Good Omens 1x03 – Hard Times



“Have a nice Doomsday!”
AI QUE EPISÓDIO MAIS PERFEITO! Eu já estou tão apaixonado por Crowley e Aziraphale, que já começo a sentir falta deles, pensando que essa é apenas uma minissérie de seis capítulos. Nessa “sequência introdutória” (que durou mais de 20 minutos do episódio!), acompanhamos a “amizade” (mais que isso?) do Anjo e do Demônio ao longo dos 6.000 mil anos desde que Deus criou o mundo e Adão e Eva deixaram o Jardim do Éden, como vimos no primeiro episódio de “Good Omens”. E tudo é FASCINANTE. Além de ser gostoso acompanhar cada momento deles, ainda temos as atuações brilhantes de Michael Sheen e David Tennant, visuais incríveis e, o melhor que tudo: os melhores diálogos, que vão da comédia (amei a parte de Shakespeare) à crítica e reflexão mais séria (como o momento da crucificação de Jesus). TUDO ESTAVA NA MEDIDA CERTA!
Na primeira cena, estamos no Jardim do Éden, 4.004 a.C., logo depois da fuga dos humanos, quando Deus pergunta a Aziraphale sobre a espada, e o Anjo apenas enrola para responder… depois, Mesopotâmia, 3.004 a.C., mil anos depois da fuga do Jardim do Éden, quando Aziraphale e Crowley se reencontram e o que está acontecendo? NOÉ ESTÁ COLOCANDO OS ANIMAIS PARA DENTRO DA ARCA! Eu gosto do tom de brincadeira e da crítica sutil… em meio a frases cômicas e sarcásticas (“What is all that? Build a big boat and fill it with a traveling zoo?”), Crowley é surpeendentemente sensato quando se pergunta o porquê de Deus estar fazendo isso, e se mostra horrorizado com o fato de que até as crianças vão morrer. “Not the kids. You can’t kill kids”. Melhores comentários são a respeito da China, dos Americanos, dos Australianos, E AQUELE UNICÓRNIO ESCAPANDO ANTES DE ENTRAR NA ARCA!
POR ISSO NÃO EXISTEM MAIS UNICÓRNIOS HAHA
Depois, reencontramos Crowley e Aziraphale muito tempo depois, em Gólgota, 33 d.C., no momento da crucificação de Jesus. E eu gostei DEMAIS da cena. Há extremistas religiosos que foram contra a série (pedindo que a Netflix cancelasse uma série que nem era dela!), mas a verdade é que aquela cena foi super respeitosa, não teve nem um tom de comédia, e ainda tem uma crítica ferrenha à humanidade e a todos que nunca entenderam os ensinamentos de Jesus. Aziraphale pergunta se ele está ali para rir deles, mas Crowley diz que não, e quando o Anjo lhe pergunta se “ele conheceu o rapaz”, ele diz que sim, e ainda “lhe mostrou todos os reinos do mundo”. Então foi Crowley quem tentou Jesus quando ele esteve no deserto? Mas a parte mais forte do diálogo, que eu quis aplaudir, foi quando Crowley pergunta o que Jesus disse que deixou todos tão bravos, e Aziraphale responde:
“Be kind to each other”
OLHA O MURRO NA SOCIEDADE!
Infelizmente, tão verdade, tão atual… quantas “pessoas da igreja” ainda não entendem!
Oito anos depois, estamos em Roma, 41 d.C., e eu gostei muito do figurino deles, e foi nesse momento em que, talvez, o “clima” entre Crowley e Aziraphale ficou mais evidente, quando eles falam de um restaurante, de provar ostra, e Aziraphale fala sobre “tentá-lo”. A carinha do Crowley! O próximo encontro acontece no Reino de Wessex, em 537 d.C., na época do Rei Arthur, que estava promovendo a paz na Terra e tudo o mais, então o Crowley estava ali, trabalhando para semear a discórdia… no encontro de Crowley e Aziraphale, no entanto, eles decidem que talvez seja a hora de parar com isso tudo… eles estão sempre se esforçando para cumprir suas missões, mas um sempre acaba anulando os esforços do outro, então parece meio inútil… e se eles simplesmente parassem de interferir e mandassem relatórios rotineiros aos seus superiores?
Eles não viriam verificar… viriam?
Assim, as coisas são diferentes quando os vemos no Globe Theatre, Londres, 1601 – NA ÉPOCA DE SHAKESPEARE! Shakespeare está conduzindo os ensaios de “Hamlet”, com a célebre frase “to be or not to be”, mas parece que ninguém está lá muito interessado nisso… nem mesmo Crowley, que “prefere as comédias”. Quando Crowley e Aziraphale fazem um acordo, acaba sendo Crowley quem faz um “milagre” e traz pessoas para verem “Hamlet”. Quanto esses dois interferiram na história, não?! A próxima parada é Paris, 1793, no meio da Revolução Francesa, e Aziraphale foi preso como um traidor e está prestes a ir para a guilhotina… ou estaria, se Crowley não impedisse… afinal de contas, Crowley não deixaria que nada de ruim acontecesse ao seu “amigo”, e isso é muito fofo. Mas, embora ajude, ele insiste que ninguém pode saber que ele ajudou um Anjo!
Em 1862, St. James’s Park, Crowley pede que Aziraphale lhe consiga um pouco de água benta… uma “pílula de suicídio”, caso ele precise, caso alguém descubra, mas Aziraphale se recusa e entregar-lhe. E não é por medo de ser descoberto por seus próprios superiores, mas porque ele não consegue suportar a ideia de algo ruim acontecendo a Crowley! Eles brigam, dizem que “não precisam um do outro”, o que evidentemente é uma mentira, como descobrimos quando chegamos à Londres de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, e Aziraphale encontra uns nazistas em uma igreja e é traído por “Rose Montgomery”, que na verdade era uma nazista disfarçada… quando parece que ele está prestes a morrer (de novo!), Crowley aparece – e olha como é IMPORTANTE o fato de ele aparecer, “dançando” em solo sagrado, apesar da dor, para salvar o “amigo”.
AH, COMO ELES SE AMAM! <3
A cena é ótima!
Pouco tempo se passa dessa para a próxima cena, em 1967, também em Londres. Aqui, conhecemos o Shadwell novinho, e percebemos que ele trabalha tanto com Aziraphale como com Crowley, embora os dois não saibam disso… Crowley está comandando um “exército” para lhe conseguir a água benta que continua querendo, e Aziraphale o espera para impedi-lo novamente: “I can’t have you risking your life”. O Anjo não queria lhe entregar uma forma de acabar com sua própria vida, mas ele tampouco quer que Crowley se arrisque atrás dessa água benta, então ele a entrega e se despede, recusando uma carona a qualquer lugar: “You go too fast for me, Crowley”. Então, retornamos ao presente, depois de tudo o que já vimos acontecer nos primeiros episódios, de volta ao momento em que Aziraphale descobriu o endereço do verdadeiro Anticristo…
A um dia do Apocalipse.
Quando retornamos ao presente, também acompanhamos os demais personagens, como o Adam, o Dog e Anathema, essa última surtando por ter perdido o livro de profecias, depois de tanto tempo em sua família… Adam é quem a encontra e se propõe a ajudá-la, enquanto tanto Crowley quanto Aziraphale pedem que Shadwell mande alguém para o vilarejo onde mora o Anticristo – Newton Pulsifer. Enquanto isso, Adam se aproxima de Anathema, a ouve falar sobre ocultismo, sobre aura, e ainda ganha umas revistas para que entenda mais do assunto, e é interessante vê-lo tão envolvido nisso tudo, falando de linhas de ley, de auras… enquanto isso, estamos mais perto do que nunca do Apocalipse, e O SEGUNDO CAVALEIRO é convocado, a Fome. E o vemos apenas brevemente, em uma cena interessante, como foi com a Guerra no episódio passado.
Ansioso para ver os Quatro Cavaleiros juntos!
Por fim, encerrando a trama do episódio e remontando à amizade de 6.000 anos de Crowley e Aziraphale, temos uma cena MUITO TRISTE dos dois, em que parece haver um rompimento… Aziraphale está tentando fazer o que acredita ser o certo, e embora saiba onde está o Anticristo, ele diz a Crowley que “eles estão em lados opostos”, e portanto não o diria “ainda que soubesse”. Doeu-me ver o Crowley dizendo que eles “não estão em lados opostos, só estão do lado deles mesmos”, e também quando Crowley diz que eles são amigos há 6.000 anos, e Aziraphale diz que “eles não são amigos, que ele nem gosta de Crowley”. Dava para ver em sua voz e no seu olhinho que ele estava mentindo, mas as suas palavras machucam do mesmo modo, ainda que Crowley saiba a verdade. “Oh, you do!” Mas, naquele momento, a amizade, a parceria, e o amor entra em pausa.
E eu fiquei muito triste por eles!

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