara. Vaidosa como sempre, Iara estava perguntando ao rio, assim como a rainha da Branca de Neve pergunta ao espelho, se existia “alguém mais linda do que ela”, quando Branca Flor apareceu para pescar, e imediatamente ela ficou incomodada. Cuca, vendo que a Iara estava nervosa com a bela garota no seu riacho, decide “se divertir um pouquinho”, e coloca lenha na fogueira. Diz à Iara que a moça está espalhando para todo mundo que “é muito mais bonita do que ela, e que perto dela ela é uma mocreia”, e então Iara fica ainda mais brava, e resolve cantar para a moça. Imediatamente, ela ganha a atenção de Branca Flor, e então transforma a moça em uma estátua de pedra. Emília, que viera ao riacho atrás de um cavalo marinho para o Polidoro domar, vê a moça petrificada.
Com a ajuda do Zé Carijó, Emília leva a Branca Flor de volta para o Sítio do Picapau Amarelo, e ela pede a ajuda do Saci, que não tem dúvidas do que aconteceu: isso é coisa da Iara, e só ela pode desfazer esse feitiço. Mas como? Quando Polidoro chega e vê sua amada transformada em pedra (“Meu amorzão, fala comigo”), ele não consegue mais mentir para Emília e os demais que não a conhece, e Emília garante que ela vai dar um jeito nisso tudo. Ela tem um plano. Ela pede que o Visconde faça uns óculos para a Iara, uns óculos que “a façam enxergar mal”, e então ela vai até o riacho para dar-lhes de presente para a vaidosa Iara… e a verdade é que a Iara é extremamente inocente e fácil de enganar, então ela cai direitinho no jogo da astuta boneca de pano. Aceita o presente, vê a Branca Flor como uma moça feia, e desfaz o feitiço.
Mas isso não vai ficar assim… Cuca fica FURIOSA quando percebe que a Emília enganou a Iara e a convenceu a desfazer o feitiço, então ela conta tudo para a Iara que, inicialmente, não acredita que a bonequinha a tenha enganado, mas então a Cuca a faz colocar os óculos de volta e olhar para o Pesadelo, e quando a Iara vê um rapaz gatinho no lugar do Pesadelo, ela entende que foi mesmo enganada. “A Emília vai se ver comigo! Ninguém, mas ninguém, engana a Iara assim! Ela me paga! Ah, se me paga. E aquela Branca Flor também”. Iara vai ser importante nessa história, e agora ela espera a oportunidade de se vingar de Emília e de Branca Flor, e essa oportunidade não tarda a aparecer, quando Branca Flor aparece chorando no riacho, pouco depois de ter contado para Polidoro que agora está comprometida com “Gilberto Adão”…
Será que a turminha consegue salvá-la de novo?


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