Lost 6x01 – LA X: Part 1

Flash sideways

Certamente, um dos episódios mais intrigantes de “Lost”. Sempre comentei que eu sou um grande fã da quinta temporada de “Lost”, e me dá certa tristeza deixar para trás a ideia de viagem no tempo a partir de agora, mas “LA X: Part 1” é um ótimo e promissor começo para a última temporada da série, e os flash sideways (novidade da temporada!) são um elemento intrigante que parecem uma “resposta” aos eventos finais do episódio anterior, quando Juliet explodiu a bomba que supostamente impediria o acidente, a construção da Estação Cisne e, consequentemente, a queda do Oceanic 815. Agora, os sobreviventes “estão lidando” com duas realidades paralelas: uma delas ainda na ilha, onde tudo continua como sempre foi; outra fora dela, com o 815 pousando em segurança no LA X.

Uau.

Gosto de como “Lost” gosta de brincar conosco. Então, retornamos ao Oceanic 815 mais ou menos como nos lembramos dele, inicialmente. Vemos Jack pedir uma bebida, vemos a rápida conversa dele com Rose, enquanto Bernard está no banheiro, e o vemos segurar firmemente no braço da poltrona quando a turbulência que deveria indicar a queda do avião começa… mas, dessa vez, a turbulência termina e Rose tenta tranquilizar Jack, dizendo que “ele já pode soltar”. Alguma coisa já está diferente a partir daquele momento e, então, descobrimos que temos muito a explorar ali. É muito legal reencontrar personagens, como o Boone, ao mesmo tempo em que percebemos que, em algumas situações, as diferenças são mais gritantes, como a presença de Desmond.

A nossa rápida viagem pelo “novo” Oceanic 815 nos flash sideways nos traz um pouquinho de vários personagens. Além de Jack e a sua interação sempre interessante com Desmond, vemos Kate precisando ser acompanhada até o banheiro, vemos Sawyer tendo uma rápida interação com Hurley (destaque para o Sawyer o alertando de que “ele não deveria ficar contando para todo mundo que ganhou na loteria”, ao que Hurley responde que está tudo bem, porque “nada de ruim acontece com ele, ele é o homem mais sortudo do mundo”, indicando que as mudanças não são apenas depois da queda do avião), John Locke conversando com Boone, Rose e Bernard sendo a coisa mais fofa do mundo sob o olhar atento de Sun em seu casamento infeliz, Charlie quase morrendo no banheiro e tendo a sua vida salva por Jack e coisas assim…

É perfeitamente interessante.

Então, vemos o avião pousar em segurança e todos desembarcarem.

A ideia de que o plano em 1977 “deu certo”, no entanto, é apenas para o espectador – e, é claro, para aqueles personagens dessa segunda linha temporal, que pousam em segurança em LA X, sem imaginar qual seria a alternativa… até porque a ilha está submersa naquela outra “realidade”, ao que parece. Quando retornamos ao fim da quinta temporada e vemos o que aconteceu depois do clarão, descobrimos que estamos em 2007, deixando para trás a Iniciativa Dharma e a construção da Estação Cisne, mas nada muito significativo mudou, já que, ali, está o buraco que sobrou depois de Desmond explodir a escotilha no presente… tudo na sequência da ilha é conduzido com bastante tensão e uma sensação constante de urgência, até porque tem duas vidas que podem ser salvas.

A primeira delas a de Juliet – e preciso dizer que me parece cruel do roteiro fazer com que passemos pela morte de Juliet novamente, como se já não bastasse o sofrimento do episódio anterior. Quando o pessoal escuta os gritos de Juliet sob os destroços, Sawyer quer fazer de tudo para chegar até ela, o que nos dá uma pontada de esperança de que ela vai sobreviver, mas isso não acontece. Em defesa do roteiro, no entanto, toda a sequência da morte real de Juliet é a possibilidade de Sawyer se despedir dela, algo que lhe havia sido negado no fim da quinta temporada, e é um momento emocionante, mas profundamente triste. Vê-lo sair carregando Juliet nos braços é doloroso, e ele olha para o Jack com toda a raiva dentro dele, porque a culpa é de Jack.

A segunda vida que talvez possa ser salva é a de Sayid. Baleado, ele está em uma situação difícil, e já está além do que Jack pode fazer, como médico, para salvá-lo… mas existe outra alternativa. Enquanto espera pelo retorno de Jin, Hurley fica cuidando de Sayid e recebe a visita de Jacob, que morreu há aproximadamente uma hora, e ele fala sobre como ele pode salvar a vida de Sayid, mas, para isso, Hurley precisa levá-lo até o Templo… Jin saberá onde é, porque ele esteve lá com a equipe de Danielle Rousseau. Quando Hurley percebe, então, que não há nada que Jack possa fazer para salvar a vida de Sayid, ele resolve tentar – afinal de contas, Jin entende o que ele está dizendo quando ele menciona o Templo, o que quer dizer que Jacob não foi apenas uma visão inventada por ele.

Ele precisa tentar.

Depois da morte de Jacob, as coisas na praia ficam bastante tensas, mas pouco se sabe, ainda, do que vem a seguir nessa parte da história… o grande destaque fica para o Ben sendo “apresentado” ao corpo do verdadeiro John Locke, que foi trazido até ali, enquanto se pergunta quem é o homem que estava lá dentro da estátua e que o fez matar Jacob. Independentemente de quem seja aquele homem, Ben sabe que está lidando com alguém ou alguma coisa contra quem não tem a menor chance… alguém que não faz questão de esconder que é o Monstro de Fumaça, tampouco seu poder mortal de destruição. É quase engraçado ver o medo estampado nos olhos de Ben, porque isso destoa bastante do personagem que conhecemos em outras ocasiões.

 

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