Doctor Who 10x10 – The Eaters of Light


“You’re wrong, Doctor. It’s their destiny… not yours”
Um episódio bom, bem melhor do que Empress of Mars, por exemplo, mas que não figura entre os melhores episódios da série, acho que, talvez, nem da temporada – o episódio foi feito de momentos, eu acho que isso foi o interessante… temos um monstro da semana bacana, mas apenas isso, um “monstro da semana”, e o episódio nos convence pela nostalgia de trazer os CORVOS e a fala “Stop being brave! I can’t bear brave people”, nos fazendo pensar em Clara Oswald (e eu AMO a Clara e embora eu AME a Bill, também, sempre vou sentir falta), além de momentos peculiares como a “sexualidade do exército romano”, uma das melhores cenas da temporada toda, e mais um pouquinho de provocação nesse final do Doctor com Missy. Ah, claro, e a promo do próximo episódio, que tem Mondasian Cybermen e o Mestre (de John Simm) dizendo aquele “Give us a kiss”.
Como não surtar?
Mas falemos disso na semana que vem… por ora, temos um episódio centrado na Nona Legião do Exército Romano, supostamente desaparecido, um caso sobre o qual o Doctor e Bill discordam. Então eles vão tirar a prova. Lembrando que Bill tem a característica maravilhosa de comentar e perguntar coisas que nunca falaram antes, aqui ela reage ao fato de o Doctor, ou a TARDIS, traduzirem tudo o que as pessoas falam, soltando aquele hilário “Auto-translate. That’s why everyone in space speaks English”, mas o IMPAGÁVEL e irônico “Oh, my God, it even does lip-sync”, que é justamente o que esperaríamos que Bill dissesse, embora eu nunca tenha pensado nisso dessa forma… COMO NÃO AMAR?! Novamente, o Doctor e Bill se separam rapidamente na nova aventura, cada um para “provar que estava certo”, mais ou menos.
Bill encontra a parte sobrevivente da Nona Legião, que se esconde em uma caverna de um terrível monstro alienígena que consome a LUZ. Depois da morte do primeiro romano, Simon, que é apavorante, nós temos os demais romanos cuidando de Bill, especialmente Lucius, e é notável o seu interesse por ela, ao que ela se sente na obrigação de explicar: “I don’t like men… that way”. Tão NOVINHOS, os romanos reagem de forma inesperada, e é FASCINANTE ver como a sexualidade é encarada na Nona Legião. Lucius reage naturalmente, com um “You’re like Vitus then. He only likes men”, ao que Vitus, por sua vez, responde com um “Some men. Better looking men than you, Lucius”. Achei UM MÁXIMO! Porque, para eles, isso é natural… para você ver como o preconceito é construído e é recente. Lucius se relaciona com homem ou mulher, e ele insiste que não acha Bill “limitada” por só gostar de mulher…
…ela “só sabe o que quer”.

“I don't think it's narrow-minded, I think it's fine. You know what you like”, diz Lucius.
“And you like both?”, pergunta Bill.
“I'm just ordinary. You know, like men and women”
“Huh! Well, isn't this all very...modern”
“Hey, not everyone has to be modern. I think it's really sweet that you're so...restricted”

Sem machismo, sem homofobia. Um sonho que QUEREMOS CONSTRUIR!
Eu AMO Doctor Who por falar do assunto com tanta leveza, descontração, e é uma verdadeira mensagem lindíssima que algumas pessoas deviam escutar melhor. De todo modo, enquanto Bill estava com os soldados romanos, Doctor e Nardole estavam com os “bárbaros”, em que o Doctor tem falas SENSACIONAIS como “Do you know what that sound was? That was the sound of my patience shattering into a billion little pieces”. É interessante a desconstrução toda do “Império Romano”, quando Kar fala sobre como o trabalho deles é roubar e massacrar, mas ninguém é isento de culpa ou defeitos – Kar foi imprudente querendo destruir todo o exército romano com a ajuda de um monstro que não entendia, porque ali ela condenou, talvez, TODA A VIDA NA TERRA. Então o Doctor precisa pensar no que fazer, além de entender como “o portão” funciona.
Segundos… ou DOIS DIAS?!

“It's an inter-dimensional temporal rift. A second in there equates to days of time on this side”

Um portal entre dimensões, do outro lado uma criatura devoradora de luz (Eater of Light), e Bill faz de tudo para chegar até o Doctor, porque ELE pode resolver isso! Assim, temos um encontro de romanos e bárbaros, do Doctor e de Bill… e embora Kar e Lucius queiram lutar, Bill diz que não há motivo. O Doctor faz um discurso doloroso sobre como a criatura vai destruir tudo, portanto só há um lado possível a ser escolhido. Assim, com um plano que une a todos, o Doctor consegue liderar o grupo para prender a criatura de volta do outro lado do portão, e se voluntaria para estar ali, lutando, morrendo e se regenerando, até que o sol se apague, e toda a vida na Terra seja protegida. Mas ninguém deixa ele fazer isso. Kar e a Nona Legião se voluntariam… parece que esse é o destino DELES. E Bill, forte e decidida, se impõe contra o Doctor.
Ela não vai permitir que ele se sacrifique. Não pode lutar todas as batalhas.
Por fim, com os corvos se lembrando de Kar eternamente, e a música ainda podendo ser escutada, independente do tempo, nós temos um final surpreendente que é uma cena memorável de Doctor Who: mas uma passagem do Doctor e Missy na TARDIS. Nardole e Bill não sabem se podem confiar nela… se querem confiar nela. Mas ela está ali, assistindo a tudo e ajudando o Doctor com pequenas coisas, a seu pedido. Continua presa, de alguma maneira, mas diferente. Há esperança, chance de mudança. Quando Missy escuta a música, ela CHORA. E nós não sabemos se é verdade ou não, mas queremos acreditar que sim. Assim como o Doctor quer, embora ainda o tema. Ele conteve um sorriso, mas estava visivelmente satisfeito. Talvez fosse hora de eles se tornarem amigos novamente. Mas ele não sabe ainda se pode confiar nela de fato. E por isso sai, confuso… mas Missy ainda chora, mesmo depois que ele partiu.
Por isso eu acho que confio nela.
ANSIOSO para o próximo episódio. Encontro de duas regenerações do Mestre…
…PELA PRIMEIRA VEZ!

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