My Love Mix-Up! / Kieta Hatsukoi – Episode 8

O Aoki sofrendo é demais para mim…

Confesso que esse episódio me pegou de surpresa – estou habituado a assistir “Kieta Hatsukoi” e esperar pela fofura de Aoki e Ida e aquelas cenas que vão aquecer meu coração e me fazer sorrir, e embora o episódio tenha tido vários momentos desses (os dois de mãos dadas ou o sorriso fofo do Ida colocando a mão do Aoki no seu bolso, por exemplo!), também tivemos a aparição de Okano, um estagiário que vai ajudar Aoki a melhorar sua nota em matemática, e que acaba se mostrando uma pessoa homofóbica que está ali para deixar o Aoki tristinho. Acho que foi o episódio de “My Love Mix-Up!” que mais me fez sofrer por reconhecer como a situação na qual o Aoki se encontra é, infelizmente, corriqueira… até quando pessoas da comunidade LGBTQIA+ terão que continuar enfrentando esse tipo de tratamento? Que bom que Aoki tem pessoas incríveis ao seu lado!

A aparição de Okano deixa Aoki bem pensativo em relação ao seu namoro com Ida – os dois ainda estão tentando entender como funciona toda a questão de “estarem namorando”, e Aoki sabe que, normalmente, pessoas que namoram andam de mãos dadas e se beijam… e eles não estão fazendo nem uma coisa nem outra. É por isso que, durante o próximo almoço que os dois compartilham na escola, Aoki tenta pegar a mão de Ida, mas se surpreende com o fato de Ida parecer se assustar e retirar a mão em choque. Às vezes eu acho o Aoki bastante dramática, mas, nesse caso, eu o entendo perfeitamente, porque eu teria chegado à mesma conclusão que ele com toda a situação, ainda mais com a impressão de que, desde aquele dia, Ida tem escondido a mão a colocando no bolso, por exemplo… por isso me doeu ouvir o Aoki dizendo que “não vai tentar pegar sua mão novamente”.

O amor de Aoki por Ida é lindíssimo – é claro que ele queria poder segurar a mão do namorado, e é um alívio quando Ida pega a sua mão e a coloca em seu bolso “para esquentá-la”, dizendo que só reagiu daquela maneira no outro dia por surpresa e porque a mão de Aoki estava muito fria, mas de modo algum achou ruim a ideia de segurar a sua mão… para provar isso, Ida resolve segurá-la, e temos um dos momentos mais lindos e mais ternos de “Kieta Hatsukoi” enquanto os dois estão de mãos dadas em cima de um viaduto. E Aoki não poderia estar mais feliz, o que o motiva a estudar bastante nas aulas de revisão e a aumentar as suas notas de matemática, porque, afinal de contas, ele não quer se mudar para outra turma que não seja de exatas porque não quer ficar longe de Ida… e o próprio Ida disse que “se sentiria solitário” se ele não estivesse ali.

Se a história de Aoki e Ida toma um rumo interessante para o namoro deles, também temos o Aoki lidando com uma situação que o machuca profundamente: ele estava muito contente com as aulas de revisão com Okano, porque os dois estavam se dando bem e ele estava realmente melhorando na escola, e então o Okano muda completamente sua atitude com ele depois de vê-lo de mãos dadas com Ida no viaduto. É interessante a direção do episódio e como ela é diferente da que estamos habituados para dar às cenas a carga emotiva necessária para a crítica que a série quer fazer… o episódio escolhe descartar o seu lado cômico dos dramas de Aoki, mostrando claramente que o que ele está sentindo naquele momento não é algo “exagerado” ou motivo de risada: quando Okano muda a forma de tratá-lo apenas porque ele namora um garoto, Aoki se sente magoado.

Foi tristíssimo acompanhar a transição de expressão do Aoki enquanto ele se dava conta de como Okano se afastava, não permitia que ele tocasse nele ou se aproximasse, e tudo porque “o vira com Ida no viaduto”. Eu poderia fazer várias considerações aqui, mas o mais importante que eu quero dizer é: a atitude de Okano é revoltante e ridícula, e, infelizmente, a vemos cotidianamente na sociedade. E também a atitude de Aoki, guardando aquilo para si, querendo dizer que “está tudo bem” e que “não é nada demais”, mas eu adorei como a série tratou o tema ao mostrar Ida, Akkun e Hashimoto preocupados com Aoki, percebendo que algo aconteceu, e quando ele conta o que aconteceu, Ida diz a Aoki que “aquele não é um problema pequeno se ele está magoado com isso”. É sério, O IDA DISSE TUDO O QUE EU QUERIA DIZER NAQUELE MOMENTO.

Se está fazendo mal, não é “algo pequeno”.

Gostei de como o próprio Aoki lida com Okano quando as coisas parecem piorar ainda mais, e como ele rebate o Okano, que tenta se defender de seu preconceito nojento e escancarado dizendo que “não sabia ‘como ele era’ quando o conheceu e eles se deram bem”, porque Aoki diz algo que eu mesmo já disse ou quis dizer em situações da minha vida: ele não mudou desde que o conheceu. Se alguém “gostava” de mim antes de descobrir que eu era gay, por exemplo, e deixa de “gostar” ao descobrir, em algum momento de fato gostou? Afinal de contas, eu sou gay desde que nasci e o fato de você não saber disso não muda a pessoa que eu sou e a pessoa de quem você gostou como amigo, como colega de trabalho ou o que for… o que também não quer dizer que eu fosse querer ter uma pessoa como o Okano por perto. Gostaria de dizer o que o Aoki disse e, depois, me afastar, pelo bem de minha própria saúde mental. Fiquei muito orgulhoso do Aoki ao ouvi-lo colocar isso em palavras, o que faz o Okano, talvez, começar a pensar.

“Kieta Hatsukoi” acaba sendo utópica nesse episódio e mostra uma “solução” para um problema que normalmente leva muito mais do que isso para se resolver, mas tem uma mensagem bacana: se Okano tem todo esse preconceito por não saber nada disso, então por que ele se precipita em julgar pessoas que ele nem conhece só porque são diferentes dele? O episódio, enquanto trata esse tema tão sério, ainda consegue ser muito fofo para Aoki e Ida, porque o Ida estava absolutamente encantador durante todo o episódio, deixando que Aoki lidasse com as coisas por conta própria, mas estando o tempo todo lá, dando-lhe todo o apoio que lhe era necessário. Agora, entramos na reta final de “Kieta Hatsukoi”: um episódio especial na próxima semana e o episódio final na outra –e então teremos que lidar com a saudade desse casal tão fofo!

Até o anúncio do filme daqui um tempo, como foi com “Cherry Magic”

Ué, eu posso sonhar, não posso?

 

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