Resident Evil 2: Apocalypse (2004)


“You’re not a mutation. You’re an evolution”
O segundo volume da saga de Resident Evil é bastante legítimo e envolvente. Ele não nega sua fantástica introdução em O Hóspede Maldito, mas expande a Mitologia sem negá-la, através de um novo cenário, dessa vez mais amplo, devastado e perigoso. Inicialmente, eu estava convencido de que o primeiro era melhor, com mais história, mistério, enquanto o segundo centra-se na ação, em ataques e numa busca incansável por sobrevivência, mas então o filme me surpreendeu com deliciosos plot twists que fizeram toda a diferença e valorizaram Apocalypse de fato! Em relação aos cenários, eu fiquei bastante dividido. Eu adoro a base do primeiro filme, aquele ambiente me fascina, mas a ambientação em uma cidade do segundo filme permite cenas como aquelas na igreja, no cemitério e na escola. Portanto, acho que, no fim, é tão bom quanto!
Apocalypse começa com um novo abrir de olhos de Alice, quando ela faz, em uma filmagem, uma excelente recapitulação de O Hóspede Maldito, quase um “Previously”, que ficou muito bom! Explicou quem ela era, como trabalhava para a Umbrella, e toda a trama do T-Vírus e da Colmeia! Em seguida, temos uma rápida visão de Raccoon City antes da reabertura catastrófica da Colmeia – ainda saudável, feliz, colorida. Enquanto a vida segue normalmente lá em cima, no subsolo a Colmeia é reaberta, e então o vírus se espalha, enquanto a Umbrella tenta retirar todos aqueles que considera mais importante por causa do “acidente”. Dentro de 13 horas, a cidade vira um caos assustador e fascinante, ambiente no qual conhecemos Jill Valentine e vemos Alice despertar para a nova realidade de destruição que a espera.
Estamos em uma cidade devastada – o ambiente do filme se assemelha mais a Guerra Mundial Z que a Helix, dessa vez. Racoon City foi destruída e posta em quarentena, com apenas uma ponte interditada que a separa do restante do mundo, e multidões ensandecidas, infectadas ou não, protagonizam uma crise de histeria coletiva que é desesperadora. Ao passo que a ação se desenrola sem perder o fôlego contra angustiantes zumbis, conhecemos o Dr. Ashford, um importante cientista da Umbrella que se recusa a sair da cidade sem sua filha, Angela – e nós ainda não sabíamos, quando ele apareceu, o quão ligado ele poderia estar à própria Alice e àqueles flashes (novamente há uma brincadeira com a memória de Alice, mas em menor escala dessa vez) de como ela, aparentemente, foi injetada com o vírus pela própria Umbrella.
E por quê?
A sequência da IGREJA é uma das mais desesperadoras e bem filmadas. Um padre que alimenta a irmã zumbi. Zumbis do lado de fora querendo entrar. Três monstros como aqueles do fim de O Hóspede Maldito. E Alice chega PODEROSA naquela moto, espatifando a janela – é uma Alice renovada, muito mais poderosa, badass, confiante e fria, que diz que não se sente mais humana, em muitos momentos. Outra cena angustiante é a cena do cemitério, com mais e mais zumbis saindo de seus túmulos! Mas as coisas ficam ainda mais alarmantes quando o Projeto Nêmesis é colocado em prática. Temos, de volta, Matt, mas o Matt não tem nada a ver com o Matt que conhecemos no primeiro filme ou vimos ser levado no fim dele. Agora, Matt está irreconhecível, um monstro assustador no melhor estilo vilões de Doctor Who ou de Power Rangers.
E é apavorante, especialmente porque ele era um dos meus favoritos!
A missão do segundo filme se delineia aos poucos. Dr. Ashford, que comandava a Divisão de Genética e Vírus da Umbrella, oferece um acordo para Alice e seus companheiros: ajudá-los a escapar da cidade se eles encontrarem Angela, sua filha. Portanto, o filme se resume em encontrar Angela, escapar de Raccoon City, destruir o Projeto Nêmesis e derrubar a Umbrella. Angustiei-me em pensar em Matt daquela maneira, justamente quem queira derrubar a Umbrella. Angustiei-me igualmente na assustadora cena das crianças zumbis atacando na escola. [Crianças nesse tipo de cena me apavoram!] E então Jill Valentine encontra Angela Ashford, e ela ainda é humana… não só ela ainda é humana, mas ela e Alice se reconhecem de imediato como ambas infectadas pelo T-Vírus assim que se veem, e ali recebemos respostas.
Adoro mistérios. E adoro RESPOSTAS.
O filme me ganhou a partir dali, de fato. Porque a trama se tornou mais intricada e interessante. Angela tinha uma maleta com a cura do T-Vírus, que ganhou de seu pai – e então ganhamos uma história de GÊNESE do T-Vírus, a qual eu não aguardava tão cedo. O Dr. Ashford criou o T-Vírus PARA ANGELA, na esperança de mantê-la forte para que nunca precisasse sucumbir à doença que ela e o pai tinham – e isso a torna forte, desde que o vírus seja controlado por injeções regulares, o mesmo que está sendo feito com Alice, atualmente. Mas o vírus saiu de controle quando foi roubado pela Umbrella para ser usado como arma biológica, claro. Descobertas à parte, as tensões se intensificam novamente quando eles têm 47 minutos para chegar ao helicóptero que os tirará de Raccoon City antes que ela exploda para conter o vírus.
Mas tudo era uma armação da Umbrella.
Afinal de contas, eles sabiam o que o Dr. Ashford faria, e eles queriam Alice, para obrigá-la a lutar contra Matt, para provar os experimentos paralelos que eles são, provar quem é melhor – e para forçá-la a lutar, o pessoal da Umbrella mata quem for preciso. O primeiro deles, o próprio Dr. Ashford, por mais que ele fosse um recurso importante da Corporação. Assim, temos a luta, magnífica, que Alice vence por um triz, mas é desesperador lembrar-se da humanidade de Matt, de suas cenas do primeiro filme, suas determinações… por isso ela se recusa a matá-lo. O que viria a ser fabuloso! Afinal de contas, TAMBÉM AINDA HÁ ALGUMA HUMANIDADE NELE! Porque ele não mata Alice quando isso lhe é ordenado, e se volta contra a Umbrella Corporation, sendo vital para que eles possam fugir! Um helicóptero é destruído, eles vão, o soldado da Umbrella é deixado para trás para morrer…
…e ironia da vida: o primeiro a atacá-lo é justamente o Dr. Ashford Zumbi.
QUANTA SATISFAÇÃO!
E que final BOMBÁSTICO! [Ah, perdoem-me o trocadilho] A destruição de Raccoon City foi espetacular. Alice se colocando na frente de Angela para salvá-la é chocante. Ver o corpo dela, pouco depois, é mais chocante ainda. Ver as matérias de jornal sobre o desastre de Raccoon City e do ataque do T-Vírus se transformando em exaltações da bondade e eficiência da Umbrella para conter um “simples acidente atômico, como em Chernobyl” é revoltante! Ver Alice 3 semanas mais tarde na Instalação de Pesquisas Médicas Umbrella é reconfortante e desesperador, ao mesmo tempo, de forma paradoxal mesmo. Mas nos é dito que seus poderes físicos e mentais estão cada vez mais fortes, e devem realmente estar, afinal ela solta um f*da “My name… is Alice. And I remember everything” e frita o cérebro de um homem só de sorrir para ele através da câmera!
ISSO É QUE É PODER! Nós te amamos, Alice! Mal acordou e já faz ISSO TUDO! *-*
Mas aquele “Programme Alice activated” me deu CALAFRIOS!

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