The X-Files 10x05 – Babylon


“Giving someone magic mushrooms?”
Eu gostei muito do episódio – particularmente, embora eu veja discordâncias na internet, eu gostei muito mais desse episódio do que do último. Ainda não está no nível dos dois primeiros episódios da temporada, que foram excelentes (espero que retorne para o último, agora), mas foi um episódio muito gostoso, e de certa maneira descontraído. Acho que ele investigou a própria natureza e complexidade de Arquivo X, bem como a relação entre o Agente Mulder e a Agente Scully, trazendo para a série os Agentes Miller e Einstein, como interessantes alegorias deles mesmos. E assim podemos parar e refletir sobre o cerne da relação, e as crenças divergentes mas complementares que eles possuem. Como eles se encaixam. “She’s clearly in love with him”. Tudo isso através de uma proposta inovadora para a solução de um caso bastante atual e muito sério: o ataque terrorista de muçulmanos extremistas nos Estados Unidos. Mas vale a constante lembrança de que nem todo muçulmano é extremista, e nós temos uma trama complexa e repleta de possibilidade nas mãos, a ser bem trabalhada.
Tudo começa através de um muçulmano em sua rotina matinal de rezar e adorar Alá, tomar seu café, ser rapidamente odiado no Texas por não ser americano, e explodir um shopping. Um homem-bomba (dois, na verdade) responsável pela morte de muitos inocentes, mas que, por fim, acaba “sobrevivendo” e ficando em estado vegetativo no hospital. O que levanta possibilidades. É assim que Agente Miller (interpretado por Robbie Amell) e Agente Einstein (Lauren Ambrose) acabam no caso. E a primeira cena que eles compartilham com Scully e Mulder é genial – divertida, bacana de assistir, mas faz todo o sentido. Há uma clara diferença nas coisas em que cada um acredita e em como eles planejam agir dali em diante, com as informações que possuem. Einstein mais racional e cientista, Miller querendo se comunicar com o terrorista no hospital para conseguir informação. Coisas que geram toda uma relação bacana, de concordância e discordância, e é fantástico escutar a voz de Mulder e Scully, reagindo à relação dos dois.
Que são, basicamente, eles mesmos. Versões mais jovens deles mesmos.
Assim, acredito que o roteiro trabalha com a melhor possibilidade de unir essas equipes, através daquelas ligações e pedidos diferentes – primeiramente, Scully liga para o Agente Miller, e diz que o encontrará no Texas, dizendo que quer ajudá-lo e tem uma idéia de como poderiam se comunicar com o terrorista, mas de uma maneira mais científica. Enquanto isso, Mulder liga para a Agente Einstein pedindo que ela fique para trás, não vá para o Texas, com uma idéia de o que podem fazer. Cada um dos dois se junta em par com aquele que mais se assemelha ao OUTRO na versão jovem deles, e de certa maneira mudam e complementam suas crenças e pensamentos. De maneira interessante e intensa. Enquanto o plano de Scully tem toda uma questão médica verdadeira, o plano de Mulder envolve uns cogumelos mágicos que o permitiria falar com o terrorista em uma espécie de plano intermediário ou algo assim. Você percebe como as coisas podem realmente ficar loucas e sair um pouquinho do controle. Okay, talvez um monte.
Participação especial do Kellog, pegando idéias para a Liber8?
O tema do episódio é interessante e absurdamente sério – não é trabalhado com tanta profundidade, mas é mencionado e somos convidados à reflexão. Há um ódio muito grande aos estrangeiros, especialmente muçulmanos, que não é justificativa nenhuma, mas é um ato a se pensar. A maneira como a enfermeira se posiciona como não achar que o terrorista é digno de toda a atenção que está recebendo, falando sobre as pessoas que invadem os Estados Unidos, roubam os empregos, lotam os sistemas de saúde e as escolas… é um infeliz discurso de ódio e xenofobia assustador, infelizmente presente não só nos Estados Unidos. O episódio trabalha com o poder da sugestão, mais forte do que tudo – e Mulder é um EXEMPLO disso, ao achar estar sob o efeito do tal cogumelo mágico. RI MUITO! Ele andando nas ruas e nos corredores do hospital foi ótimo! Ele dançando foi o MELHOR. Depois tudo sai de controle mesmo, o negócio fica desvairado, o woo-woo dele fica paranormal, há uma celebração, o terrorista como Jesus, e tudo fica muito bizarro e passa dos limites…
Mas isso é a loucura de The X-Files, em parte porque amamos a série, não?
E, com Babil Al Funduq, eles realmente resolvem o caso, por mais incompreensível que seja.

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