Doctor Who (6ª Temporada, 1968) – Arco 045: The Mind Robber, Parte 1

Fora do espaço-tempo.

O MELHOR ARCO DA SÉRIE CLÁSSICA DE “DOCTOR WHO” ATÉ AQUI?! Talvez com uma vibe que lembra um pouco “The Celestial Toymaker”, mas mais elaborado, ágil e diferente ainda (!), eu só sei dizer que eu estou FASCINADO com a história que está sendo contada aqui, e eu meio que não queria que esse arco terminasse depois de apenas cinco episódios! Ele é inusitado, criativo, um tanto quanto caótico e brinca deliciosamente com conceitos que fogem, um pouco, do que já tinha se tornado tradicional e rotineiro na série. Escrito por Derrick Sherwin e Peter Ling e dirigido por David Maloney, “The Mind Robber” é o segundo arco da sexta temporada de “Doctor Who”, e foi exibido originalmente entre 14 de setembro e 12 de outubro de 1968, em cinco partes.

O episódio começa exatamente de onde “The Dominators” nos deixou, com o Doctor, Jamie e Zoe tentando escapar de Dulkis enquanto a ilha em que estão está sendo tomada por uma erupção vulcânica… com a TARDIS aparentemente tendo problema para decolar, o Doctor não tem certeza de que ela aguenta a pressão de uma erupção vulcânica, embora acredite que sim, e ele tampouco está muito confiante em usar um elemento de emergência que tiraria a TARDIS do espaço-tempo e os levaria até o nada. Sem estarem “voando”, mas tampouco sem terem pousado, a TARDIS e seus tripulantes se veem em uma espécie de “lugar nenhum”, onde tudo é possível, e as leis do mundo como o conhecemos não necessariamente se aplicam. O que é fantástico!

Gosto de como a história vai constantemente nos surpreendendo. Apenas o Doctor entende a extensão do problema em que se meteram e o tamanho do perigo que correm se deixarem a segurança da TARDIS, e é justamente isso o que acaba os atraindo para fora… na ausência do Doctor, Jamie e Zoe são “tentados” por uma força exterior à TARDIS, que projeta imagens mentirosas no scanner da nave. Jamie vê a Escócia, enquanto Zoe vê a sua cidade natal, e ambos anseiam por um retorno à segurança de seu lar. Quando Jamie, de maneira responsável, escolhe falar com o Doctor antes de arriscar sair para conferir se o que vira é mesmo real, Zoe age impulsivamente e abre as portas da TARDIS para conferir por si mesma… e é a primeira a se perder no vazio.

Diferente de outros arcos, “The Mind Robber” NÃO se prolonga demais, e resolve dentro de um único episódio o que outros arcos demorariam muito mais para resolver, o que mantém sempre o tom de novidade e um ritmo acelerado e empolgante que prende a nossa atenção – e o nosso fôlego. Jamie e Zoe se veem em um lugar aparentemente vazio, com visões que não são reais (a Zoe dando um tapa em Jamie para “despertá-lo” me arrancou sinceras gargalhadas) e criaturas robóticas que parecem os estar “hipnotizando” ou algo assim, e o Doctor sai em busca de seus companheiros de viagem, porque eles precisam retornar para a TARDIS em segurança… no lugar em que eles estão, no entanto, a TARDIS talvez não seja mais sinônimo de segurança, como costumava ser.

O Doctor, Jamie e Zoe até conseguem retornar para a TARDIS, mas não é possível decolar para algum lugar de volta no espaço-tempo, e eles estão presos em uma espécie de outra dimensão cujos perigos desconhecidos os esperam nos episódios seguintes – e as coisas vão ficar cada vez mais loucas e mais caóticas, o que é sensacional! Em uma sequência MARAVILHOSA (e desesperadora) no final do primeiro episódio – que, por sinal, tem um tom incrível de ficção científica, e parece moderna para a época – a TARDIS se desfaz em pedaços (!) enquanto Jamie e Zoe se agarram ao console, e essa é a maneira de a série nos dizer que o perigo aqui é maior do que nunca… nunca antes a integridade da TARDIS tinha sido ameaçada dessa maneira… e agora?!

 

Para mais postagens sobre o Segundo Doctor, clique aqui.
Para outras postagens, visite nossa página: Doctor Who

 

Comentários