Rubí (2020) – O desfile de Lucas



“Eu sou o amor da minha vida”
O que Rubí e Alejandro viveram no México, há um ano, foi INTENSO. Não foi algo que durou muito tempo, e então as coisas desandaram assim que Rubí descobriu que Alejandro não tinha o dinheiro que ela “precisava”, mas a verdade é que nenhum dos dois esqueceu o outro… Rubí viveu um casamento infeliz que, eventualmente, se transforma em uma assustadora relação abusiva e violenta, enquanto Alejandro tentou reconstruir a sua vida, mas, mesmo com toda a traição que foi a fuga de Rubí com seu suposto “melhor amigo”, continua pensando nela. E revê-la em Madrid reacendeu todas essas memórias, esses desejos, essa paixão – e então eles se entregam novamente um ao outro. Logo depois, Alejandro resolve que não vai ficar em silêncio, e então vai pessoalmente à casa de Hector, só para contar-lhe que ele e Rubí estiveram juntos.
A cena é tensa. A expressão de Hector nos assusta, e Rubí tenta ser dissimulada, tenta dizer que isso tudo é uma mentira e que Alejandro está inventando, e é impressionante a capacidade que ela tem de mentir enquanto está sendo desmascarada com uma aparente tranquilidade apavorante. Alejandro acaba indo embora, mas não sem antes reforçar a Hector que ele está com uma mulher que não o ama e que, ainda por cima, mente na sua cara, e Hector não consegue deixar de pensar nisso, o tempo inteiro: Rubí quer que Hector acredite nela, mas ele diz que “Alejandro não é um homem de inventar histórias”, mas a verdade é que o ciúme doentio de Hector o faria acreditar nisso, mesmo que fosse mentira – o que não é. E ele volta a ameaçá-la, com todas as letras, dessa vez dizendo que vai investigar, e se descobrir que ela dormiu com Alejandro, vai matá-la.
ESSE HOMEM É ASQUEROSO!
Hector, que já nunca valeu nada, agora demonstra toda sua faceta obsessiva, ciumenta, controladora, violenta, e é dificílimo assistir às suas cenas… Rubí, por sua vez, tenta encontrar algum refúgio em telefonemas para Loreto, por exemplo, que lhe diz que ela ainda ama Alejandro e que ela mesma sabe disso, mas Rubí diz que “não vai permitir que o coração a confine à pobreza novamente”. No futuro, quando Carla fala sobre “Alejandro ser o amor de sua vida”, Rubí a corrige: “Eu sou o amor da minha vida”. Para essa Rubí, de 19 anos no futuro, o amor é uma perca de tempo, e para que Carla deixe de “julgá-la”, ela faz comentários maldosos sobre sua roupa e maquiagem, só para mostrar-lhe que “ninguém gosta que os outros deem palpite na sua vida”. Carla, então, resolve ir atrás de mudança, mudar a sua maquiagem, as suas roupas.
Uma nova Carla… poderosa, fatal, sensual.
E QUE MULHERÃO!
Alejandro, depois de tudo isso em Madrid, acaba voltando para o México, tentando reconquistar Sonia e mostrar que quer estar com ela, mas a verdade é que eu o acho meio patético – ele quer mais se convencer de que pode viver além do fantasma de Rubí do que a ela. E é como Sonia, sensata, diz a ele: seu reencontro com “o amor da sua vida” não deu certo e então ele voltou correndo atrás dela para ver se ela ainda está disponível – e ela não quer isso para a sua vida. Alejandro está tão confuso que, em uma cena inusitada com Maribel, na qual os dois acabam bebendo além da conta enquanto falam mal de Rubí, eles acabam se beijando, e a verdade é que eu cheguei a pensar nos dois juntos, mas lá no passado… lá quando Rubí fugiu com Hector e Alejandro foi, preocupado, visitar a Maribel no dia seguinte. Não agora… agora já é tarde.
Rubí, agora, está prestes a alçar novos voos… ela recebe um convite de Lucas, que é estilista, para um de seus desfiles de moda, e isso enlouquece o Hector – especialmente porque o Lucas é quase tão descarado quanto a Rubí. Ele a encara sem vergonha, e faz comentários sobre como “ela é a mulher mais linda de Madrid”, e ainda arrisca quando Hector comenta algo e ele responde que “ao lado de Rubí, ele fica invisível”. Mais tarde, Lucas fala para Rubí que ela poderia ser uma ótima modelo, e aquilo meio que fascina a Rubí – ela gostaria disso, ela ficou fascinada com todo esse universo da moda durante o desfile. Hector, possessivo, acha um absurdo e diz que “o marido dela não gostaria disso”, e Lucas responde que “felizmente, eles já vivem em uma época em que as mulheres podem tomar suas próprias decisões”. GENTE, QUE RESPOSTA ÓTIMA!
Hector, por sua vez, cada vez mais assustador…
E Rubí causa desconforto nas outras mulheres amarguradas do desfile. Ela estava, sim, com um vestido curto e ousado, MAS ELA ESTAVA EM SEU DIREITO. A verdade é que eu fiquei do seu lado o tempo todo, e detestei aquelas mulheres nojentas a chamando de “ordinária”, por exemplo, e adorei a Rubí colocando uma delas de volta no seu lugarzinho, segurando o seu cabelo na frente do buffet. É ASSIM MESMO QUE SE FAZ, RUBÍ! Mas eu fiquei bem triste, de todo modo, em ver como isso afetou a Rubí, embora ela não queira que os outros saibam… durante o desfile, as mulheres ficam olhando para ela, apontando, julgando e comentando – e na verdade elas só estão se doendo porque a Rubí é bonita, sensual e está toda sexy. Fiquei muito incomodado em ver a Rubí se importar (!) com isso, tentando esconder o próprio decote com a bolsa.
Isso é tão NÃO Rubí.
Pelo menos a cena em que a Rubí vai falar com Lucas e acaba esbarrando numa mulher, e a mal-amada joga uma bebida dentro do seu decote, acaba com a Rubí conseguindo se aproximar de Lucas… ele diz que lhe dará um vestido novo, e ela é totalmente sedutora, já conquistando esse homem, porque sabe que ele é a sua escapatória de um casamento abusivo e cada vez mais insuportável. Quando Hector chega, ele trata de tirar a Rubí de perto de Lucas naquela mesma hora, e nós conseguimos ver, em seus olhos enlouquecidos, como ele é perigoso. De volta em casa, completamente bêbado, Hector liga para Alejandro, que já não tem mais nada a ver com isso, apenas para ameaçá-lo – e, conforme Hector ia se transformando em um animal, tudo o que eu desejava era ver Rubí o mais longe dele possível, mas mais do que isso: queria vê-lo destruído.
No dia seguinte, independente de qualquer comentário e proibição de Hector, Rubí vai até o atelier de Lucas – ela estava muito FASCINADA durante o desfile, não apenas com o Lucas, mas com todo esse universo, para não aproveitar essa oportunidade… e Lucas ainda é tentador, dizendo a Rubí que pode lhe dar fama, dinheiro, a convertendo em uma estrela mundial. No futuro, conforme com a história para Carla, Rubí comenta como soube, nesse dia, que seu próximo passo era Lucas… afinal de contas, ela não poderia mais aguentar por muito tempo toda aquela violência de Hector, e aquela era uma chance não apenas de ter o dinheiro que sempre quis, mas também de ser livre e de fazer algo por ela mesma. Não seria uma vitória se a Rubí fizesse sucesso como modelo e pudesse, a partir de então, viver como sempre sonhou, mas com seu próprio dinheiro?
O episódio ainda traz uma “revelação” importante (embora nós já tivéssemos reconhecido os sinais antes – para mim, foi na cena da Carla passando batom!). Vemos a maneira como Cristina estava feliz com Cayetano, e como Fernandita também o amava, quase como um pai para ela, porque ele era legal, estava sempre presente, lia histórias para ela, mas Rubí, conversando com a sobrinha por telefone, acha um absurdo que a mãe dela esteja namorando um chofer, e diz que essa não é a vida que ela merece – portanto, Rubí diz que “vai fazer o que a mãe dela não tem coragem de fazer”. Enquanto fala sobre isso na entrevista de 19 anos no futuro, Rubí vê que Carla reage a esses comentários… ela diz que era algo cruel para se dizer a uma criança sobre a sua própria mãe e pergunta se a Rubí não se arrepende de tudo isso: ela arruinou a vida da irmã.
Ouch.
Mas a Rubí do futuro tem uma postura de que “não se arrepende de nada do que fez”, embora eu ache que seja muito mais fachada do que realidade. De qualquer maneira, ainda não sabemos o que Rubí fez no passado contra Cristina e Cayetano, mas é evidente que se eles não estiverem juntos, é por culpa dela… e isso também fará Fernandita sofrer. O final do episódio mostra Carla em um quarto de hotel, bebendo, enquanto olha para uma foto que tem, atrás, uma dedicação de Rubí a Fernanda, “a pessoa que ela mais ama no mundo”. Então, a confirmação vem: o telefone de Carla, a jornalista, toca, e ela atende para falar com a mãe e, do outro lado, vemos a Cristina, que a chama de “Fernandita”. ENTÃO, A JORNALISTA DO FUTURO É MESMO A SOBRINHA DE RUBÍ. Quando Cristina pergunta quem ela está entrevistando, ela responde:
“Um fantasma, mãe. Já disse”


Para mais postagens de “Rubí (2020)”, clique aqui.


Comentários