Rush – 2112


Sério! Como eu não conhecia essa música?
A música 2112 é uma história longa dividida em várias partes, com uma narração espetacular em forma de música. Nunca vi uma obra tão bem elaborada quanto essa, por sua grandiosidade, pelas várias partes que se seguem umas às outras contando uma história complexa, bonita e crítica. São mais de 20 minutos de música, e em 1976, quando foi lançada em vinil, ocupava o primeiro lado inteiro do disco. Uma das mais conhecidas obras da banda canadense, ainda é admirada até hoje por sua genialidade…
Inegável.
Pode não ser logo de cara o “tipo de música” que mais me agrada, mas quando você pára para pensar, nota quão grande ela é. A Overture de mais de quatro minutos apresenta uma série de instrumentalizações fantásticas, e alguns sons de sci-fi eletrizantes! E entramos no universo narrado por Rush, nesse mundo de 2112, que parcialmente devastado por uma guerra em 2062, deixou os planetas que restaram alinhados sob a Estrela Vermelha da Federação Solar.
Esse mundo de 2112 é controlado pelos sacerdotes dos templos de Syrinx (II. Temples of Syrinx) – nessa segunda parte da música os conhecemos e entendemos a organização na qual os sacerdotes controlam tudo o que pode ser feito, o que pode ser lido ou escutado. Uma espécie de grande ditadura que se vê ameaçada quando o protagonista encontra uma guitarra em uma caverna (III. Discovery) – e é bonito de ouvir o personagem encantado pelo som produzido, admirado com tudo aquilo.
Querendo mostrar aquilo ao mundo, o protagonista comete o erro de apresentar a guitarra para os sacerdotes dos templos de Syrinx (IV. Presentation), no que é a minha parte favorita da música! Desencorajado pelos sacerdotes, que “não se importam” com a descoberta (na verdade tudo pelo medo de que as coisas possam fugir de seu controle e da ordem estabelecida), a empolgação do protagonista se esvai totalmente e ele vai embora, pegando no sono e tendo um sonho.
A Parte V. Oracle: The Dream mostra um mundo novo, diferente e sem os sacerdotes, no qual se presencia liberdade e a criatividade. Uma civilização que estaria pronta para destruir os sacerdotes dos templos. No entanto, ao acordar, ele sente o medo misturado a desespero por estar de volta ao mundo e perceber a diferença entre seu mundo e aquele visto através do sonho. Achando que não pode suportar isso, o VI. Soliloquy culmina na morte [suicídio] do protagonista, de maneira forte e emocionante.
E para nos deixar confusos e atônitos, a música termina com VII. The Grand Finale sem que possamos entender exatamente o que significa “Attention All Planets of the Solar Federation / We have assumed control” – a grande jogada final da música é não explicar e deixar esse questionamento para que passemos horas pensando sobre isso – seria a civilização do sonho do protagonista que veio para destruir os sacerdotes, ou serão os sacerdotes do templo, comemorando o seu poder templo agora que a única pessoa que podia interferir nisso está morta?
A música é uma obra-prima. Não preciso de muitos comentários a respeito de sua utilização por Ernest Cline em Jogador Número 1, a não ser de que foi incrível, pudemos conhecer a caverna, a guitarra e ver Parzival tocando essa música. Que no futuro possível filme isso seja bem homenageado, porque essa música precisa! Para quem ainda não conhece, eu deixo abaixo a música no YouTube… eu sugeriria que você a escutasse com a letra ao lado, para poder acompanhar com certeza e não perder nenhum detalhe dessa obra tão magnífica. Até mais!


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