Clipe “Margarita”: ADONDE VOY

“Soy el abismo de mi misma”

Única é uma personagem complicada… mas uma coisa é certa: ela tem presença e talento! Interpretada por Pilar Masse, Única é uma jovem difícil, amargurada e, eu diria, insegura demais. A maior parte das suas “maldades” vem justamente da sua insegurança: ela se diz muito certa de si, de seu talento, de sua singularidade, mas não percebe que ela não confia tanto assim em si mesma, no fim das contas, ou então não precisaria sabotar os demais competidores do Hangar Soho para ganhar um desafio, por exemplo, ou pedir que os seus seguidores publiquem mensagens ofensivas aos demais competidores, especialmente para a Margarita, que ela considera sua maior adversária…

É claro que Única “tem seus momentos”. Na verdade, a sua história é bastante interessante, e embora não justifique algumas de suas atitudes, ao menos nos permite conhecê-la e entendê-la melhor… a maneira como os últimos meses da vida de Única foram moldados a partir do trauma de quase ter matado a sua irmã e de ter sido culpada por tantas pessoas de a ter atropelado de propósito porque ela nunca gostou do fato de os pais terem adotado outra menina, ou o trauma que vem lá da infância, de ela nunca ter sido filha única de verdade e ter sentido como se os pais estivessem tentando “substituir” a irmã que morreu trazendo outra para casa…

Gosto de personagens complexas, personagens com camadas, e Única entrega isso… por vezes, temos vislumbres de uma Única diferente, de uma Única que quase cede ao desejo sufocado de aceitar os convites de Margarita, por exemplo, para cantar e se juntar aos demais no palco. Mas embora Única tenha secretamente se divertido ao se apresentar com os demais em “EmotiHadas” e “Flikiti”, ela insiste em dizer para todo mundo que ela é solista… e é com base nisso que ela entrega apresentações ora intensas ora surpreendentemente sentimentais, e é assim que a produção reúne diferentes momentos de Única no palco para o clipe de “Adonde Voy”, que é ótimo!

 

“Sentirme tan sola
Sentir la vida palpitando
Dentro
Respirando, esperando
Que llegues a tiempo
Sin saber bien adónde voy

Ser yo misma
Perdida y encontrada
Con mis disfraces
Dolores y agujeros
Conviviendo con todos mis miedos
Llevando bien alto
Los sueños que tengo

Adónde voy
Y cómo soy
Soy el abismo
De mi misma
En las alturas tiemblo
Soy mucho más fuerte hoy

A dónde voy
Y cómo estoy
Flotando en cielos
Tan revueltos
En aguas profundas
Me pierdo
Sabré adónde voy”

 

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