Constantine 1x04 – A Feast of Friends

MELHOR EPISÓDIO. Deixou claro a que Constantine veio.

Constantine é uma série bastante forte – mesmo que possamos ter associado a sua história a Supernatural, por exemplo, nunca tivemos naquela série o que estamos tendo aqui. A história dos irmãos Winchester perdeu, com o passar das temporadas, o impacto, e deixou de ser tão macabra, ou qualquer coisa assim; e mesmo em suas primeiras temporadas, ela nunca abusou da maquiagem sinistra e das cenas assustadoras/nojentas como Constantine está fazendo muito bem. Essa representação de Hellblazer na televisão está conseguindo a capacidade de nos impressionar – e eu uso o verbo impressionar nessa frase no sentido de nos deixar com os olhos arregalados, em um leve pânico. Assistir Constantine precisaria de alguém ao lado, ou pelo menos um travesseiro.

Porque eu não consigo ver todas as cenas nojentas.

O episódio dessa semana, A Feast of Friends, traz Gary Lester para a série – e é uma pena que sua participação tenha sido tão breve, porque ele seria um ótimo personagem. Começamos o episódio com ele agindo de maneira muito suspeita ao chegar aos Estados Unidos, do Sudão. Colocado em uma sala para interrogatório, com uma garrafa à sua frente, ele pede ao policial que não a abra. Mas é claro que isso não ia acontecer. É terrível ver aqueles insetos rastejarem para fora do jarro, voarem por aquela salinha pequena e claustrofóbica, e entrarem no policial que, possuído, começa a agir de maneira compulsiva. E isso vai se espalhando, e um demônio faminto vai matando pessoas em sequência na cidade, através do presentinho de Lester.

E devemos dizer que a culpa foi toda dele. Porque voltamos à história de Astra, e como sua alma foi condenada ao inferno, e Gary Lester esteve com John Constantine nessa ocasião, e até hoje ainda se sente culpado pela sua participação. E como uma maneira de se redimir pelas suas ações em Newcastle, ele tenta salvar um garoto no qual o demônio está aprisionado – realizando um exorcismo e prendendo o demônio na garrafa. O problema é que Mnemoth não pode ser aprisionado em um lugar como esse, então quando o jarro se quebra e ele faz sua primeira vítima, o terror se espalha com um possível vírus pela cidade, enquanto acompanhamos várias mortes similares: pessoas com ataques nojentos de fome, um cadáver horrível de se olhar, e os animais rastejando e voando em enxame até a sua próxima vítima, seja ela quem for.

Tudo muito macabro, muito bem produzido, do tipo de nos deixar arrepiados – pela maquiagem, pela maneira como a cena é filmada, pela trilha sonora. As cenas com a Névoa, o melhor psicodélico da Terra, revelam a Constantine a história do xamã que prendeu o demônio no corpo de um menino: a única maneira de contê-lo. E mesmo depois de um desabafo, e toda a admiração de Lester por Constantine, “It was your plan all along, wasn’t it?”, John leva o “amigo” até o demônio, sabendo que só há uma coisa que eles podem fazer: prender o demônio no corpo de outra pessoa. Um novo sacrifício. E é isso o que Gary Lester representa nesse momento: o sacrifício. É uma cena muito forte, e ao mesmo tempo muito triste, e mesmo que fosse a única maneira, eu tenho mais ou menos a mesma reação da Zed…

ELE TE ADORAVA! COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO? Ótimo episódio.

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