Round 6 2x05 – One More Game
“Só mais um jogo e paramos”
Há algo
sobre “Round 6” que eu sinto que
algumas pessoas falham em entender: a
série não é sobre os jogos… é sobre as pessoas e o sistema no qual elas estão
inseridas. “One More Game”, por
exemplo, traz cenas incríveis, é verdade, na sequência inicial do segundo jogo,
e deixa um gancho perfeito para o terceiro jogo no fim do episódio, mas o que
importa de verdade está acontecendo
ali no meio, entre um jogo e outro: a importância da votação e como há tanta
história sendo contada em cada hesitar, em cada “traição”, em cada escolha… e
os melhores diálogos saem como consequência não do jogo em si, mas de toda essa
realidade muito mais abrangente, e eu acho que “Round 6” faz um excelente trabalho na construção de personagens e
na relação entre eles!
Vocês
percebem que o jogo que inicia o episódio é, sim, incrível de se acompanhar e
gera uma sequência excelente, mas que só é realmente tão impactante porque nós nos importamos
com os personagens que estão jogando… assistir àquele grupo que quase qualquer
pessoa naquele lugar antes diria que “não tinha chance nenhuma de vencer”
vencendo cada desafio enquanto as pessoas torcem
por elas é DE ARREPIAR! A energia daquela torcida, daqueles gritos, daquela
força, a vitória mais do que merecida, a celebração que não é apenas dos cinco
que acabaram de sobreviver, mas de todos que estavam assistindo e torcendo por
eles… QUE CENA INCRÍVEL! E, depois desse primeiro grupo, passamos a uma
montagem interessante de várias equipes, ganhando ou perdendo.
Até o
momento em que chega a vez da equipe de Seong Gi-hun, na última rodada – sem
uma torcida toda por eles. Eu adoro como a direção da série nos proporciona
emoções mistas. Como tudo é um absurdo ultrajante e, ao mesmo tempo,
curiosamente satisfatório, quase cômico, e como a trilha sonora é bem utilizada
para conduzir e acentuar esses
sentimentos… eles começam indo incrivelmente bem, acertando as coisas na primeira tentativa, o que lhes dá uma
vantagem de tempo e gera confiança, até o momento em que o 001 tem dificuldade
com o pião, e então a trilha sonora muda drasticamente e, com ela, a confiança
do grupo e a sensação que está sendo despertada no espectador. Ainda que com o
clima predominantemente tenso, eles vencem
a prova.
Como eu
disse, assistir às consequências da prova
é o que me fascina em “Round 6”,
porque é quando eles estão reunidos naquele galpão que a série mais nos permite
leituras críticas – é preocupante e assustador ver a maneira como algumas
pessoas se despem de máscaras e assumem uma posição selvagem, perversa e
desumana, como quando comentam que “só
morreram 110 pessoas”, o que não faz muita diferença no prêmio final para cada
um se eles desistirem naquela prova… a equipe de Seong Gi-hun está em um clima
curiosamente gostoso, um parabenizando o outro e festejando o fato de terem sobrevivido juntos, mas a verdade
é que Gi-hun sabe que isso não significa nada para o futuro… que eles podem ser
forçados a matar uns aos outros em algum momento.
Na nova votação
para parar ou continuar com os jogos, o 001 é quem começa – e, para manter o
seu personagem e certo de que existem pessoas o suficiente que querem a
continuidade dos jogos, ele vota “X”. Mas a votação tem as suas surpresas… o
007 vota “O”, por exemplo, e a reação de sua mãe, que queria mais do que tudo
ir embora e estava planejando um jantar
para aquela noite, é de partir o coração; a 120 votando “O” também, como
votara da primeira vez, para surpresa e tristeza da 222; 456 e 001 tentam
apelar ao bom-senso dos seus companheiros e dizem coisas que fazem completo
sentido, mas os demais, como o 100, investem em uma narrativa de “só mais um
jogo e paramos” – mais um jogo que depende de muitas mais mortes para que o
valor do prêmio aumente…
Mas eles não
se importam…
A votação
termina com 116 votos para parar o jogo e 139 para continuar – o que quer dizer
que o jogo continuará, e com uma margem maior que na primeira vez. É
interessante como o clima muda depois da votação, como os grupos que se uniram
na segunda prova começam a se romper, e como os votos expostos em seu peito
fazem com que rivalidades se acentuem; a cena da 120 contando por que votou sim e sobre o seu sonho de
pegar o dinheiro e ir embora para a Tailândia é uma das cenas mais bonitas,
tristes e emotivas dessa série; a 222 pedindo para ir ao banheiro e chorando
escondida em um boxe porque ela está com
medo também é angustiante de se assistir, e a 149 a abraça carinhosamente,
mesmo que ela não possa prometer que “tudo vai ficar bem”.
Como
poderia?
Um novo jogo
está para começar… enquanto isso, Jun-ho segue tentando encontrar a ilha para
onde Gi-hun foi levado e onde os jogos acontecem, sabendo que ele está correndo
contra o tempo, e No-eul está sofrendo retaliação por estar “atrapalhando” os
negócios de tráfico de órgãos dentro dos jogos. Ao amanhecer do terceiro dia,
os jogadores são “convidados” para um
novo jogo – mais uma novidade. Dessa vez, os grupos, as afinidades e as
alianças serão testadas quando os jogadores precisarem formar grupos com diferentes
números de integrantes, e isso tem tudo para ser sangrento… tudo naquele
ambiente que simula algo aconchegante, algo “tranquilo”: dessa vez, um
carrossel. Mais uma vez, “Round 6”
nos entrega um gancho perfeito que nos deixa ansiosos pelo próximo episódio!
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