Chespirito: Sem Querer Querendo 1x03 – Não Priemos Cânico

O CHAPOLIN COLORADO!

“Não Priemos Cânico” é o terceiro episódio da série biográfica “Chespirito: Sem Querer Querendo”, e o título já nos conta que teremos a criação do histórico Chapolin Colorado nesse episódio, que começa com Roberto à frente da família para lidar com uma aranha gigantesca que está na parede e assusta a esposa e todos os filhos… é de uma das crianças que vem o “Não priemos cânico”, e é dele que vem o “Não contavam com minha astúcia!”, depois de pegar a aranha, e vemos dicas do personagem nascendo, ao mesmo tempo em que Chespirito está precisando de uma nova criação impactante, porque ele decidiu acabar com o “Supergênios da Mesa Quadrada” – não é o tipo de humor no qual ele acredita e não é o que ele quer continuar fazendo.

A sua recusa de continuar com um programa que está fazendo sucesso no Canal 8 abre brecha para a contratação de outra pessoa que está interessadíssima em assumir esse horário, mas Chespirito sabe, no fim, que algo vai surgir… todo o conceito principal que guia “O Chapolin Colorado” vem graças às filhas, que começam a gritar assustadas com a cruz iluminada do novo hospital à frente brilhando no ritmo dos trovões, e elas querem a companhia do pai, porque não sabem “quem poderá defendê-las” se ele não estiver ali… ele se dá conta de que as filhas o veem como “um super-herói”, e ele acha isso particularmente engraçado porque, na maior parte do tempo, ele sente mais medo do que elas… ele não é o herói que as filhas veem, mas talvez seja o herói que o público quer ver.

Um herói imperfeito… uma PARÓDIA DE SUPER-HERÓI.

Então, Chespirito se coloca a escrever a noite toda. No dia seguinte, satisfeito com tudo o que colocou no papel para o seu “El Chapulín Justiciero”, ele vai até o canal para vender a sua ideia… e ele tem a mesma reação de sempre: pessoas com menos poder que são seus amigos e que ouvem de verdade à sua ideia e se divertem com a proposta; e pessoas poderosas e resistentes que não querem lhe dar uma chance. Não quer dizer que Chespirito vai desistir de seu novo personagem assim tão fácil – até porque heroísmo não consiste em não ter medo, mas em ter e os superar. Então, ele acaba embarcando em uma aventura de gravar um Piloto às escondidas para que possa convencer os chefes… e Chespirito é excelente em comédia física, que é a base do Chapolin.

É sua esposa, Graciela, quem costura a roupa do personagem para ele… inicialmente, a ideia é tê-lo verde, mas não se pode usar nem o verde nem o azul porque vai interferir com o chroma key, então ele acaba optando pelo vermelho, e é graças a uma piada contada pela filha que a cor do super-herói muda, bem como o seu nome, com ele finalmente se tornando O CHAPOLIN COLORADO. E é de um coração desenhado à mão com o “CH” de Chespirito e o “CH” de Chela que surge o coração amarelo com o “CH” de “Chapolin” no peito da sua paródia de super-herói. Ele tem medo de fracassar, mas ele tem o coração à frente, como escudo… e é com essa energia que ele vai para o estúdio gravar às escondidas, nas condições que lhe entregam: três horas e meias e um set…

Ele precisa reescrever.

A gravação acaba acontecendo, mesmo que não nas condições ideais, mas ele acaba levando uma bronca por causa da história toda de “gravar às escondidas” e a fita quase é descartada sem que o Piloto seja ao menos assistido por Joaquín – não julgo nem um pouco o Chespirito por aquela troca sensacional de etiquetas de sua fita, fazendo com que ela seja finalmente assistida… e o Chapolin Colorado acaba arrancando risadas! É assim que, ainda que ele tenha passado por cima de algumas ordens de maneira debochada para conseguir o que queria, ele consegue a estreia de “O Chapolin Colorado” na televisão… E É INSTANTANEMANETE UM SUCESSO! O humor que as pessoas querem assistir, o humor que reúne pessoas de diferentes idades em frente à TV…

Que realmente faz rir!

Em paralelo, acompanhamos um pouquinho de Acapulco em 1978, quando detalhes do episódio especial ainda estão sendo definidos, e Chespirito está seguro de que a melhor maneira de terminar o episódio é na praia, com uma fogueira, porque vai ficar muito mais bonito e mais sentimental – e, de fato, essa é uma cena icônica de “Chaves”, com um tom de melancolia que marcou a todos os fãs. O principal dilema de 1978, no entanto, são as separações prestes a acontecer na equipe e a iminente traição, que quase faz com que Chespirito perca alguém que o acompanha como parte da equipe há muitos anos… alguém que está noivo de Margarita, mas que percebe todo o flerte descarado e mútuo entre os dois. Mas Acapulco em 1978 segue sendo apenas uma prévia…

Chegaremos lá em seu devido tempo.

 

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