Toy Story 2 (1999)



“O Rodeio do Woody”
WOODY DESCOBRE QUE É UM ITEM DE COLECIONADOR. “Toy Story 2” é um daqueles inusitados casos em que a sequência consegue superar a obra original – muito mais intenso, complexo e emocionante, esse filme aprofunda a trama dos brinquedos do Andy, sua relação com o garoto, que inevitavelmente vai crescer (isso será abordado com mais profundidade em “Toy Story 3”), e apresenta novos personagens fofos e carismáticos, como a Jessie e o Bala no Alvo. É um filme e tanto. E eu gosto muito de como o filme inverte os papéis do primeiro filme, dessa vez com o Woody em perigo, e o Buzz Lightyear liderando uma missão de resgate ao seu grande amigo. Afinal de contas, é como ele diz: “O Woody uma vez arriscou a vida pra me salvar. Eu não posso me considerar seu amigo se não fizer o mesmo”. E EU ADORO A AMIZADE DE WOODY E BUZZ.
O filme começa maravilhoso, com uma sequência espacial, que vai ser o contraponto a tudo o que Woody, mais tarde, descobre a seu respeito: que ele era um programa infantil de sucesso na década de 1950. Nesse início maravilhoso, que conta com os créditos iniciais do filme, temos o Buzz Lightyear, patrulheiro espacial, por uma série de cenários impactantes e enfrentando o Zurg… eu adoro o visual de “Toy Story 2”, e os quatro anos que o separam do primeiro filme já fizeram uma diferença notável. Tudo era uma partida de videogame, e eu adoro o Rex e o Buzz jogando, mas o Rex nunca consegue derrotar o Zurg, porque “seus bracinhos são muito curtos”. Sensacional. Quando retornamos, então, para o quarto de Andy, descobrimos que está chegando o “Acampamento Cowboy”, e o Woody está empolgadíssimo, ele espera o ano todo por isso…
A chance de passar uns dias sozinho com Andy.
Mas as coisas mudam quando a mãe de Andy (Emily?) lhe dá 5 minutos antes de sair, e ele vai brincar com seus brinquedos – e acaba rasgando um pouco o braço do Woody. “É uma pena, meu amor, mas os brinquedos não duram para sempre”. Então, o Woody acaba na temida PRATELEIRA! Na prateleira, Woody reencontra Wheezy, um pinguim com o apito estragado, que foi esquecido ali há tanto tempo que ele está cheio de pó e cada vez mais doente, e esse parece ser o destino de todo brinquedo, eventualmente. E, ao pensarmos em brinquedos com vida, como em “Toy Story”, isso se torna TÃO TRISTE. A validade dos brinquedos, brinquedos ficando velhos, sempre a um passo da lixeira ou da “venda de usados”. Woody até tem um pesadelo com o Andy o jogando fora porque ele está rasgado: “Ah, eu esqueci. Você tá rasgado. Eu não quero mais brincar com você. Tchau, Woody”.
Como o bom brinquedo e amigo que é, no entanto, Woody nunca desiste de seus amigos – quando Wheezy é levado para a venda de usados, ele se arrisca, com a ajuda do novo cachorro da família, para salvar o pinguim, e os outros brinquedos assistem assustados da janela, sem entender, achando que Woody está se entregando na venda de usados… eu adoro todo o tom cômico dos brinquedos gritando que “ele vale mais que 25 centavos”, mas eventualmente eles descobrem que Woody não estava se entregando: “Ah, não é um suicídio. É um resgate!” Infelizmente, no entanto, um acidente acontece. Woody é encontrado por uma garotinha, que quer comprá-lo e, logo depois, um colecionador encontra o Woody, a peça que faltava para que ele ficasse rico. Quando a mãe de Andy é intensa e diz que o Woody não está à venda, o descarado ROUBA o boneco.
E Buzz não tem tempo de salvar o amigo.
Woody é levado por Al, dono de uma loja de brinquedos, e é ali que ele conhece seus novos colegas… Jessie, uma vaqueira linda, fica empolgadíssima ao vê-lo, e Bala no Alvo é o cavalo do Xerife Woody, que também gosta de vê-lo. Por fim, temos o Mineiro, um brinquedo que nunca foi tirado da caixa. A turma fica animado ao vê-lo, e quando Woody pergunta “como eles sabem seu nome”, eles lhe contam quem ele é: Woody era a ESTRELA de um programa chamado “Rodeio do Woody”, na década de 1950, ainda em preto-e-branco, e tem muita coisa sobre ele, de ioiôs a botas com uma cobra dentro… é impressionante, na verdade, e a carinha encantado do Woody ao olhar para tudo aquilo É TÃO FOFA! O Woody é mesmo um brinquedo muito lindo, e eu adoro vê-lo feliz acompanhando o programa do qual ele fora a grande estrela no passado.
“Legal, legal! outra fita!”
Mas o Rodeio do Woody foi cancelado… ninguém soube o que aconteceu ao Woody depois que ele e Bala no Alvo pularam sobre o Grand Canyon para salvar uma mina, e toda a explicação é maravilhosa – eu adoro como “Toy Story” é um brinquedo INTELIGENTE. Naquela época, 1957, Sputnik foi para o espaço e, basicamente, as crianças só queriam brincar com brinquedos espaciais… assim, o programa saiu do ar, tudo foi substituído por brinquedos como o Buzz Lightyear, e ele foi “esquecido”. Agora, Al quer vender a coleção completa a um Museu de Brinquedos em Tóquio, e embora o Woody esteja empolgado com tudo o que descobriu e todos os produtos com seu rosto, ele não quer ir embora para o Japão… afinal de contas, ele ainda tem um dono para quem voltar, o Andy. Jessie fica desesperada, diz que “não quer voltar para a caixa, para o escuro”.
Porque o Museu só está interessado na coleção completa.
Enquanto o Woody é restaurado (e tem o nome do Andy pintado sob a sola de seu sapato, o que eu acho bem triste!) e impedido de escapar por uma TV que misteriosamente liga “sozinha”, seus amigos tentam chegar até ele, e eu adoro o Buzz como líder do grupo, uma posição que comumente cabe a Woody: “O Woody desistiu quando o Sid me amarrou num foguete? O Woody desistiu quando vocês o jogaram do caminhão de mudança?”, e os brinquedos protagonizam cenas FANTÁSTICAS, como aquele momento em que eles atravessam a rua com cones de trânsito, causando toda uma confusão – “É. Deu tudo certo”. Também temos aquela FABULOSA sequência do Celeiro de Brinquedos do Al, cheio de prateleiras repletas de brinquedos… tem até as Barbies dando uma festa, a Barbie guia dirigindo com os brinquedos em um tour, e uma prateleira cheia de Buzz Lightyear.
Buzz Lightyears que acreditam ser o verdadeiro patrulheiro espacial.
Gosto muito de como colocaram na sequência um Buzz que ainda não sabe que é brinquedo, fazendo o próprio Buzz, o nosso Buzz, passar pela mesma coisa que os outros brinquedos passaram com ele no filme original. E o novo Buzz acaba assumindo o seu lugar e o prendendo em sua caixa. Enquanto isso, Woody descobre um pouco mais sobre a Jessie e, sinceramente, essa é a minha cena FAVORITA do filme, embora seja a mais triste e sempre me leve às lágrimas. Jessie morre de medo de voltar para o escuro, de ser guardada novamente, e ela está empolgada com a perspectiva de ir para um Museu no Japão, mas isso só acontecerá se o Woody aceitar ir com eles… e Woody tenta explicar que ele tem que voltar, porque ainda é do Andy e o Andy precisa dele, mas quando Woody diz que “ela entenderia se o conhecesse”, ela conta sua história.
Jessie tem um motivo para ser amarga daquela maneira com o Woody e com o fato de ele só falar sobre a sua criança – ela já esteve em seu lugar, ela também já foi o brinquedo favorito de alguém. A cena de “When She Loved Me” é incrivelmente triste, e mostra Emily, a antiga dona de Jessie, crescendo e a deixando de lado… quando criança, ela brincava com ela o tempo todo, e era maravilhoso, mas depois a garota ficou adolescente, começou a se preocupar com pintar as unhas e falar no telefone, e Jessie foi esquecida embaixo da cama, acumulando pó. Tudo isso é DE PARTIR O CORAÇÃO, mas me dói ainda mais quando Emily pega Jessie de volta e Jessie sorri, achando que tudo vai voltar a ser como era antes, mas Emily só a está levando para uma doação para a caridade, e então ela a deixa para trás. E podemos sentir toda a dor de Jessie.

“Porque a Emily era igualzinha. Ela era tudo na minha vida. Você nunca esquece crianças como a Emily, ou o Andy. Mas eles esquecem você”

E isso causa uma grande impressão em Woody, a princípio. Jessie e o Mineiro falam sobre como o Andy está crescendo, e ele não pode fazer nada – por mais que Andy o ame, agora, ele não vai levá-lo para a faculdade ou para a lua de mel, e se ele for para o Museu com eles, ele vai durar para sempre, e vai ser adorado por gerações de crianças. Então, Woody decide não separar a turma do “Rodeio do Woody”, e ele tem umas cenas bem legais, em que se diverte com seus novos amigos, e é um máximo… eu GOSTO de ver o Woody assim tão feliz. Quando os brinquedos do Andy finalmente chegam até ele, eles invadem o quarto numa intensa missão de resgate HILÁRIA, com direito ao Buzz falso, ao Sr. Batata tentando colocar seus olhos zangados, e o porco pulando sobre a caixa do Mineiro… até que Woody consiga explicar que eles também são seus amigos.
O verdadeiro Buzz também aparece na missão de resgate, eventualmente – adoro como ele prova que é o verdadeiro Buzz abrindo o capacete do outro e mostrando o “ANDY” escrito embaixo do seu pé –, mas Woody explica que ele não quer voltar com eles: ele é um brinquedo raro, ele é uma estrela, e seus amigos contam com ele para não voltar para a caixa… Buzz, exasperado, tenta falar com ele, tenta dizer que ele não é um brinquedo de coleção, ele é do Andy, mas Woody não escuta, nem durante o emotivo “Dentro desse forro, tinha um brinquedo que acreditava que a vida só valia a pena quando éramos amados por uma criança. E eu vim porque acreditava nele”. É um momento triste, mas Buzz percebe que o Woody mudou demais e a missão toda foi em vão – ele não quer voltar embora com eles, e eles precisam deixá-lo para trás.

“É minha única chance”
“De fazer o quê, Woody? Ver crianças atrás de um vidro e nunca ser amado outra vez? Bela vida!”

É uma cena forte e emotiva. Buzz vai embora decepcionado com o melhor amigo, e Woody fica pensativo, especialmente quando ele escuta, na TV, a sua versão de 1957 cantando “Amigo Estou Aqui”, e raspa a nova tinta na sola de sua bota, revelando mais uma vez o nome do Andy… então, ele muda de ideia, porque percebe o que verdadeiramente importa: o amor de uma criança e de seus amigos. “Você tem razão, Mineiro. O Andy vai crescer, e eu não posso impedir. Mas eu não vou perder isso nunca!” Woody, então, chama o Buzz e seus amigos de volta, mas quando ele volta para convidar Jessie e os outros para virem com ele, ele é trancado na sala pelo Mineiro, que descobrimos não apenas sair da caixa, mas ser o grande vilão que impediu a fuga do Woody durante todo o filme… assim, Woody e os outros estão sendo levados para o aeroporto, e Buzz e os amigos precisam impedir isso.
A cena tem até direito a uma cena de Buzz e Zurg num momento “Star Wars: O Império Contra-Ataca” que é PERFEITA! Ah, e o filme também conta com os brinquedos dirigindo (!) até o aeroporto por Woody. Toda a sequência final de ação, que no primeiro filme foi nas ruas atrás de um caminhão de mudança, dessa vez acontece nas esteiras de despacho de malas e a pista de um aeroporto. A sequência das esteiras, particularmente, me fez pensar bastante em “Monstros S.A.” (que ainda seria lançado dois anos depois), e é ali que eles se livram do Mineiro da melhor maneira possível, o colocando sem caixa na mochila de uma garotinha, para que ele aprenda qual é a função de um brinquedo, afinal. Tudo estaria perfeito, se a Jessie não tivesse ficado ainda dentro da mala, sendo carregada para o avião rumo a Tóquio, sozinha…
Assim, Woody e Buzz, montados no Bala no Alvo, vão atrás de Jessie, e É UMA SEQUÊNCIA MARAVILHOSA. Tem ação, tem o Woody todo herói, como no “Rodeio do Woody”, e morri de dó quando Woody abriu a mala e encontrou Jessie no escuro, toda encolhidinha e sozinha. Woody a convence a ir embora com ele, porque “o Andy tem uma irmãzinha”, mas a porta do compartimento de bagagem se fecha, e Woody e Jessie ficam presos para dentro… assim, agora eles precisam pular de um avião em movimento antes que ele decole, e é uma cena incrível. O Buzz montado no Bala no Alvo (!) vindo ao resgate, salvando o chapéu do Woody, e o Woody e a Jessie finalmente terminando a série que foi cancelada: “A hora da verdade do Woody”. Depois de toda a tensão do momento, todos os brinquedos são salvos e retornam para casa…
Dirigindo…
No fim, não chegamos a ver a irmãzinha do Andy brincando com a Jessie, mas os brinquedos recebem Andy com um “WELCOME, ANDY”, e ele fica todo empolgado com seus novos brinquedos… Jessie e Bala no Alvo. E é muito bom ver o Andy brincando com eles, porque, como foi dito durante o filme – como a própria Jessie disse, lembrando de Emily! –, mesmo que eles não se mexam, é naquele momento em que eles se sentem mais vivos… Andy arruma o bracinho de Woody (meio precário, mas é feito), Jessie e Buzz começam a flertar, e todos os brinquedos riem do Al vestido de galinha na TV, mais triste do que nunca… definitivamente, UM FILME PERFEITO! Não é à toa que tem 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Amo a história, amo a animação, amo as mensagens e a emoção, é um filme impecável! E ainda tem aquela divertida sequência de “erros de gravação” no fim!
<3

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Comentários

  1. Eu definitivamente aprendi a amar animações! Pq eu amei "Toy Story". O filme tem toda uma profundidade que já é construída desde o filme original... amo os momentos cômicos, como os bracinhos curtos do Rex, o você vale mais do que 25 centavos e tantos outros. Sem falar na emoção que é a Jessie! Tudo nesse filme realmente é impecável. Ele tem uma mensagem consistente, que me fez refletir nos meus brinquedos antigos abandonados com o tempo, isso pode parecer bobagem, mas voltar a ser criança, ter um coração de criança, é uma das melhores sensações que o filme cria em você!

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