Doctor Who 10x08 – The Lie of the Land


“Humanity is doomed to never learn from its mistakes”
Chegamos ao fim da “Trilogia dos Monges”, e eu digo: SENSACIONAL! Bem, o meu episódio favorito continua sendo “Veritas”, com todo aquele sentimento misturado de The Matrix com Dan Brown, e é comum que introduções de trilogias (a meu ver), sejam mais interessantes… porque é surpreendente. De todo modo, com um episódio se passando em uma versão alternativa da realidade, onde os Monges dominam e, mais, SEMPRE DOMINARAM, Bill Potts é uma mulher que SABE DA “VERDADE”. O episódio é bem interessante “fechando” o ciclo da verdade, e unindo-a à “prisão” de Missy no Cofre, e ainda trazendo a grande IMPORTÂNCIA da mãe de Bill, finalmente. Mas, sinceramente, EU NÃO ACHO QUE TENHAMOS ACABADO. Acho que os Monges são personagens interessantes e ainda bem envoltos em mistério… não sei se essa foi, realmente, a “despedida” deles da série.
E aquela teoria de que eles seriam Time Lords? FAZ TODO SENTIDO!
A introdução do episódio já é chocante:

“The Monks have been with us from the beginning. They shepherded humanity through its formative years, gently guiding and encouraging, like a parent clapping their hands at a baby's first steps. They have been instrumental in all the advances of culture and technology. They watched proudly as man invented the light bulb, the telephone and the internet. They were even there to welcome the first men on the moon. And they have defended us too. Who can forget the time the Monks defeated the Daleks, the Cybermen, the Weeping Angels? Two species, sharing a history as happily as they share a planet, humanity and the Monks are a blissful and perfect partnership. How lucky Earth is to have an ally as powerful and tender as the Monks, that asks for nothing in return for their benevolence but obedience”

Wow. Longo. Mas ARREBATADOR. Ao lado dessa narração do Doctor, transmitida mundialmente, nós temos cenas que nos mostram uma versão da história da Terra em que os Monges SEMPRE ESTIVERAM PRESENTES. É opressor e angustiante. A maneira como eles manipulam isso tudo e como as pessoas acreditam… é quase uma lavagem cerebral. Mas algumas pessoas sabem da verdade… o episódio começa nos apresentando uma mulher sendo presa por ameaçar a “História Verdadeira”, ao dizer que “os Monges só chegaram há alguns meses” – ela explode ao ouvir falar de uma “Lei de 1975”, SENDO QUE OS MONGES NÃO ESTAVAM AQUI AINDA! Bill Potts é outra que também se lembra. Ela sabe da VERDADE. Veritas. E ela não é o que os Monges estão transmitindo, através desses flashes que mostram eles e o “Símbolo da Verdade”, tudo envolto em estática.
Esteticamente, o episódio está FANTÁSTICO.
Adoro a maneira como Doctor Who conta suas histórias, e como nos arrebata desde o princípio. O lugar, tão assustador quanto puder ser, é palpável! Me arrepia o Doctor anunciando “So, relax, do as you're told. Your future is taken care of”, clamando o fim do LIVRE ARBÍTRIO, em um mundo totalmente dominado por Monges Sinistros, espalhados pelo mundo em formas de estátuas, quadros e o que for… a esperança de Bill é que o Doctor, que nesses seis últimos meses de dominação só apareceu na televisão, esteja secretamente com um plano para derrotá-los… ela não pode acreditar que ele esteja ao lado dos Monges de fato! E parte do episódio está centrado em Bill conversando com sua MÃE, uma versão de sua mãe que ela criou através das fotos que o Doctor lhe deu lá no começo da temporada… e isso é muito importante.
Gosto quando o Nardole aparece para AJUDAR a Bill! Foi uma das raras ocasiões em que eu GOSTEI de verdade do personagem! Ela faz perguntas, sobre como para onde foram pela primeira vez quando Heather os atacou… AUSTRÁLIA. Então ela sabe que tudo de que se lembra, e que quer fugir-lhe, é VERDADE. Aconteceu de fato. Mas ela precisa recordar, dia a dia, o que ela sabe, porque a história pregada pelos Monges quer tomar seu cérebro, quer que ela acredite neles! Achei interessantíssimo quando Bill pergunta a Nardole qual é o intuito de mexer com toda a história, depois de ter conquistado um planeta, e a resposta dele é GENIAL, ao dizer que “quando as pessoas acreditam que ‘sempre foi assim’, fica muito mais difícil de elas quererem fazer alguma coisa para mudar”. Ou seja, 90% do trabalho de dominação feito com sucesso.
Então eles vão atrás do Doctor…
…E O ENCONTRAM!
E é perturbador, devo admitir. Porque ele está todo estranho, e quando Bill o encontra para “salvá-lo”, ele chama os Monges… ele os defende, ele faz Bill acreditar que está mesmo com eles. Ela quase vence com o “No, wait… what about free will?”, mas não ainda. O Doctor insiste que faria qualquer coisa para defender o planeta de nós mesmos, e que quem autorizou a entrada dos Monges foi ELA, e não ele! E isso é mesmo o melhor… quando ele diz aquele “Yes, they play with history and I'm not exactly thrilled about that, but they bring peace and order”, eu fiquei tão horrorizado quanto Bill! Nosso Doctor… Bill o testa, horrorizada, mas ele PROVA que é ele mesmo, e então o mundo de Bill desaba. Ela diz que está há meses resistindo, resistindo POR ELE, para quando ele voltasse para salvá-los… e agora ela o encontra assim. Ela CONFIOU nele e ele a decepcionou.
Bill, como uma companion intensa, apresenta uma força quase inigualável e uma coragem e tanto ao ameaçar o Doctor com uma arma. E nós SABEMOS que ela ama o Doctor incondicionalmente, isso tudo é fruto desse amor, por sinal, mas ela não aceita esse Doctor. E eu gosto de sua atitude. Então, quando ela atira nele, começamos o processo de regeneração. Mas manifesto minha indignação pela “brincadeirinha” meio de mau gosto. Não estou preparado para perder Peter Capaldi, e foi horrível vê-lo iniciar uma regeneração FALSA. Que felizmente acabou depressa. Todo mundo começou a rir. Agora eles sabiam que podiam confiar na Bill, e todos ali, como ela, sabiam da verdade, lembravam-se de um mundo LIVRE dos Monges, alguns meses atrás. E então, com o grupo reunido, falta apenas mais uma pessoa que pode ajudar:
“The only person I know who is almost as smart as me”
MISSY.
Hora de Missy, minha gente, mas eu REALMENTE espero que essa não seja toda sua participação na temporada! Foi bacana ter o Doctor e Bill dentro do cofre para visitar uma Missy entediada, sozinha há 6 meses. Segundo ela, ela já derrotou os Monges antes (já teve suas próprias aventuras), e é tudo uma grande brincadeira de “quente ou frio” para que ela conte ao Doctor o que ele precisa fazer… e, basicamente, ele tem que descobrir quem é a base do elo dos Monges com os humanos, quem foi que abriu a porta e permitiu a entrada deles, e matar essa pessoa… mas é claro que o Doctor não vai aceitar um plano como esse, ainda mais sendo essa pessoa Bill, que fez tudo o que fez para salvar a sua vida! O Doctor, depressa, pensa numa segunda opção de plano, igualmente arriscada: transmitir de SEU cérebro, substituindo a transmissão dos Monges… agora, a VERDADEIRA HISTÓRIA.
Veritas.

“The Monks are not our friends. They have invaded Earth and made its people slaves. They cling onto power by means of a powerful transmitter broadcasting myths and lies that suggest that they have always been here. In fact, they have only been here a few months and have falsified and manipulated our history. Our mission is to interrupt their broadcast and replace it with the true history of Earth, which will weaken and undermine the Monks' power”

Se eu amei? CLARO.
Uma narração da voz de Bill Potts, tocada em loop, para lembrar a todos, ali onde a transmissão é mais forte que em qualquer outro lugar, que “os Monges não são nossos amigos”, enquanto eles invadem a Pirâmide, a base de toda a dominação. QUE CENAS ESPETACULARES. Temos o Doctor versus um Monge antiguíssimo, contra o qual ele empreende uma batalha mental tentando apagar os Monges da história na qual se infiltraram, mas ele não é forte o suficiente… que agonia ver quando as luzes dos fios de controle da matrix se tornaram vermelhos e isso consumiu o Doctor! E então o Doctor perde. E Bill sabe que só há uma coisa que pode ser feita: A CHAVE É ELA. Ao invés de simplesmente agir, Bill espera o Doctor acordar, porque quer se despedir dele antes, e é tão doloroso. Ela fala que vale a pena, de todo modo, mas nós não queremos ver Bill se sacrificando!
Ainda mais depois daquele “Goodbye, Doctor”, com beijinho e tudo!
QUE DINÂMICA PERFEITA DO DOCTOR E BILL!
Foi ali a finalização do episódio… os gritos do Doctor foram DESESPERADOS, ordenando que ela parasse, porque não podia suportar perdê-la. E ela tinha aceitado o seu fim, e o abraço rápido e carinhoso em Nardole mostrava isso. Mas então ela quase se sacrifica por NADA. As coisas não dão certo. Os Monges usam suas memórias e as corrompem para fortalecer o elo, até que o Doctor veja a MÃE DE BILL. Memórias que ELA MESMA criou, a partir das fotos que o Doctor tirou para ela, que não eram o Doctor apenas sendo terno, mas SALVANDO O PLANETA DE NOVO! “Bill’s mum… you just went viral”. Foi um final razoavelmente simples, mas eu gostei da mensagem, de como a pureza de uma memória intocável, baseada no AMOR, é o que vai salvar o planeta de uma grande dominação que parece impossível de ser revertida.
Então os Monges fogem.
“What oppressors always do when they realize who's really in power... they run!”
Ainda temos uma última mensagem bem impactante: “Humanity is doomed to never learn from its mistakes”. E quem disse que não? Mas sei lá… eu gostei BASTANTE, mas me parece que faltou algo, e não julgo o episódio por isso, afinal, ainda com alguns episódios até o fim da temporada, eu não sinto que essa história foi REALMENTE FECHADA. Era uma trama grande demais (e bem escrita!) para acabar tão rápido e tão bem. Mas quem sabe? Fato é que o Doctor e a Bill ainda tiveram uma última cena lindinha, em que Bill pergunta por que, apesar da maneira como ele fala dos humanos, ele ainda os aguenta, e ele diz: “In amongst seven billion... there's someone like you. That's why I put up with the rest of them”. Essa foi uma das coisas MAIS FOFAS que o Twelfth Doctor já disse! Por fim, temos uma cena de MISSY CHORANDO, por mais chocante que seja, visivelmente mudando ao pensar, com pesar, nas pessoas que matou, cujo nome desconhecia… e a amizade com o Doctor é verdadeira e bonita.
Ela está mudando por ele. Quem sabe se tornando “boa”.
Eu acho que o retorno do Mestre de John Simm pode ter a ver com isso!

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P.S.: Sim, eu acho que os Monges RETORNAM. Eles não vão desistir assim “tão fácil”! Guarde isso.

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