Round 6 2x06 – O X
50 x 50
Uma coisa
precisa ser dita: o roteiro de “Round 6”
é muito bom! A construção dos personagens, das relações, da tensão… é
inteligente a maneira como a série nos conduz através dos jogos e das votações,
mas apenas os utilizando como artifícios para a sua narrativa, que no fim não
tem a ver com o jogo ou a votação em si. Como eu já disse anteriormente: “Round 6” é uma série sobre as pessoas e o
sistema no qual elas estão inseridas. “O
X” é o penúltimo episódio dessa segunda temporada e acentua tensões,
inicialmente com um jogo que testa lealdades e arranca máscaras, e depois com
uma nova votação que coloca, mais do que nunca, uns contra os outros, e temos
aquela sensação de que tudo pode
acontecer – uma corrida contra o tempo e para salvar a própria vida!
No mais novo
jogo, todos os sobreviventes são colocados em cima de um carrossel e, quando
ele para de girar, eles precisam se reunir em grupos de um número determinado
de integrantes e entrar em uma salinha – todos que sobrarem do lado de fora são
mortos. E COMO FOI TENSO ACOMPANHAR ESSE JOGO! Na primeira rodada, eles
precisam formar grupos de 10 pessoas, e 220 pessoas sobrevivem, e é uma rodada
razoavelmente “fácil”. Na segunda, eles precisam formar grupos de 4 pessoas, e
o 001 se separa deles do grupo de Gi-hun para procurar outro grupo, e 168
pessoas sobrevivem. É da terceira rodada em diante que temos as melhores cenas,
e é quando mais fica claro que o que importa não é o jogo em si, mas os efeitos
do jogo sobre eles…
Na terceira
rodada, os grupos que precisam ser formados são de 3 pessoas, e vemos mãe e filho
serem separados brutalmente em um momento desesperador,
mas ambos sobrevivem: o 007 é levado à força por uma outra dupla, e o 001 e o
456 acabam salvando a vida da 149, bem como a deles mesmos, e a rodada termina
com 141 sobreviventes. A trama da “separação” de mãe e filho é construída com
maestria, do momento em que ela fica estática e incapaz de procurar uma dupla
quando o filho é arrancado dela ao momento em que ele chora compulsivamente
sentindo que a “abandonou” e ela o abraça para confortá-lo, porque a verdade é
que ele não teve mesmo escolha… ele
foi literalmente arrancado dela, sem
qualquer chance ou tempo de retornar.
Na quarta
rodada, os grupos formados são de 6 pessoas, e aqui temos outra narrativa: o
momento em que o 333 entra num quarto com 5 pessoas, deixando a 095 para fora
para morrer porque ela tropeçou, e quando a 120 confronta o 333, o acusando de
ser responsável pela morte de sua amiga, ele fala sobre como, na verdade, ele salvou a vida de todos ali dentro…
não tinha tempo o suficiente de ir ajudar a 095, e se ele não tivesse entrado,
ela teria morrido, ele também e todo mundo que estava dentro daquela sala,
porque não estavam no número correto. Até mesmo a 222 afirma que “ele tem
razão”, mas, como ela deixa bem claro depois para ele, não porque quis
defendê-lo nem nada, mas porque ele estava dizendo a verdade… mas isso não muda
nada entre eles.
Por fim,
temos a rodada final, que 001 “prevê” corretamente: serão grupos de 2 pessoas. Na rodada anterior, 126 pessoas
sobreviveram, e são apenas 50 salas – a dificuldade agora não vai ser encontrar
uma dupla, mas conseguir uma sala, porque não vai ter para todo mundo… quando o
número “2” é anunciado, um pandemônio começa… uma briga selvagem pela
sobrevivência, uma corrida sem limites para se salvar. É uma verdadeira guerra
de 30 segundos, com pessoas puxando outros para fora dos quartos para ocupar o
seu lugar, e aqui temos um momento importantíssimo
quando o 001 acaba em um quarto com o 390, mas em um quarto já ocupado… como o homem que está ali dentro
se recusa a sair, o 001 o mata com as próprias mãos, o que assusta o 390.
QUE CENA!
Ao fim do
terceiro jogo, com 100 sobreviventes, inicia-se uma nova votação… e o pessoal
do X sabe que eles estão em minoria, mas que podem virar: eles precisam de 6 pessoas
trocando seus votos de O para X para empatar, e de 7 para virar… e isso enche a
votação de angústia e de expectativa, em uma verdadeira contagem regressiva –
acompanhamos cada troca de votos, algumas mais intensas que outras, como a de Min-su, e ficamos orgulhosos da 120
votando X pela primeira vez, por exemplo. Por alguns minutos, o X celebra uma
vitória quando o 007 vota X e eles ficam empatados, 49 a 49, faltando apenas a
006, que votara X antes, e o 001 para votar… mas a 006 muda seu voto para O, o
001 mantém seu voto em X e a votação termina empatada.
O
procedimento, agora, é uma nova votação para desempate – no dia seguinte. Então nós sabemos
que AQUELA NOITE VAI SER UM VERDADEIRO CAOS… e é exatamente o que os
organizadores querem e planejam: é quase uma rodada extra dos jogos. O caos se
inicia no banheiro, quando Min-su é encurralado e atormentado pelo 230 e pelo
124 e então o 333 parte em defesa. Com os grupos bem separados e com seus votos
estampados no peito, o caos é certo, e a pancadaria no banheiro pode trazer
mudanças para a votação no dia seguinte, porque certamente haverá baixas. O gancho do episódio é, mais uma vez, perfeito,
quando Thanos parte para cima do 333 e ele responde com uma “arma” que foi
calculadamente entregue pelos organizadores: um garfo.
QUE EPISÓDIO
BOM!
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