Chiquititas (2014) – A avaliadora de Mili


Carinho, amigos e compreensão.
Mili acabou de ficar cega, e ainda está num processo muito complicado em que, normalmente, a superproteção é bastante presente, na vida real. No entanto, mesmo que ela tenha confiança de que vá voltar a enxergar, ela está aprendendo a se virar e criar algum nível de independência que, a meu ver, é importante para ressaltar o fato de que a vida não termina por isso. Vide o caso do Téo, em “Cúmplices de um Resgate”, e as cenas lindíssimas que tivemos sobre isso. No caso de Mili, que ficou cega por um trauma, ela tende a ter uma fase de revolta, como é o caso, mas o fato de Marian e Carmem quererem tirá-la do Orfanato Raio de Luz a qualquer custo só antecipa o seu processo de independência, e isso acaba, por fim, não sendo uma coisa ruim. As cenas são fortes, e no meio de muita raiva que eu passei, também houveram momentos lindíssimos da Mili com as pessoas que a amam.
E ela tem muita gente que a ama ao seu redor.
O plano de Carmem, agora aliada a Marian, é fazer com que Mili se sinta uma inválida. É profundamente cruel, e é ultrajante que ela vá falar diretamente com Mili, depois que pessoas como Júnior, Carol e Gabi já refutaram veementemente a ideia, sobre como, talvez, “ela devesse ir a um Instituto de Cegos”. E ela consegue entrar na cabeça de Mili ao dizer isso, chamando-a de egoísta, e é muito fácil fazê-la se sentir mal, se sentir um peso, ainda que ela tenha pessoas como a Carol, que é uma fofa, e que a dê forças e diga que ela sempre ajudou todo mundo, e agora é a hora de ela aceitar alguma ajuda, deixar que cuidem dela. E a verdade é que quase todo mundo está empenhado nisso, há muito amor envolvido, especialmente entre as meninas originais do Orfanato, que já se conhecem há muito tempo. Mas Marian é uma ***** e faz de tudo para infernizá-la!
Como resultado, Mili está em seu limite, e isso é bem triste. O Mosca decide que PRECISA SE DECLARAR para ela, porque é quando ela mais precisa dele e ele gosta dela de verdade. Ele se declara, e a cena é toda fofa, mas sem resultado. Eles até esclarecem o lance antigo da cartinha que ela deixou para ele embaixo de seu travesseiro, que “ele nunca comentou”, mas nenhum dos dois associa a culpa do seu desaparecimento a Marian. De todo modo, ele pergunta o que estava escrito na cartinha, e ela é sincera ao dizer que dizia que gostava dele, e que queria ficar com ele. Agora, no entanto, as coisas mudaram. Mili acredita que Mosca se declarou para ele só porque está sentindo pena e, além disso, culpa, e então diz que eles não podem ficar juntos, que é tarde demais, e pede que ele deixe o quarto. Meu coração se partiu, mas é uma reação compreensível.
Para completar, Marian torna sua vida insuportável, com atitudes como derrubar bolinhas de gude no chão do quarto, por exemplo, e Mili se sente cada vez pior. Ela explode, ela expulsa todas as meninas do quarto, ela tenta fazer tudo sozinha. E é tão triste. E Giovanna Grigio entrega, provavelmente, a sua melhor interpretação desde o início da trama… agora é o seu momento, e ela expressa essa dor muito bem! Mas Mili está no limite. Quando Marian faz novas brincadeiras sem graça, ela acaba surtando com o Thiago, por exemplo, que é o primeiro que aparece, e eu digo que são as cenas mais fortes da novela. Marian e Carmem, por fim, planejam demonstrar que Mili é prejudicial a todos, e quando Mili e Pata fazem chá juntas, Marian liga o gás para colocar a culpa em Mili, e é repugnante ver o desenrolar. Os gritos da Carmem, a maneira como Mili escuta tudo…
Pelo menos, e são essas cenas bonitas que fazem tudo valer a pena, Mili tem todo o apoio de suas amigas. AMIGAS PARA SEMPRE. Vivi, Pata, Cris e Bia estão com Mili no quarto em uma das cenas mais bonitas de toda essa trama, ajudando e dando força para ela treinar e se virar sozinha, e provar para a avaliadora que a Carmem vai mandar que ela pode continuar ali no Orfanato. E a Mili diz que elas são as melhores amigas do mundo. A amizade é mais forte que tudo e, no fundo, Marian e Carmem não chegam a lugar nenhum, além de aproximá-las mais e fortalecer esses belos laços de amizade. “Você sempre deu força pra gente nos momentos difíceis. Agora é hora da gente te ajudar”. Mas o problema é que Marian é insistente e constante. Quando ela joga sabão no chão do banheiro, por exemplo, só para a Mili cair… QUE ÓDIO QUE EU SINTO!
L
Um dia antes da grande “avaliação”, quando a Carol está ocupada cuidando do filho do Junior, que fica no orfanato naquele dia, Mosca falta à escola para poder ajudar a Mili… e como aquilo é sincero e bonito. Ele faz isso porque GOSTA DELA DE VERDADE, e faz sem nenhuma outra intenção… apenas porque quer o seu bem. Um momento marcante está quando Mili quase cai da escada e o Mosca a segura, com uma trilha sonora tocante, e Mili coloca a mão em seu rosto… um dos momentos mais românticos dos dois, com Mosca fechando os olhos para sentir o carinho da menina que ama. Mas o momento passa depressa… de todo modo, as ajudas do Mosca são de grande valia para a avaliação, que Carmem adianta quando Marian liga para ela dizendo que Mili está treinando e que, “infelizmente”, está se saindo muito bem. A tensão toma conta.
Mas parece que tudo vai dar certo, no final. É a impressão. Mili se sai bem na maior parte do tempo, levando Carol, Carmem e a avaliadora à cozinha, servindo-lhes um suco (embora ela quebre um copo, o que não significa nada, independente das tentativas de Carmem de maximizar o problema, porque a Carol diz que não vê sentido nisso, sendo que qualquer um pode servir um copo de suco para a Mili), depois indo sozinha até o quarto, arrumando a cama, separando roupa, arrumando a mesa… um monte de coisas, com uma competência impressionante. Carol está emocionada, a avaliadora está satisfeita. E então as entrevistas. Mosca é uma GRAÇA, todo fofo e apaixonado, dizendo que ela pode escrever que “ele ama a Mili e não vai deixar nada de ruim acontecer com ela”, mas Marian destrói tudo ao dizer coisas terríveis.
Sério, tudo bem empurrar a Marian pra baixo de um caminhão?
Na BR?
Ali veio a dúvida. A outrora admirada e feliz avaliadora agora estava questionando o lugar apropriado para Mili. Então ela pergunta a Mili sobre a “fase da revolta”, e a garota é totalmente sincera com ela, dizendo que ainda não passou, e que “não vai ficar cega para sempre”, mas a avaliadora precisa valorizar sua sinceridade. Por fim, ela dá o seu veredito, e diz que Mili precisa estar cercada de carinho, amigos e, principalmente, compreensão, e é o que ela tem de sobra ali no Orfanato. É uma fala LINDA, e os amigos ajudam, dizendo que todos reagiriam pior, dizendo que a Mili é forte, que é a heroína deles. Por isso tudo, ELA VAI FICAR! E eu chorei e eu ri de satisfação. A comemoração de todos, o amor evidente quando todos correm para abraçá-la e celebrar, e a cara de tacho de Carmem e Marian depois de uma derrota como essa.
Elas mereceram!

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Comentários

  1. Definitivamente a melhor fase de Chiquititas. Principalmente pelo fato das cenas não serem gravadas em ordem. A Giovanna gravou a cena descobrindo que estava cega e dois meses depois gravou a cena da queda.

    P.S.: em Carinha de Anjo temos cenas bem fortes como a Cassandra fumando ou o vídeo vazado dela com caras maiores de idade numa balada, bêbada ou drogada fazendo sei-lá-o-quê.

    P.S. 2: sobre o meu compacto: as tramas comentadas por aqui terão bastante destaque então. Decidi manter o baile e o acampamento. O baile é bom pra história da Vivi com o Matias e o acampamento para Pata e Duda.

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    1. Sobre essas cenas da Cassandra que comentou, estava escrevendo um texto sobre isso (até a gravidez da Tia Perucas) hoje mesmo! Domingo estará aqui no blog! ;)

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  2. Sem dúvidas Mili e Mosca juntos, é a coisa mais fofa desse mundo! Embora não assista muito essa versão de Chiquititas, mas pelo que vejo, os dois me enchem o coração com o sincero e puro romance entre eles. S2

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