Altered Carbon 1x06 – Man with my Face

“Takeshi, is that you?”

Algo que muito me interessa no gênero de ficção científica é a amplitude de questões que ela pode levantar. Eu gosto muito dessa parte repleta de ação, e cenas angustiantes como aquela finalização na Arena de Combate, além de plot twists bacanas que nos deixam empolgados por mais, mas confesso que não é isso o que mais me chama a atenção em uma série. No caso de “Altered Carbon”, eu estou bem interessado em resolver o mistério do possível assassinato de Laurens Bancroft, agora que sabemos que Isaac, seu filho, não é o culpado, e também amo as críticas à nossa própria sociedade, que estão ali, espalhadas por todo o episódio, de forma explícita e, infelizmente, dolorosamente real. Como toda aquela introdução de Takeshi Kovacs desesperado, com Kristin Ortega nos braços, chegando a um hospital, clamando por ajuda.

É REVOLTANTE como uma pessoa é tratada em um hospital, e essa não é a realidade de uma sociedade futurística e “desumana”, mas o que vemos acontecer diariamente no nosso mundo, um lugar onde o dinheiro é mais importante que a vida humana. Realmente, com Kristin naquele estado desesperador, e a mulher da recepção agindo com uma frieza, apresentando zero apreço pela vida humana. “So you’re gonna let her die?” Kristin morreria se tivesse que “esperar” para ser atendida, e então Tak cospe no monitor de pagamento, e o tratamento para com eles MUDA TOTALMENTE assim que descobrem quanto dinheiro ele tem… é totalmente desprezível e nojento. Então a levam imediatamente, Kovacs recebe um milhão de propostas que o irritam com toda a razão, e ele sofre de preocupação. Um pouco por ele, um pouco pela memória da capa.

Com Kristin em cirurgia, Poe, o FOFÍSSIMO Poe, trabalha com Elizabeth Elliot, e é impressionante como ele tem feito avanços significativos (“Do not be afraid of the monsters, Miss Elizabeth”), e também é de dar raiva quando você nota o quão babaca e intolerante Elliot é. Naquele lance todo do soco e de fazer Lizzie se sentir segura, ela abriu um sorriso, o que é algo significativo, e Elliot aparece para perturbar o tratamento e estragar tudo. A maneira como a relação dele e de Poe, agora, fica raivosa é interessante, mas Poe é centrado e bacana – ele descobre uma nova pista sobre o caso de Bancroft que manda Kovacs e Elliot até a casa de Sergei Brevlov, um dos Matusas que estivera na festa de Bancroft há alguns episódios, e a cena lá é bem mais rápida do que eu imaginei que seria, mas o desenvolvimento até que é muito bom, com Isaac.

Isaac é levado por Kovacs para a frente de sua família, e o tempo todo o que eu pensava era que não estava certo de que ele era mesmo o culpado. Na cena dos Bancrofts, Miriam defende o filho, enquanto Kovacs faz uma narração completa sobre o que aconteceu nas 48 horas antes do assassinato de Laurens: como ele chegou de Osaka à Arena e espancou o filho, e ainda traz o clone como evidência. Com a confusão que se forma, Takeshi Kovacs se dá conta de que Isaac não é o culpado: “He didn’t do it. Isaac didn’t do it”. Ele não tem a raiva necessária para fazê-lo. São todos Matusas desprezíveis, mas quase senti por Isaac quando ele diz “I don’t want you dead, dad. I want your respect”, com uma lágrima audível em sua voz. Por fim, com uma brutalidade exagerada e chocante, Laurens Bancroft se livra do clone que o filho imprimiu. O caso segue aberto.

E Kovacs segue investigando.

Quando Kristin acorda brevemente, ainda meio torpe, ela chama Kovacs de “Elias”, e aquilo o atinge profundamente. Quando ela acorda de verdade, ela está furiosa com ele por ter mentido sobre Samir Abbould, e por ter substituído o seu braço por uma prótese, mas ela não tem muito tempo para ficar brava com ele. Graças a Kovacs e o “buquê do perdão”, o chefe de Kristin na polícia é exposto como um traidor que passava informações da delegacia a uma figura misteriosa, e a maneira como Kristin usa o seu novo braço superforte para arrebentá-lo é fascinante, e quase divertido. Para descobrir quem é essa pessoa com quem ele se comunica, Kovacs usa a sua técnica de Emissário de “controle do constructo” para se parecer com Tanaka, mas não é o suficiente, quem quer que esteja do outro lado o vê claramente: “Takeshi, is that you?”

Ouch.

E então as coisas SAEM DE CONTROLE. Dimi II foi transferido para a Arena de Combate e a antiga capa de Takeshi Kovacs, o que é desconcertante, e Kristin e Tak são colocados na Arena para uma multidão sedenta por sangue, em uma luta vendida como “a humilhação final de Ryker”, com direito à exibição da morte real do amor de sua vida. No entanto, eles acabam vencendo os dois monstros da Arena, e as coisas se complicam de fato quando Dimi II, no antigo corpo de Kovacs, entra na luta, com lâminas envenenadas, e a multidão doentia grita por “Real death! Real death! Real death!” repetidamente. O final é espetacular, though. Takeshi mata Dimi e arranca o seu cartucho, e então o joga para Kristin, que o destrói com o seu novo braço. E é INCRÍVEL. A multidão, por fim, teria matado os dois, se não fosse por uma figura misteriosa que adentra o local.

“Hey, big brother”

Chegou a hora da irmã de Tak.

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