X-Men: Fênix Negra (X-Men: Dark Phoenix, 2019)



The phoenix will rise.
Chega ao fim a nova série de filmes de X-Men, iniciada em 2011, com “Primeira Classe”, mas que atingiu seu ápice em 2014, com o maravilhoso “Dias de um Futuro Esquecido”. A adaptação da saga da “Fênix Negra” (uma espécie de força que toma conta de Jean Grey e a torna mais poderosa e perigosa), no entanto, não conseguiu agradar a muitas pessoas, com os críticos massacrando o longa… talvez pelas minhas baixas expectativas depois dos comentários, ou não sei o quê, eu acabei gostando do filme. Eu acredito que não é o melhor filme de super-heróis do cinema, tampouco o melhor filme dos mutantes, e o filme tem sim um problema de ritmo e uma direção às vezes duvidosa em cortes de cena meio abruptos que atrapalham o clima do filme, mas, ainda assim, eu não acho que tenha sido um filme ruim… e nos despedimos, agora, dos X-Men.
Por enquanto apenas.
O filme começa em 1975, apresentando uma Jean Grey de 8 anos de idade que ainda não sabia controlar seus poderes. A verdade é que não é apenas a “Fênix Negra” que deixa Jean Grey instável e perigosa, e acredito que tenha sido isso que a sequência inicial quis mostrar… ela está “discutindo” com a mãe sobre que música escutar no carro, quando, meio acidentalmente, ela muda a estação de rádio. Quando, assustada, ela grita mandando todos ficarem quietos, ela coloca a mãe para dormir, o que acaba fazendo com que eles sofram um acidente. Depois da suposta morte de seus pais, ninguém sabe bem o que será de Jean Grey, e é quando o Professor Xavier aparece dizendo que tem um lugar para ela, e ele é um fofo, na verdade, todo compreensível e calmo, e, mais do que tudo, deixando claro que “ela não está quebrada”.
Depois, vamos para 1992. Já estamos depois dos acontecimentos dos últimos filmes, e os X-Men estão saindo do Planeta Terra para uma missão espacial, em que precisam resgatar um grupo de astronautas em uma missão que deu errado. Nessa época, os X-Men eram vistos como “super-heróis”, as crianças os admiravam e carregavam brinquedos deles, mas existe desavenças dentro do grupo pela maneira como eles lidam com as coisas… o Professor Xavier é todo diplomático, até demais, fazendo tudo o que o presidente dos Estados Unidos lhe pedir, apenas para que eles continuem nas “graças” dos humanos – mas Xavier acaba colocando em risco a vida de mutantes para manter essa relação duvidosa. Xavier sabe que, a qualquer deslize, os humanos novamente se voltarão contra eles, e então eles estarão no inferno em que sempre estiveram como mutantes.
Na missão do espaço, que usa bastante o poder do Kurt e do Peter, a vida mutante é colocada em risco para salvar um último astronauta humano, e quando uma estranha força, que parece uma erupção solar, atinge Jean Grey e entra em seu corpo, eles acreditam que a perderam. Felizmente (ou não), Jean Grey ainda está viva, e é levada de volta para a Terra, mas enquanto alguns mutantes continuam sorrindo e acenando, posando de heróis, outros se cansam de todo esse jogo injusto que os coloca em perigo – Mística, inclusive, chega a convidar Hank para que eles vão embora, os últimos da Primeira Classe… ela já não aguenta mais o Professor Xavier e a sua liderança que pensa mais nos humanos do que nos mutantes. E eu gosto muito de como o filme traz bem forte isso à tona, porque essa sempre foi a base dos X-Men, e é muito forte.
O humano teme tudo o que é diferente.
Assim que eles fizerem qualquer coisa errada…
Jean Grey, depois do “acidente”, não é mais a mesma. Vemos a nova energia correndo por suas veias, e ela está se transformando. Depois que ela explode durante uma festa mutante e fica desacordada, o Professor Xavier percebe que não consegue mais entrar em sua mente, a não ser com a ajuda do Cérebro e, ao fazê-lo, ele vê que muros que ele colocou em sua mente aos 8 anos de idade, para privá-la da dor e do trauma, estão caindo, e agora ela percebe que seu pai está vivo… Jean Grey, então, vai em busca do pai, que não morreu no acidente de carro em 1975, como todos pensaram, e ela está muito brava com o Professor Xavier, por ter mentido para ela sobre isso, mas a verdade é que, embora ele não tenha feito a coisa certa, ele a fez com boas intenções… ele só fez o que fez porque queria protegê-la de um pai que não queria tê-la por perto.
O pai a rejeitou, disse que “não sabia lidar com ela”, e o Professor Xavier a acolheu com todo o carinho e compreensão do mundo – mas Jean Grey ainda não entende essa atitude do Professor. Assim, do lado de fora de sua casa de infância, temos um interessante confronto entre mutantes, que quase teve uma cena incrível de Evan Peters como Mercúrio, mas que infelizmente acabou sendo interrompida… uma pena, porque as cenas dele, como em “Dias de um Futuro Esquecido”, são sempre as melhores. Mas o confronto ainda não é o clímax do filme, e está ali para mostrar o quanto Jean Grey está mudada, e o quanto ela é perigosa. Raven, a Mística, tenta falar com ela, sobre como eles são sua família, mas ela não quer ouvir, e então novamente ela explode e novamente ela coloca em risco as pessoas que ama… e acaba matando Mística.
Enquanto os mutantes velam Mística, e enquanto Hank acusa o Professor Xavier de ser o culpado, Jean Grey tenta recorrer ao Magneto por ajuda, mas não responde à sua pergunta insistente sobre de quem é o sangue na sua roupa. Não ficamos com raiva de Jean Grey, na verdade, porque sabemos que ela perdeu o controle e não é sua culpa, mas ela realmente matou a Mística (!), e isso a está atormentando, independente de seu poder de Fênix Negra. A visita a Magneto é importantíssima para que ambos briguem entre segurar um helicóptero ou mandá-lo embora, e Magneto percebe que o poder de Jean Grey cresceu astronomicamente, tanto que talvez não seja mais páreo para ele. Depois da confusão que ela causa contra as forças armadas, que vieram atrás dos mutantes, Magneto diz a Jean Grey que não vai ajudá-la, e a manda embora.
Depois, Hank vem em busca de Magneto, e conta de quem era o sangue na roupa de Jean Grey: e ele está ali porque quer a ajuda dele para matá-la. Então, Magneto e Hank se unem para matar Jean Grey, enquanto os demais mutantes, liderados pelo Professor Xavier, tentam impedir que eles o façam, porque a verdadeira Jean Grey ainda está lá dentro, de algum modo, e é uma sequência bem interessante de ação, com os poderes de vários mutantes, e foi um momento que me remeteu à trilogia clássica dos filmes. Jean Grey vence Magneto, que é destruído de forma patética, e ela também teria matado o Professor Xavier, mas ele consegue chegar até ela não pelo seu poder, mas pelo seu coração… Xavier permite que Jean Grey entre em sua mente, e então ela vê que ele mentiu para ela, sim, mas sempre com boa intenção, para protegê-la, e ele se importa com ela de verdade.
É emocionante rever tudo o que Xavier disse a Jean Grey quando ela mais precisou!
E ela entende isso agora.
Antes que o filme possa ser concluído, no entanto, os humanos acabam capturando os mutantes, e é essa sequência que reforça a ideia primária dos X-Men, que nos leva de volta ao confronto de Xavier e Magneto. Como dizia Xavier, os humanos são intolerantes e basta um deslize para que eles não confiem mais neles e, pior, se voltem contra eles. Quando Jean Grey, no confronto em frente de casa, parou três carros de polícia, possivelmente matando os policiais dentro dele, ela colocou todos os humanos contra os mutantes novamente, e jogou fora tudo o que fora construído por anos pisando em ovos. Depois, quando as forças armadas foram atrás de Magneto e seus refugiados, ela destruiu helicópteros, e agora eles estão ali, novamente para caçá-los, como se fossem animais… os humanos são mesmo um LIXO. E mesmo que os humanos precisem de sua ajuda, eles não reconhecem.
Acontece que a Fênix Negra não é a vilã do filme – temos os humanos nojentos, sempre, e uma espécie alienígena que está em busca da energia que Jean Grey absorveu, para usá-la para dominar o mundo ou qualquer coisa assim. E quando os alienígenas quase indestrutíveis invadem o trem em que os mutantes estão sendo transportados, os humanos não têm nenhuma chance contra eles. Eventualmente, os mutantes são liberados e, mesmo eles, não parecem ser poderosos o suficiente contra aqueles estranhos alienígenas. Mas as sequências de ação são bem interessantes, e eu gosto muito do momento em que todos se soltam e se colocam em “pose de herói”, como diria o Deadpool, para lutar. E, agora, eles estão todos contra os alienígenas e protegendo Jean Grey, que está desacordada, e eu ADORO ouvir o Magneto dizendo que “mudou de ideia”.
Magneto <3
Por fim, Jean Grey também acorda, para “defender sua família”, e eu AMEI como ele abraçou essa família novamente, os protegendo. É um momento intenso, de extremo poder, Jean Grey + Fênix Negra, e a sequência final traz uma escolha de Jean: ela pode destruir a líder dos alienígenas, mas talvez isso queira dizer que ela vai destruir também tudo ao seu redor… para proteger os amigos, a família, Jean Grey decide levar a alienígena para o espaço, onde ela explode, literalmente, liberando toda a energia de “Fênix Negra”, mas consumindo não apenas a vilã, mas ela mesma… ela se sacrifica para acabar com toda a confusão. Mas ela não chegou realmente a morrer, embora não saibamos como ela está viva. Como Jean? Como Fênix? Como uma energia? Mas ela está lá, em algum lugar. Esse não é seu fim, tampouco o fim dos X-Men. Apenas um recomeço.
E o fim é cheio de esperanças.
Gostei.


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