Altered Carbon 1x09 – Rage in Heaven


“This fight is not just yours anymore”
Um episódio antes do GRANDE Season Finale, e nós temos um dos melhores episódios da temporada. Muito bem escrito e desenvolvido, “Rage in Heaven” explora com um pouco mais de profundidade a mente doentia de Reileen, a desprezível irmã de Takeshi Kovacs, e o que encontramos no “Head in the Clouds” é perfeitamente PERTURBADOR. A sua obsessão desvairada pelo irmão só cresce, e ela é capaz de TUDO para “tê-lo ao seu lado” ou qualquer coisa assim, ainda que ela tenha que matar uma infinidade de pessoas para isso… é angustiante quando ela chega no hotel THE RAVEN, por exemplo, usando a capa de Kristin Ortega, e felizmente, apesar de levar um tempo até chegar aí, Kovacs percebe a enganação. O episódio, ainda, traz praticamente todas as respostas que queríamos ver, a respeito de Ryker, de Mary Lou e da morte de Laurens Bancroft.
O último episódio deve ser focado apenas na ação.
Por isso, esse foi quase um Season Finale, com um roteiro EXCELENTE!
Já conhecemos Rei e sabemos que ela não está brincando quando diz que “mataria a todos se fosse necessário para ter o seu irmão de volta”. Assim, ela manda Leung atrás da família de Ortega, porque ela supostamente “tentou roubar a sua”, e infelizmente o massacre é eficaz. Uma vez dentro de casa, Leung faz um estrago, e é DESESPERADOR. Kovacs corre pelas ruas apinhadas sem tempo o suficiente para chegar até lá e, ao chegar, só encontra os corpos espalhados. O pai, a mãe e as crianças… até as crianças. Eu senti algo pesar dentro do meu peito com essas cenas, sofri com os personagens. Irmãos se enfrentam novamente, e Kovacs descobre que foi ela quem falsificou o código Neo-C no cartucho de Mary Lou, porque ela contratou prostitutas e as reprogramou, para que se morressem não pudessem falar nada. E o ódio por ela só cresce toda vez que ela anuncia: “I did it for us”.
SHUT UP, SICKO!
De algum modo, quiçá, Kovacs pensa em salvar a irmã. “The sister I remember of… she was kind. I can’t save you. I can’t save anyone. I’m done trying”. Depois de dizer isso, ele parte para a Ilha da Orgia com Miriam Bancroft, e então o episódio dá uma guinada LEGAL. Quando o carro sai voando levando Tak embora, o pessoal comenta: “There he goes”. E, ao lado deles, Tak também: “There I go”. Então voltamos 18 HORAS para entender o que aconteceu, como chegamos até ali. Tudo começa quando Takeshi vê o estrago na casa de Ortega e recruta a ajuda de Elliot e Ava, e lentamente vemos a sua pose de “não me importo com ninguém” desmoronar. Afinal de contas, ele instrui todos a seguirem adiante, irem para longe, comprarem identidades novas (ele paga). Afinal de contas, ele está indo atrás da irmã e não pode perder tempo se preocupando com ninguém.
Foi quase uma confissão, não?
No entanto, ninguém parece disposto a abandonar Takeshi Kovacs, e isso é um máximo. Agora, por incrível que pareça, eles são mesmo AMIGOS. Poe sempre esteve ali, mas também Elliot e Ava, e o amigo de Kristin lá da delegacia. Kovacs produziu, com a impressora de Isaac, um clone de si mesmo (amei!), e parece a maneira perfeita de pegar Rei desprevenida. O plano é chegar até ela no “Head in the Clouds” com uma microcâmera no olho e fazê-la confessar. Assim, ela perderia todos os backups, o dinheiro e o poder, e acordaria depois de séculos, com a chance de voltar a ser humana. O plano ainda tem uma série de peculiaridades, como o Vírus Rawling, e eu gosto de como “Altered Carbon” é cuidadosa em sua escrita para apresentar com antecipação os elementos que serão importantes eventualmente em momentos como esse. Genial.
A chegada ao “Head in the Clouds” já é repleta de coisas que nos enchem de asco. Elliot se infiltra como um poderoso general, e recebe a “Experiência Iridium”. E tudo é tão DOENTE. A moça, de 19 anos, fala com ele com vulgaridade interpretada, e finge prazer ao dizer que “ele pode ir direto ao ponto”, mostrando as armas que ele pode usar para furá-la, rasgá-la e, por fim, matá-la. É totalmente angustiante. Ela pergunta se ele quer que ela grite, ou implore e começa a chorar por sua vida, e o choque de Elliot e de todos que assistem à cena é palpável, porque é o mesmo tipo de horror estampado em meu rosto ao escutar. “But you have to kill me. If you don’t they’re gonna fire me. Please. Please!” Essas garotas, desesperadas, não sabem que serão assassinadas e nunca serão trazidas de volta, e Elliot fica ainda mais determinado a FECHAR O LUGAR.
É bonita a cena em que ele a cobre e diz que ela nunca mais vai precisar fazer isso!
Ele promete.
Enquanto Elliot está infiltrado e suspeito, Kovacs está no porta-malas do lado de fora do antro, e uma luta com os seguranças o infecta com Ceifador, mas ele nunca desiste. Fiquei apreensivo na sequência INTEIRA, e adorei como ele atirou um dos caras lá para baixo e salvou a antena, especialmente quando os “serviços” oferecidos ali são evidenciados. É NOJENTO quando o homem oferece a Elliot outra mulher, ou um homem, ou quem sabe uma criança. Ali foi o cúmulo de tudo. Kovacs tinha que destruir isso tudo, depressa. 3 minutos. 1 minuto e 38 segundos. 57 segundos. 32 segundos. A tensão constante e crescente. 3 segundos. 2. 1. E então, com o backup em execução, a Antena é ativada, e Ava Elliot consegue invadir o sistema por tempo o suficiente para contaminar o backup de Rei com Rawling, o vírus mortal… não que isso já seja o suficiente.
Tudo é desesperador e revoltante, mas é bom ver o reinado de Rei começar a ruir. Gosto de sua reação ao descobrir sobre o Rawling, gosto do sorriso comedido de Kovacs. “You have one life left, and you’re wearing it”. Ali, ele dá a chance dela confessor, e a confissão é sensacional e muito didática, com todos os detalhes bem explicados. Como Rei usou Miriam para drogar Bancroft, e como o queria descontrolado para poder chantageá-lo depois. Mary Lou se matou porque não queria morrer nas mãos de Bancroft, e realmente a cena em que ele mata a outra garota e destrói o seu cartucho é FORTÍSSIMA, então Mary Lou corre e se mata, na esperança de que o seu cartucho fosse encontrado e ela pudesse incriminar Bancroft e Rei, mas ela já tinha sido reprogramada assim que foi contratada. Então, Rei usou isso tudo para incriminar Ryker, porque ele já tinha descoberto toda a verdade.
Gosto de como o roteiro é COMPLEXO, de como há uma variedade de pequenos detalhes a serem explorados, e é fascinante ver tudo se juntar em um único quebra-cabeças, todos os elementos desde o início de “Altered Carbon”. Ryker e Ortega, a droga, Mary Lou, o Código Neo-C, a morte de Bancroft. Rei conseguiu dele o que queria, e então Bancroft se matou mesmo (!), porque queria esquecer o que fizera, como se isso o isentasse da culpa. É um plano complexo, mas inteligente, mostrando o quanto a mente de Reileen é perturbada… de certa forma, ela fez tudo por Kovacs, esperando o momento ideal para liberá-lo, sabendo que Bancroft iria atrás de um Emissário para solucionar o seu “assassinato”, porque era orgulhoso demais para aceitar a ideia de que tinha se matado. Tudo é absurdamente doentio! Mas Kovacs demorou demais para prender Rei.
Ela sempre tem uma carta na manga.
QUE TENSÃO!

Para mais postagens de Altered Carbon, clique aqui.


Comentários