A Mediadora, Livro Três – Reunião


Suzannah é uma adolescente como outra qualquer. Bem, quase… ela tem um pequeno segredo: é uma mediadora. Fala com fantasmas e os ajuda a descansar em paz. Um dom um tanto incomum para ser dividido com colegas, irmãos e até mesmo com a mãe.
Mas de uma pessoa Suzannah não conseguirá esconder seu segredo. Gina, sua melhor amiga de Nova York, está na cidade passando uns dias com ela. Durante sua estada, quatro adolescentes morrem num acidente de carro. E Suzannah se vê obrigada a abrir mão de seus dias tranquilos com a amiga para ajudar as almas penadas. E para isso, ela precisará contar com a cobertura de Gina.
No entanto, não são só os fantasmas que precisam de ajuda. Michael Meducci, também envolvido no acidente, passa a ser perseguido e corre perigo. Mas quando forças sobrenaturais estão em ação quem está em segurança?

Definitivamente o meu livro FAVORITO em A Mediadora.
Lembro-me claramente de que, lá em 2008 quando eu li A Mediadora pela primeira vez, Reunião sempre foi o meu favorito. Eu tinha memórias vagas da trama (como o assassinato dos quatro Anjos da RLS) que foram se acentuando enquanto eu começava a minha leitura. E QUE LIVRO SENSACIONAL. Certamente continua sendo o meu livro favorito dos seis originais (uma vez que eu ainda não li o mais novo livro na série, com a Suzannah adulta). Eu acho que o livro é mais despretensioso do que Arcano Nove, por exemplo. Não é uma infinidade de tramas acontecendo ao mesmo tempo, mas o foco de Meg Cabot permite uma perfeita narração convincente que nos guia em uma história bem formulada, cheia de detalhes e investigação. Eu gosto do tom que A Mediadora tem. Além do típico adolescente que Meg Cabot adora (e nós adoramos) e o senso de humor inegável, há também muito mistério e suspense envolvido. Reunião é quase um livro sobre uma investigação policial, mas empreendida por uma adolescente… que consegue suas informações primeiramente de espíritos de fantasmas.
Tudo começa na praia. Gina, a melhor amiga de Suzannah de Nova York, vem visitá-la nas férias de primavera e adora a Califórnia, por mais diferente que ela seja. As cenas na praia envolvem muita coisa gostosa de adolescente, como ficar secando aquele salva-vidas perfeitamente gatinho que salvou o Dunga quando ele nem estava se afogando mesmo, para sua completa vergonha eterna na frente de Gina… mas quando elas saem para comprar alguma coisa para beber, Suzannah percebe que sua vida como uma adolescente normal não vai durar muito tempo, mesmo que sua melhor amiga tenha viajado quase o país todo para fazer uma visita de uma semana. Afinal de contas, como uma mediadora, Suze vê quatro fantasmas vestidos de gala tentando roubar uma caixa de cerveja, que cai estrondosamente no chão devido ao susto deles de poderem ser vistos por alguém. Dali em diante a Suzannah sabe que vai ter muito trabalho pela frente e que, além da constante ajuda de Padre Dom e de Jesse (eu adoro como os três trabalham juntos nesse livro!), ela também vai precisar da ajuda de Gina…
…quer dizer, ela sabe da história de ser mediadora.
Mais ou menos.
Os quatro fantasmas que Suzannah conhece na praia são os formandos da Escola Robert Louis Stevenson que morreram em um acidente de carro no último fim de semana. Os Anjos da RLS (Mark Pulsford, Josh Saunders, Carrie Whitman e Felicia Bruce) eram exemplos de popularidade e, particularmente, não eram assim pessoas tão boas. Não que merecessem morrer. Aparentemente, nós temos um terrível acidente que os matou quando eles voltavam de alguma festa e, em uma parte perigosa da estrada, foram atingidos por outro carro e caíram de um penhasco até o mar lá embaixo, morrendo afogados. Bem, curiosamente, um rapaz da sala de Suzannah, Michael Meducci, também esteve envolvido nesse acidente, em outro carro, e foi o único sobrevivente… e quando Suzannah parte em sua defesa contra Dunga, ele acaba começando a persegui-la de uma forma insistente que se torna bastante doentia e assustadora.
Não importa o quão bonito ele seja.
Você sabe que Meg Cabot gosta de criar personagens masculinos perfeitamente gostosos. Michael Meducci não é o modelo de beleza dos livros de Meg Cabot. Pelo menos não quando está vestido. Mas ele faria meu tipo… você sabe, se ele não fosse um assassino doente e tudo o mais. Com jeitinho de nerd, óculos e um suéter perfeitamente preenchido por ombros largos e um peitoral bonito, Meg Cabot faz questão de mostrá-lo só de sunga em uma cena, e as meninas precisam reconhecer que ele é… wow. Mas desde sempre ele parece muito assustador pela maneira como ele persegue Suzannah. Embora a obsessão até poderia parecer justificada, se você pensar que ele era um nerd sem amigos e a Suze o salvou da morte em pelo menos duas ocasiões. Nós não sabemos desde o começo toda a história de fundo que compõe a profundidade mais assustadora do personagem. Assim, quando os Anjos da RLS julgam Michael Meducci responsável por sua morte, ele corre constante perigo… e Suzannah está ali para salvá-lo. São cenas eletrizantes, como aquela da cabeça de carnaval caindo no meio do shopping ou, mais ainda, aquela luta entre os seis debaixo da água quando eu achei que Suzannah poderia morrer.
Sério.
E não seria tão estranho, um dos protagonistas é um fantasma…
Jesse <3
Mas então nós temos um desenvolvimento muito bacana para o livro que apresenta deliciosas reviravoltas dignas de uma investigação policial e, quando Suzannah vai com o Padre Dom e Jesse investigar o local do acidente, eles descobrem indícios de que os parafusos que prendiam a barreira que podia ter salvado os Anjos foi afrouxada por mãos humanas… e então eles têm uma conversa reveladora com os quatro fantasmas do livro. É uma cena eletrizante! As páginas parecem se virar sozinhas enquanto Meg nos guia em uma constante revelação que nos deixa extasiado. Entendemos como Michael Meducci é, por fim, o assassino por trás das mortes inicialmente tidas como um acidente, e é perfeitamente doentio como Suzannah se mostra disposta a ainda desmascará-lo ela mesma. A morte é elaborada e calculada, em seus mínimos detalhes, evocando traços de psicopatia desencadeados pela raiva que Michael Meducci sente pela irmã mais nova em coma depois de ter caído, bêbada, na piscina durante uma festa e quase morrer afogada. Agora beira a morte cerebral. Então o que Michael Meducci busca, calorosamente, é vingança.
E tudo parece acontecer em um crescendo.
A trama vai nos deixando mais apreensivos conforme o suspense se intensifica, conforme percebemos o perigo que Suze corre ao lado de um assassino que não é tão amador assim. Mas ele passa de todos os limites quando tenta matar Brad (o Dunga) e, com isso, quase mata não só ele, mas também David/Mestre, Jake/Soneca, Suzannah e Gina. E então Suzannah não está mais disposta a aceitar isso tudo e quase toma atitudes drásticas. Eu acho que ali temos algumas das cenas mais impactantes de toda a trajetória de A Mediadora, quando Suze leva Michael até o Ponto (o lugar onde aconteceu o assassinato dos Anjos) e invoca os quatro fantasmas para matá-lo. Afinal de contas, daquela vez ele tinha mexido com sua família. Por um momento eu não lembrava exatamente da finalização, e eu fiquei horrorizado ao ver os Anjos da RLS matando Michael Meducci enquanto Suzannah caminhava para longe. Não pelos Anjos e não por Michael, mas por Suzannah… ela não poderia viver para sempre com aquilo. Mas é a primeira decisão, eu acho. Talvez a mais fácil. É difícil não ter a certeza de que a “justiça” realmente será feita.
Mas Suzannah não consegue ver isso indo até o fim.
E por isso apanha horrores.
Acredito que é um livro extremamente importante para a série. Como resolução de casos não terminados de fantasmas, esse é definitivamente o melhor. Também é muito impactante como nós temos as relações humanas fortes nesse livro. É bom ter Gina ao lado de Suze e podermos conhecê-la, e é bom ver a amizade divertida entre elas, especialmente quando Suzannah explica toda a questão de ser uma mediadora para ela. É bacana ver que Suzannah já aceitou Mestre (há muito tempo) como um irmão e começa a gostar bastante de Jake. Mas mesmo com todas suas brigas com o babaca do Dunga, é quando ele é ameaçado de morte que ela surta e não permite que o Michael brinque com a sua família. Os três também parecem assumir a mãe de Suze como sua própria mãe, com cenas lindas nas quais eles a chamam de mamãe do jeito mais natural possível, e aquilo me arrepia. E, é claro, a presença de Jesse. Suzannah só terá um amor verdadeiro e será para toda vida. Ela assumiu finalmente que seu grande amor é o Jesse. E o Jesse tem momentos lindos tentando defendê-la, tentando mantê-la segura, e aquela linda finalização no hospital na qual, além do tradicional hermosa, ele a chama de querida.
E acaricia sua bochecha…
Quer dizer, tem como resistir?

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