Fallen (2016)


“Some Angels are destined to fall”
Eu tinha uma noção vaga do que esperar quando decidi ir ao cinema ver Fallen, mas eu estava animado. Verdadeiramente animado e confiante. Alguma coisa no fundo de minha mente sugeria um “Crepúsculo com anjos”, mas talvez melhor. O trailer me eletrizou, a premissa parecia um máximo, e eu adoro tramas de anjos caídos – fora que aquelas asas já no trailer me tiraram o fôlego. Então eu fui. Eu confesso que eu senti uma inspiração de outras produções. Senti um pouco mesmo de Crepúsculo na maneira como Daniel se esquivou de Luce, se manteve distante, quis afastá-la, ou como a protegeu daquela estátua de anjo caindo (como o Edward e a caminhonete). Também na primeira vez em que Daniel e Cam se encaram, por causa de Luce, pensei em The Vampire Diaries. E quando tivemos aquela banda e o nome dela era “Pandemonium”… bem, nada mais Cidade dos Ossos, não? Mas, surpreendente e felizmente, Fallen se sustenta por si só e é uma experiência instigante. Tanto que eu deixei o cinema com vontade de agarrar o livro de Lauren Kate.
Adoro MESMO esse gênero. Adolescente. Romântico. Místico.
Trama de Anjos Caídos? Parece bem uma boa! Fotografia estava LINDA DEMAIS!
Portanto, o geral que eu tenho a dizer sobre o filme: temos uma história muito interessante, efeitos bons, atuações legais, carisma – embora tudo pareça, às vezes, acontecer depressa demais, me deixando com a impressão de que eu devia ter lido o livro para curtir o filme em seu máximo. De todo modo, eu recebi muito mais do que eu fui esperando, e isso me fascinou e continua me fascinando. A trama envolve Anjos Caídos, como o título sugere, mas de uma forma um pouco inovadora. Lá em tempos quase imemoriais, quando os anjos surgiram da escuridão primária, houve o conflito bíblico que conhecemos, quando Lúcifer se voltou contra Deus e foi expulso do Paraíso. Desse modo, alguns Anjos ficaram do lado de Deus e permaneceram no Céu. Outros ficaram ao lado de Lúcifer e desceram para o Inferno. Outros, ainda, ficaram no meio do caminho. Não tomaram partido na Guerra e escolheram um sentimento que, atualmente, é conhecido como amor. E, desse modo, ficaram na Terra até que assumissem uma posição ou outra. Esses são os Anjos Caídos.
Uma maldição extra ainda atrapalhou mais as decisões.
É nessa perspectiva que acompanhamos Lucinda Price chegando a um lugar misterioso e meio macabro chamado Sword and Cross Academy. Parece uma coisa, a princípio, revela-se outra completamente diferente. Mas a construção é excelente. Tudo vai se desvelando, as sugestões vão surgindo e lentamente se completando, até que você tenha o quadro completo da condição de Luce, que não é exatamente a que você esperava, e isso a torna cada vez mais fascinante. Porque ela não é como as protagonistas bobas que nos irritam. Não, é ela quem pega a moto e o rapaz que fique na garupa se tiver interesse de comparecer à festa também, oras! Seu passado é intenso, suspeito – envolto em névoa ou, como Luce escolheu chamar, sombras. Desde pequena ela vê coisas, têm pesadelos que parecem reais demais e ela foi responsabilizada pela morte de Trevor quando, supostamente por sua causa, a cabana na qual ambos estavam pegou fogo. Ela mesma passou a acreditar nisso, talvez, já que toda vez que as sombras apareciam alguma coisa ruim acontecia.
Por isso ela foi parar na Sword and Cross Academy.
A Sword and Cross Academy é uma instituição psiquiátrica que aceita jovens que não conseguem se adaptar ao estilo de vida dito “normal” do lado de fora. Ou por problemas com a polícia, ou problemas psiquiátricos, como parece ser o caso de Luce – embora não seja. Nessa espécie de reformatório, Luce vaga pelos corredores, recusa-se a tomar as medicações (afinal de contas ela diz que prefere estar ali, presa, do que fora dali fingindo ser uma coisa que não é), e enfrenta dificuldades, como provocações bastante alarmantes que ameaçam tirá-la do sério. Mas é lá também que ela conhece Penn, cujo problema é PTD (Pais Tragicamente Desinteressados), e eu gostei demais da personagem. Infelizmente eu queria ter passado mais tempo ao seu lado, para explorar sua inteligência e determinação, mas ela é extremamente útil em vários momentos. Quer dizer, ela tem acesso a todas as fichas dos internos de Sword and Cross Academy, o que quer dizer que ela tanto sabe das visões de Luce quanto da ausência de qualquer tipo de informação na ficha de Daniel Grigori.
Daniel Grigori é um personagem misterioso e envolvente.
Reagimos quase como a Luce ao vê-lo.
Acontece que, ao ver Daniel Grigori, somos automaticamente atraídos a ele. Interpretado por Jeremy Irvine (que era uma fofura desde Cavalo de Guerra, e só fica mais lindo a cada ano, aparentemente), o personagem tem presença e evoca um suspense que nos envolve. Ele está distante de Luce, mas alguma coisa o puxa para próximo dela, e não dá para dizer que ele não se importa – não quando ele a salva daquela estátua de anjo caindo; nem quando ele se empolga na aula de esgrima mas, depois, vai ver, preocupado, se está tudo bem com ela; nem quando se aproxima dela naquela cena da piscina, em que nossos nervos ficam latejando de tensão. E você quer desvendar seus mistérios, assim como Luce. E as dicas vão surgindo rapidamente através de flashes que Luce tem de outros momentos, de outras vidas. Uma luta de espadas em uma guerra muito antiga. Um colar presente em uma cena histórica na qual eles tiram uma foto juntos… vidas passadas nas quais eles estiveram juntos, apaixonados.
É um máximo quando começamos, de fato, a explorar essas possibilidades. Quando Luce encontra um desenho de seu rosto jogado no lixo por Daniel e consegue se aproximar dele a ponto de fazê-lo falar – contar de sua suposta HQ, que é a desculpa que ele inventa para os desenhos. A história de um garoto imortal que se apaixona por uma garota que, a cada 17 anos, aparece, mas morre logo que eles dão o primeiro beijo. A dor em sua voz, o pesar do fardo que carrega é evidente, e naquele momento ele está se abrindo, e Luce está, em algum lugar de seu corpo, aceitando que aquilo é verdade, e não apenas uma história que ele criou. Mas é claro que ela investiga. Ela chega a fotos antigas de Daniel, até que uma foto seja não só dele, mas dela também. As memórias retornam depressa, inundam a mente de Luce: o romance dos dois por milhares de anos. E é LINDÍSSIMO. Mas a maldição lançada pelo próprio demônio não permite que eles vivam esse amor, porque ela morre toda vez que seus lábios se encontram.
Mas ela precisa ir até ele, conversar com ele.
Assim, lembrando de tudo, as peças começam a se encaixar, e é fascinante. Sabendo de tudo, e querendo tirar Daniel da negação de lhe dizer a verdade, Luce faz a única coisa que poderia fazer: se joga do terraço para ser salva. Na sua queda, o tempo prolonga-se dolorosamente, construindo um suspense interminável, enquanto seu cabeço esvoaça e Daniel grita desesperado. Mas ele não pode deixá-la morrer. Não assim. Então ele a salva, e é o momento MAIS IMPRESSIONANTE DO FILME. Porque aquelas asas brilhosas dele são lindas demais – e aqui eu devo ressaltar que eu tenho uma fascinação exorbitante por asas em geral, e mais ainda por asas de anjo. Então ele explica tudo, porque já não há como esconder. Das sombras que a perseguem, mas não são de fato malignas, que são apenas janelas às suas outras vidas, e ele exemplifica isso mostrando uma vida dos dois juntos, em algum lugar do passado. Mas dali o conflito inicial se torna uma verdadeira Guerra, e Luce está apenas prendida no meio disso tudo.
Porque o que importa é Daniel versus Cam.
As cenas de luta são MAGNÍFICAS. Magníficas porque eu não sabia bem o que esperar de anjos lutando – e foi muito bem efeito. Efeitos muito bonitos jogaram os anjos em uma batalha no céu, enquanto voavam com suas asas brilhantes, de cores diferentes, em meio a um céu assustador que anuncia uma tempestade que é, na verdade, apenas a ira dos anjos. E a Guerra em si é importantíssima. Daniel tem uma indecisão imensa – e embora escolha o lado de Deus, se fosse mesmo escolher, ele ainda está na Terra por causa de Luce, não pode deixar esse amor para lá. E a esperança de alguns, como Sophia, é matar Luce nessa vida em que ela ainda não foi batizada, porque então ela não poderá reencarnar e, assim, Daniel não terá mais motivos para permanecer na Terra. A mesma ausência de batismo que, provavelmente, permitiu que Luce e Daniel se beijassem sem que isso resultasse em sua morte. O final é absurdamente tenso. Eu choro por Penn, pelo jeito sem motivo, e Daniel salva Luce, terminando o filme naquele LINDO voo dos dois.
Mas parece que foi tudo tão depressa…
Ao fim do filme, eu só fico com a sensação de que queria mais. Queria mais. Não duvidando da qualidade do roteiro ou da produção, porque eu digo que é um filme de que gostei DEMAIS. Mas eu fico querendo mais porque eu não queria sair do lado daqueles personagens. Eu queria saber para onde Daniel estava indo, o que aconteceria, como as coisas seriam dali para frente. Gostei da escolha do elenco, gostei de suas interpretações, gostei dos cenários, dos figurinos, dos efeitos e da agilidade da trama, que funciona tanto para apressar as coisas, às vezes demais, quanto para prender a atenção e o fôlego do espectador, e por isso ficou lindo. Envolvente, apaixonante – a história é cheia de questionamentos, aberta a teorias, além de proporcionar um delicioso romance adolescente, cheio de química, que é uma delícia de assistir, porque eu gosto dessas coisas, sou um bobo apaixonado mesmo. Ah, e também gostei do cuidado de “recriarem” a capa do livro durante o filme, no cenário da floresta que é bem próximo da capa do livro, com as mesmas tonalidades de cores, e ainda o figurino dela, aquele vestido preto…
ADOREI o filme, e RECOMENDO!

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