Severance (Ruptura) 2x01 – Hello, Ms. Cobel
Revolta dos Macrodados.
Assisti a
esse primeiro episódio da segunda temporada de “Ruptura” com uma sensação de “MEU
DEUS, COMO EU AMO ESSA SÉRIE!”. Novamente se provando uma excelente ficção
científica com pitadas de suspense, “Hello,
Ms. Cobel” é um retorno que nos leva de volta a esse universo depois do que
descobrimos que ficou conhecido como “Revolta dos Macrodados”. Curiosamente, a
série se dispõe, nesse primeiro episódio, a mostrar apenas os “Internos”, e
toda e qualquer informação que recebemos do
mundo do lado de fora vem da empresa que, convenhamos, não tem nenhum interesse que a verdade venha à
tona! Gosto desse mistério, de imaginar o que está acontecendo do lado de fora,
por esperar por novas informações…
E o tom da
série segue no ponto acertado! Mark S. desperta de volta para o trabalho, e
parece que algumas mudanças aconteceram naquela filial da Lumen: a Sra. Cobel
não trabalha mais ali, por exemplo, e o Sr. Milchik assumiu o seu lugar, e
agora temos a Srta. Huang, uma criança
que ficou responsável como subgerente do andar. Cinco meses (supostamente) se
passaram desde a “revolta”, e Mark S. é colocado para trabalhar com uma equipe completamente diferente,
sem qualquer notícia dos seus companheiros – embora Milchik afirme que eles
“não aceitaram retornar” ou qualquer coisa assim, e que estão bem, Mark S. sabe
que não pode confiar nele e não vai descansar enquanto ele não conversar com
eles para tirar essa história a limpo.
É muito
estranho e desesperador ver o Mark S. naquela situação, com três desconhecidos,
o Milchik como seu chefe e com poucas possibilidades do que fazer, porque ele
não pode deixar os corredores da Lumen… seu
Interno não pode, de todo modo. Algumas sequências são propositalmente
longas, claras e labirintinescas, para causar uma sensação de sufocamento e de
prisão, que é como Mark S. está se sentindo. Com pouco a perder e decidido a
reencontrar os amigos e fazer algo,
Mark tenta “sabotar” um dos seus novos colegas de trabalho, o Mark W., mas a
verdade é que talvez ele nem tenha querido sabotá-lo de verdade… ele não se deu
ao trabalho de disfarçar a própria letra
no bilhete que ele forjou e colocou no paletó do outro Mark.
Gosto desse
tom de quase deboche que Mark S.
desenvolveu. Eu acho excelente a maneira fria como ele consegue dissimular quando Huang propõe o “jogo
da bola”, por exemplo, mas eu gosto dessa coisa contida, mas curiosamente
escancarada, quando ele é “descoberto” sobre o bilhete, faz um comentário sobre
o refeitório e ri. Mark S. sai correndo na distração de seus superiores e seus
colegas de trabalho para chegar até a sala de Milchik e tentar passar uma
mensagem para o Conselho, falando sobre como eles estão miseráveis lá dentro e como a ruptura não é algo bom. Se ele vai ser ouvido ou não, é difícil saber…
Milchik garante que “o Conselho não fala com Internos”. Ainda assim, alguma coisa acontece, porque ele é
levado para outro lugar…
Um lugar
para onde seus amigos também são levados!
Ver o grupo
que acompanhamos durante toda a primeira temporada de “Ruptura” reunido mais uma vez é algo que me deixou profundamente feliz. É, sim, desesperador, e eles são
conduzidos a uma “nova” Sala de Descanso, mas ainda assim eles estão juntos. A
sequência da Sala de Descanso é, provavelmente, a cena mais perversamente
irônica e mais incômoda de se assistir, porque aquele vídeo feito pela Lumen
sobre a “Revolta dos Macrodados” e sobre as “melhorias” concedidas aos Internos
é simplesmente ABSURDO. Mas o que mais nos incomoda e nos revolta é saber que
as empresas têm o costume de fazer esse tipo de “melhoria” e achar que está de
fato “fazendo uma revolução”, quando na verdade ELES NÃO FIZERAM NADA! NADA!
O grupo
liderado por Mark S. é convidado a pensar
até o fim do dia a respeito de seu destino… eles querem continuar ali
dentro da Lumen ou querem sair. Naturalmente, é difícil acreditar na
possibilidade de eles serem “liberados” se decidirem sair. Ainda assim, eles
ficam conversando sobre o que viram do lado de fora quando saíram – mesmo que
talvez isso seja uma armadilha e a Lumen queira justamente que eles falem sobre isso para descobrir o que eles
descobriram. Mark dá informações importantes sobre suas descobertas, que
envolvem o autor do livro que iniciou isso tudo, que é cunhado do seu Externo,
e a Srta. Casey, que ele descobriu que é
sua esposa; Helly, por sua vez, mente absurdamente sobre o que viu, porque
não tem coragem de dizer a verdade…
Irving
escolhe não compartilhar.
Gosto muito
de como isso tudo é esmiuçado na sequência seguinte, em duas duplas. De um
lado, vemos Mark se perguntando se ele e o seu Externo são a mesma pessoa e, nesse caso, se ele também está casado com a Srta.
Casey e, nesse caso, como fica sua história com Helly, enquanto Helly R. se
recusa veementemente a aceitar o conceito de que Internos e Externos são “a
mesma pessoa”, porque ela não quer ser a mesma pessoa da Helly que conheceu do
lado de fora. De outro, vemos Dylan apoiar Irving em busca do que ele vira do
lado de fora, e Irving está muito machucado tanto por ter “falhado na missão” e
ter escolhido buscar Burt quanto por ter visto o Burt com outra pessoa do lado de fora… vemos um Irving que perdeu todas as esperanças.
No decorrer
do dia, percebemos que todos estão tendendo a escolher ficar na Lumen. Não porque eles queiram continuar
trabalhando, mas porque eles não têm, de fato, outra opção. É dali de dentro
que eles poderão fazer alguma coisa…
Mark acredita que ele precisa encontrar e salvar a Srta. Casey depois de seu
“desaparecimento”, e Helly pretende ajudar porque “ela é uma delas”, e Dylan
convence Irving a ficar. É muito bom
vê-lo retornar quando tememos que isso não aconteceria. De volta em sua
sala, os quatro colocam os computadores para ligar para voltar ao seu trabalho
de Refinamento de Macrodados. É uma excelente introdução, ainda que seja uma
espécie de episódio transitório.
Agora, estou bem curioso para saber o que vem pela frente!
Para mais
textos de “Severance (Ruptura)”, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário