Vale o Piloto? – Rise 1x01



“I believe, I believe, I believe. Oh, I believe”
Com um Piloto FORTÍSSIMO desses, eu acho que “Rise” tem tudo para ser a minha nova série FAVORITA. Com uma história tocante, personagens carismáticos e atuações brilhantes, “Rise” traz uma trama repleta de assuntos polêmicos ao lado de um musical que faz exatamente o mesmo: “Spring Awakening”. Eu sou APAIXONADO por “Spring Awakening” há 12 anos, e para mim é um dos melhores musicais já produzidos… falo e penso sobre ele com a mesma PAIXÃO que Lou Mazzuchelli o faz, por isso o compreendo totalmente. O episódio introduz bem seus personagens principais, apresentando brevemente os seus maiores dilemas a serem explorados futuramente, e mescla isso com cenas e músicas de “Spring Awakening” que têm TUDO A VER com o que está acontecendo. O resultado é uma verdadeira obra-prima tocante, que culmina em dos momentos mais marcantes da história das séries, alinhado a uma música que muito me marca no musical: “I Believe”.
QUE CENA DE ARREPIAR.
Na série, o clube de teatro da Stanton High está nas mãos da professora Tracey Wolfe, uma boa mulher que, no entanto, está ali trabalhando em sua zona de conforto, fazendo uma produção inocente de “Grease” pela terceira vez na última década, e sem se aventurar por nada mais ousado que isso, nem em texto, nem em escalação… nem em nada. E isso é muito triste, porque embora ela tenha pessoas dedicadas e apaixonadas pelo teatro ao seu redor, isso não se expande, isso não é passado adiante, isso não faz com que novas pessoas conheçam e se juntem ao que está sendo exposto. Quando o Mr. Lou vai até a direção querendo assumir o Clube de Teatro, ele o ganha facilmente, e suas ideias são revolucionárias, embora ela não vá ter toda a abertura que deseja… ele só ganhou o emprego por custar menos para a escola do que Tracey.
E esse tratamento dado ao teatro é terrível.
Quando Lou chega ao auditório no meio de um ensaio de “We Go Together” (uma música que eu amo, mas que é apresentada sem a energia e a cor necessária!), talvez ninguém tivesse noção do quanto a vida de todo mundo estaria prestes a mudar. Ele está ali realmente para FAZER A DIFERENÇA. Ele começa dizendo “But, look, I was thinking, what... what if we did something out of the box, like… like ‘Rent’, or ‘Hair’ or ‘Spring Awakening’?”, e então assume o Clube de Teatro, por semanas fazendo loucuras, mudanças, melhorias. Ele inova, ele arrisca, ele CHEGA ATÉ OS ALUNOS. E eu acho que isso é o mais importante de tudo. Não só que ele esteja fazendo “Spring Awakening”, mas por ele estar quebrando barreiras e estar mudando a vida de cada um de seus alunos… de forma significativa. Eles não sabiam o QUANTO precisavam de Lou e de “Spring Awakening”.
Mas precisam.
Adorei o episódio, do início ao fim. Eu acho que a série caminha por gêneros com maestria. Ela tem um drama poderoso que sabemos que o canal sabe fazer muito bem, por ter nos trazido o primor de “This is Us” na temporada passada. E, aqui, temos muitas histórias para explorar, com as vidas pessoais dos alunos com sonhos frustrados, mães doentes, empregos infelizes, falta de aceitação na família. Uma série de assuntos fortes a serem tratados com personagens impactantes. Também temos, para os fãs de musicais, toda a parte musical da série, e para mim, fã de “Spring Awakening” desde sempre, essa série não poderia estar mais PERFEITA. Eu senti toda a emoção o tempo todo, do início ao fim, o poder dessa mudança… é bom ver os rostinhos mudando já durante o primeiro episódio, vê-los crescendo, ver que há muito a fazer.
Naturalmente, as dificuldades não são poucas. Não é fácil lidar com uma escola que não valoriza o Teatro, ou com um treinador de futebol que não deixa que ele escale o seu melhor jogador, ainda que o menino queira interpretar. Tampouco é fácil trazer à vida um musical forte e revolucionário como “Spring Awakening” em uma escola conservadora, ou interpretar um personagem gay para um rapaz que vem de uma família extremamente religiosa. Mas frente a todas essas dificuldades, eles se unem por aquilo que acreditam e aquilo que estão construindo juntos… para que possam continuar a fazê-lo. A última cena, arrebatadora, me encheu de sorrisos no rosto e lágrimas nos olhos, e para mim é um momento memorável, e será um momento memorável na vida de cada um daqueles jovens… o momento em que eles tomaram a frente.
Tenho MUITO a comentar sobre esse episódio, e vou fazê-lo ao longo dessa semana, em uma série de textos. Senti que o texto ficaria longo demais se eu me aprofundasse em cada personagem e em cada trama aqui, por isso o dividi e falarei sobre tudo aos poucos… tenho que cobrir bem essa estreia, até porque dentro de alguns anos eu vou assisti-la novamente com as mesmas lágrimas nos olhos, saudade e amor. Por ora, eu a RECOMENDO, demais. Não só porque tem música, não só porque tem uma montagem de “Spring Awakening”, que eu adoro (e se você não assistiu ainda, deveria assistir!), mas porque o potencial é gigantesco, as tramas são boas e a humanidade e verdade com que a história é contada é de arrepiar e merece palmas… um verdadeiro espetáculo semanal que vai nos alegrar, nos emocionar e, acima de tudo, nos fazer PENSAR.
\o/
Apaixonado já <3

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