Alice in Borderland 1x03

Sete de copas.

O EPISÓDIO MAIS FORTE ATÉ AQUI – e, na verdade, eu nem sei que rumos a série vai tomar de agora em diante… definitivamente, eu não estava preparado para o que acaba de acontecer. Mas isso é algo bom! Acabo de ter a confirmação de que “Alice in Borderland” é ousada e não tem medo de arriscar e chocar o público da forma mais fria possível… estamos em um JOGO DE COPAS, o que foi descrito, no último episódio, como um “jogo de traição que se joga com o coração alheio”, e a prova, como sempre, é brutal, mas tem um quê a mais, porque mexe com o psicológico dos jogadores de uma forma que nenhum outro jogo mexeu até então… é um tanto quanto assustador, e nos leva a questionar o que faríamos nessa situação, porque as pessoas podem virar verdadeiros selvagens quando se trata de sobrevivência… e é o que está prestes a acontecer.

Esse terceiro episódio começa onde o outro terminou, no fim da segunda partida de Arisu e Karube, e Arisu está transtornado com tudo o que viu e, de alguma maneira, causou – aquela mulher morreu na sua frente e ele sente que parte da culpa é dele, mas todos foram forçados a jogar e ele queria sobreviver… é isso o que Arisu está tomando consciência no início desse episódio: é um jogo de sobrevivência e ele quer sobreviver. A pergunta é: o que ele seria capaz de fazer para isso?! Já vimos um pouco do que Shibuki é capaz de fazer para sobreviver, mas seria Arisu capaz das mesmas estratégias que ela? Então, o jogo daquela noite é pensado justamente para testar isso em Arisu, e ganhamos a prova mais TENSA das três que já acompanhamos – mais tensa e mais trágica. Criei teorias, presumi finais, mas não esperava pelo que aconteceu.

Eu não estava preparado…

…e ainda estou em choque.

O jogo é de copas e o nível de dificuldade é 7, e mostra como o mestre por trás do jogo é perverso e doentio, e como calculou tudo para testar pessoas e separar grupos, para que as alianças não durem o suficiente… o nome desse jogo é ESCONDE-ESCONDE, e o conceito é bastante simples: um deles será o lobo e os outros três serão os cordeiros, e eles precisam se esconder; quando um cordeiro é encontrado, ele vira o novo lobo. A grande jogada da partida, no entanto, está em como o resultado é definido: o vencedor do jogo é quem for o lobo no final dos 15 minutos, e os colares dos três cordeiros explodirão como aconteceu na última prova com as pessoas com máscara de cavalo. Assim, o que recebemos de informação nesse início de partida é bem claro: APENAS UM PODE SOBREVIVER A ESSA PROVA, OS OUTROS TRÊS MORRERÃO.

Esperei ansiosamente por uma quebra do sistema, mas ainda era o terceiro episódio…

Não parecia episódio de começo de temporada!

Shibuki percebe rapidamente o que eu também percebi enquanto avaliava as regras: não era lucro deixar de ser lobo, o que quer dizer que quem quer que fosse o lobo não ia caçar os demais… parece, como Shibuki diz, “uma falha no jogo”, mas é justamente o que o torna tão interessante e tão perverso – então, Shibuki enuncia a ideia de que “não faz sentido os cordeiros se esconderem”, porque ninguém quer ser cordeiro no fim da partida, então ela faz com que Karube olhe para ela e, quando se torna o lobo, ela sai correndo: no fim, é o lobo quem tem que se esconder, enquanto os outros três o caçam. Naquele momento, eu torci sinceramente para que tudo fosse uma pegadinha, para que Shibuki fosse lobo até o fim e esse fosse o único colar a explodir… porque ela é capaz de qualquer coisa para sobreviver, e não se importa com quem tenha que matar.

Eu a julgo, mas eu não estou na sua situação – acho que ninguém sabe o que faria numa situação dessas, o instinto do ser humano é sobreviver. Por isso, vemos as pessoas se transfigurarem em versões muito mais assustadoras dos personagens que conhecemos. Eles caçam Shibuki, a começar por Karube, e tudo vira uma tensão que só cresce a cada segundo, e eu fiquei transtornado… transtornado de verdade. É difícil de se assistir, causa angústia e percebemos o quanto é fácil um virar contra o outro, porque todos querem sobreviver e, naquele momento, eles estão mostrando o que são capazes de fazer para conseguir isso. Durante todo o episódio, fiquei pensando em como a prova era bem formulada, sem imaginar como podia acabar, mas isso porque eu nem me permiti pensar na possibilidade de tudo acabar como o mestre do jogo disse que acabaria.

Mas acaba.

Me preocupei muito se a amizade de Arisu, Karube e Chota poderia sobreviver depois daquilo tudo, mas nem precisava ter me preocupado, na verdade… Arisu tenta argumentar, tenta falar que eles precisam estar unidos e tentar descobrir uma saída juntos, mas quando ele se torna o lobo, tudo o que ele faz é escapar, e quando parece que não há nada que ele possa fazer (e percebe, também, que ele não quer que sua cabeça exploda como viu a cabeça daquela mulher explodir no outro episódio), ele se esconde. Escondido, com Karube ensandecido procurando por ele, Arisu pensa em tudo o que aquele trio passou junto, e eu achei aquelas cenas tristíssimas… não eram para ser cenas tristes, mas se tornam, com tudo o que está acontecendo. Karube grita por Arisu, diz que ele é um fracassado e se quiser continuar sendo um fracassado, não há para que viver…

Tudo se torna extremamente sombrio.

Até que Arisu toma uma decisão: até que ele decida que se apenas uma pessoa pode viver, essa pessoa não pode ser ele, e então busca os amigos para transformar um deles no lobo e deixar que eles vivam… naquele momento, no entanto, nem Chota nem Karube querem ser encontrados (Chota segura Shibuki para que ela não apareça), e acho que essa é a grande ironia do episódio: no fim de tudo, acontece exatamente o que o jogo previra, e os cordeiros acabam se escondendo enquanto o lobo procura por eles. Sem sucesso. Segurei-me, tenso, para o fim do episódio, esperando uma grande reviravolta, esperando uma solução cair do céu, esperando uma pegadinha do mestre do jogo, mas nada disso acontece – no fim do episódio, Karube se despede de Arisu, mas não olha para ele, para não se tornar o lobo, e então enquanto Arisu corre para ele, o tempo acaba, e acontece exatamente o que o jogo dissera: os colares dos cordeiros explodem.

“Arisu… viva por nós”

Karube, Chota e Shibuki estão mortos.

O desespero, a dor, o choque e o grito de Arisu…

Aquilo me impactou profundamente, e me pegou desprevenido, mesmo que tivesse sido anunciado no início do episódio. Tolo, eu não acreditei, e então terminei o episódio em estado de choque.

O que vem por aí em “Alice in Borderland”?

 

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