Desventuras em Série 1x07 – Serraria Baixo-Astral: Volume 1


“I understand. We’re having a very terrible childhood right now!”
AH, TEVE TRIGÊMEOS QUAGMIRE! Bem, como um eterno fanático pelos livros de Desventuras em Série, eu devo dizer que eu SURTEI (sim, eu surtei) quando os Trigêmeos Quagmire foram sutilmente introduzidos (em um primeiro momento) na primeira parte de Serraria Baixo-Astral. A primeira aparição está na cena em que Lemony Snicket explica como a maneira como você é acordado lhe diz como vai ser o seu dia, e o exemplo do mordomo com o café-da-manhã apresenta os três trigêmeos em suas camas – E EU QUASE MORRI, SÓ COM ISSO! Não estava esperando, ainda, que os pais que estávamos vendo desde o Piloto fossem os Quagmire Pais (que vão demorar mais pra morrer nessa versão, não?), e então eles passam por aquela porta amarela para abraçar os filhos e seus nomes são, inclusive, mencionados: Duncan, Isadora e Quigley.
Se eu quase morri? SIM, EU QUASE MORRI.

To Beatrice –
My love flew like a butterfly
Until death swooped down like a bat

Serraria Baixo-Astral é a história mais diferente do livro até aqui, embora os elementos se completem, por fim, em formar quase as mesmas coisas que lemos no livro original – como o roteiro está sendo preparado pelo próprio Daniel Handler, eu não me incomodo, porque sei que ele sabe o que está fazendo e tem uma noção clara do que virá pela frente nos próximos 9 livros em mais duas temporadas. Essas mudanças avançam na questão de tornar os Órfãos Baudelaire independentes, ávidos por respostas. É assim que eles chegam à Lucky Smells, ou à Serraria Alto-Astral, depois de serem jogados para fora da caçamba na qual pegaram carona e andarem o restante dos quilômetros a pé, em busca do lugar onde a foto de seus pais, Tio Monty, Tia Josephine, os Quagmire, etc. foi tirada. E ao chegarem à Serraria, tudo é bastante claro:
INVASORES TERÃO QUE TRABALHAR.
E como o Klaus bem chama a atenção: não quer dizer que por eles serem crianças essa regra não se aplica a eles, mesmo com a ideia de Violet de dizer que eles estão ali para uma excursão escolar. Temos muitas novidades nessa chegada dos Baudelaire, coisas que me surpreenderam e me instigaram, porque a abordagem foi diferente. Além do prédio em forma de olho ser DENTRO da Serraria, a Cidade de Paltryville foi devastada por um terrível incêndio do qual sobrou apenas a Serraria e o Prédio, e pior do que isso: os Baudelaire Pais são os acusados de terem incendiado a cidade. Por isso Violet decide que eles precisam trabalhar para ficar na Serraria Alto-Astral, onde poderão tanto buscar respostas para suas várias perguntas como, também, tentar limpar o nome de seus pais, que eles têm certeza que não queimaram Paltryville.
Quando o Phil aparece retorna o sentimento de reconhecimento. Muito otimista e alegre, ele é o oásis entre funcionários que já detestam as crianças porque acreditam na história de que seus pais colocaram fogo na cidade – mas Bertrand Baudelaire dizia uma coisa: nunca confie nem em otimistas nem em optometristas. Enquanto, na hora de dormir, as crianças tentam ser como Phil e expressar algum otimismo, eles fazem todas as perguntas erradas (ah, nós pegamos essa referência, hein?), porque deveriam estar se perguntando: “Onde trabalha a ex-namorada do Conde Olaf?” A Dra. Orwell! Assim, o Conde Olaf aparece desde cedo no episódio. Ainda não para as crianças, como a futura Shirley, mas pelo menos para nós, espectadores. [É logo depois que aparecem os Trigêmeos Quagmire pela primeira vez!]
O dia na Serraria começa com um capataz novo, com a icônica “pinça gigante”, que está na carta aos leitores de Lemony Snicket, e é Dia de Tronco. É uma sequência perfeita que fez bem ao meu coração que ADORA Serraria Baixo-Astral. Os descascadores que cobrem Violet e Klaus de fiapos de madeira… a cena da Sunny! [Mas eu ri dela, não tinha como!] A pausa para o almoço, os 5 minutos para mascar um chiclete, o pagamento em cupons… TUDO. É diferente porque Klaus e Violet chegam a um impasse. Ele quer ir embora. Ela quer limpar o nome dos pais. Ao investigar o novo capataz e tentar ver seu tornozelo para certificar-se que não é o Conde Olaf disfarçado, Klaus é pego, leva um chute e seus óculos são pisoteados. A ideia é a mesma: agora ele precisa ir à optometrista, enquanto Violet e Sunny buscam respostas na Serraria.
Os óculos estavam quebrados quase IDÊNTICOS ao da capa do livro! <3
Enquanto Klaus aguarda a sua consulta, Violet e Sunny vão até a Biblioteca, com mais de 3 livros, mas várias cópias da história da Serraria, cujo capítulo 12, The Paltryville Fire, claramente fala sobre os Baudelaire, mas o conteúdo do parágrafo revelador está riscado em quase todos os livros – menos em um que Violet não tem tempo de ler, porque o Senhor encontra o livro aberto, arranca a folha e a joga na lareira, embora Charles a recolha. Ainda tem, num bilhete dentro do dicionário, uma escrita de Bertrand Baudelaire, ou como Violet e Sunny os conhece: PAI! Enquanto isso, a sequência de Klaus com a Dra. Orwell foi de aplaudir EM PÉ! A consulta em si se transforma na assustadora sessão de hipnose que foi tão bem conduzida que me deixou todo arrepiado! E ela jogou muitos elementos importantíssimos para os mistérios da série!

Now focus here, Klaus, and tell me what you see. An E or an A? An E or an A? An A or a C? A sea or a lake? A reptile or an amphibian? Fore or accident? A blonde or a bottle blonde? A parent or an arsonist? Tell me what you see, Klaus.

É desesperador, como no livro, ver o retorno de Klaus para a Serraria – sem óculos, andando todo duro, não respondendo às perguntas de Violet, em silêncio, chama Violet de “sir”, vai dormir de sapatos… com a dor do pesar de Violet conversando com Sunny sobre como não conseguiu proteger seu irmão como prometeu aos pais. Klaus acorda sorridente (e apesar de desesperador, ele está muito fofinho), pronto para trabalhar, dizendo “Yes, sir” em resposta ao novo capanga chamando-o de “Klaus Baudeliar”, enquanto vai trabalhar no picador de madeira com Sunny no colo, o que é muito perturbador. Tudo se intensifica ainda qunado ele atesta: “Lucky Smells is our life. Lucky Smells is our home”. Felizmente, em um lindo discurso de Violet, ela usa a palavra “inordinate”, e Klaus, de repente, acorda do transe. E AQUILO É TÃO RECONFORTANTE.
Parece que é o momento em que nos lembramos de respirar.
Sentimos muito sua falta, é bom tê-lo de volta. Então vem o grande momento do episódio. Os Pais estão na frente da porta amarela, discutiram tudo o que passaram e dizem que não podem mais esconder isso de seus filhos. Enquanto isso, os Baudelaire são chamados à “porta muito chique”, e parece a MESMA PORTA AMARELA. O momento é repleto de tensão, suspense… mas eles nos enganaram direitinho. Os Quagmire Pais chamam por seus filhos, Duncan, Isadora e Quigley e os abraçam, enquanto os Órfãos Baudelaire têm uma visita muito menos agradável, da Dra. Orwell e o Conde Olaf em seu novo disfarce: Shirley. Mas sabe, FOI O MELHOR FINAL DE EPISÓDIO DA SÉRIE! [E sim, eu posso estar dizendo isso só porque eu adoro os Quagmire, mas não importa agora] E promete muita coisa para o próximo episódio, tão desesperador quanto todos esses sete…
Como as crianças vão chegar ao Colégio Interno?
Lemony Snicket termina em sua excelente narração – fala que o prédio da optometrista, originalmente, era a Sede de uma Organização Secreta, o que traz oficialmente a trama muito cedo na série, e isso nos prende e nos faz ansiar pela próxima temporada (para 13 de Janeiro de 2018, com 10 episódios e os próximos 5 livros). Embora tenhamos visto o Conde Olaf no episódio inteiro, as crianças não o viram, então Lemony Snicket faz a pergunta que é feita no livro, onde ele demora bastante para aparecer: “Where is Count Olaf?” A pergunta que Klaus deveria ter feito. A pergunta que Beatrice deveria ter feito. E o episódio termina com a hipnose de Klaus sendo reativada quando seus novos óculos são colocados e lhe perguntam: “Are you a lucky boy?”
“Yes, sir”

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