Supermax 1x10e11


“Não vai sobrar nenhuma testemunha”
O suspense cresce consideravelmente próximo ao término da primeira temporada de Supermax, e um episódio inteiramente em flashback nos leva para a Floresta Amazônica em 2008 com algumas explicações plausíveis para chegarmos no que conhecemos nos últimos 9 episódios, nesse maluco reality show. Algumas dúvidas que poderiam ser dúvidas até o fim já foram esclarecidas – sabemos, com toda a gravidade do que está acontecendo, que a produção não tem nada a ver com isso, o reality show já acabou. Também percebemos que não estamos lidando com uma questão de jogadores colocados em um presídio de segurança máxima, mas muito mais do que isso – assim como Lost não era, como inicialmente se pensava, sobre um grupo de sobreviventes de um acidente de avião. Mais puxado para o lado Supernatural, esses episódios estabelecem um tipo diferente de narrativa, algo mais puxado para o horror e o sobrenatural, e embora eu ainda questione a rapidez de tudo, estamos com uma boa história.
Diferente do que esperávamos.
Mas boa.
O Décimo Episódio volta lá para a época da construção da Supermax, e nos apresenta uma espécie de aldeia, com suas prostitutas, seus bêbados, seu pastor incomodando e um cinegrafista ao estilo Lana Winters que quer expor todo mundo. Ali surge a PESTE, a mesma doença que vimos primeiro em Cecília, e que agora tomou conta – zumbis frenéticos atacam o subsolo da Supermax. Diz-se que o vírus é transmitido por uma mosca, mas o fato é que ninguém sabe exatamente como o vírus é transmitido, e se é pela mosca, TODO MUNDO está ferrado. Que foi o que vimos em 2008, basicamente. TODO MUNDO FERRADO. O infectado fica fora de si, não sente mais dor nem medo… a obra seria parar a obra e colocar todo mundo em quarentena, mas o que acontece? O CAPITAL NÃO DEIXA. Mais preocupados com o prejuízo que isso causaria, os responsáveis assinam o atestado de óbito de todo mundo.
Uma das cenas mais angustiantes de se ver foi uma espécie de quarentena improvisada na enfermaria, com as pessoas presas às camas, se contorcendo e fazendo aqueles sons animalescos que me arrepiaram – depois, um a um, eles foram mortos com tiros abafados por travesseiros. Por isso, Mauro, o cinegrafista, decide fugir e denunciar o crime e acabar com a empreiteira, e tenta levar consigo o nojo do pastor. O pastor cuja mulher é contaminada pela peste, também, e o ataca brutalmente… e ele é obrigado a matá-la. Tudo é um verdadeiro MASSACRE. As pessoas morrem, a “aldeia” é toda incendiada, Mauro e o pastor não conseguem pegar o avião que explode logo que ele deixa o solo. Então é claro: “Não vai sobrar nenhuma testemunha”. Dá todo tipo de medo, evidentemente. Um desespero profundo. E ele é acentuado pela ideia de que NINGUÉM está seguro, quando o filho do pastor é infectado também.
Foi HORRÍVEL de se assistir. Tanto a infecção quanto ele matando o filho afogado.
O final do episódio é bastante chocante, um tanto quanto macabro, mas fecha tudo com uma maestria impressionante que nos faz querer elogiar o roteiro – foi uma série bem escrita, no fim de tudo. O tal do pastor, afetado pela radiação de uma caverna misteriosa, parece estar “curado”, mas também é tomado por Baal, uma espécie de demônio que fala com uma voz terrível e mata Mauro a pedradas, pedra sobre a qual edificará a sua “igreja”. Assim, nasce a seita satânica, com Baal oferecendo a cura àqueles que se juntarem a ele, a única esperança de sobrevivência, e assim surgem mais de 300 perigosos profetas de Baal, com aquele olhar negro, com aquela pele escamando, aqueles dentes pontudos… faltou Dean e Sam Winchester em suas pesquisas nos explicando quem foi Baal e sua relação com sacrifícios de recém-nascidos. Começou lá, em 2008, com a construção da Supermax, a Peste e o surgimento de Baal.
Continua agora.
O Décimo Primeiro episódio retorna ao presente, e começa nos mostrando Bruna presa ainda com a seita, em uma situação deplorável, sendo estuprada para que dê à luz uma criança que não seja um monstro como aquelas “pessoas”. É mantida presa, enquanto Sérgio observa para salvar, e Dante é tratado muito bem pelos seguidores de Baal, matando sua fome, finalmente. Na Supermax, o Padre Nando tenta se matar e não consegue, enquanto os demais cuidam da cremação de Luís (que está terrível de se olhar) enquanto começam a planejar uma fuga. Os mistérios se intensificam, porque Nando está afastado do restante do grupo, cada vez mais infectado, e você não sabe o que será dele ou, cada vez que ele não aparece, você não sabe quão avançado está. Também o retorno misterioso de Dante nos incomoda do princípio ao fim.
Sérgio consegue salvar Bruna, enfim, e ela consegue matar um dos seguidores em uma chocante e excelente sequência na qual ela ativa a armadilha contra eles depois de passar. Mas eles precisam voltar para a Supermax porque não conseguirão fugir sozinhos. Dante explica sua situação, sua negociação com Baal, de entregar todas as mulheres para ele e sair, ele mesmo, em segurança, sucumbindo ao contrário do Padre, que com a fé ainda inabalada, se recusa a receber de Baal a cura, e não quer que seu Deus seja zombado, por isso consegue matar um dos seguidores de Baal e ainda mandar um eficiente recado para o restante dos participantes, sobre como eles poderiam fugir. Tentativa frustrada, claro, porque Baal chega antes do combinado com Dante. Assim, todos passam juntos a noite trancados em uma cela, dormindo e esperando amanhecer o dia para morrerem…
Quase todos, Janete está do lado de fora, presa em uma armadilha.
E o dia amanhece… as portas se abrem. Baal ataca.
Um ótimo cliffhanger.

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