3% 1x02 – Moedas


“Bem, colegas, assim que se resolve um caso. Sem molho”
Se eu já tinha adorado no Piloto, imaginem a minha reação assistindo a esse segundo episódio. Excelente e com um roteiro incrível, o episódio me envolveu de uma maneira impressionante, e eu estou cada vez mais apaixonado. Vou defender a produção de 3% até o fim, porque a considero de ótima qualidade. Esse episódio aprofunda o estilo do Processo pelo qual os jovens de 20 anos do Continente são submetidos sob o pretexto de enviá-los para o Maralto, e duas provas absurdamente eletrizantes e distintas entre si são realizadas. A primeira, de puro intelecto, envolve dedução e raciocínio, de forma complexa. A segunda, mexe com o emocional acima de qualquer outra coisa, e questiona o que cada um faria para continuar no Processo e seguir para a próxima fase. Enquanto isso, Aline continua investigando Ezequiel, certa de que alguma coisa muito errada está acontecendo, ainda mais quando ele começa a desaparecer das instalações do Processo e é flagrado pelas câmeras vagando por entre ruas destruídas de moradores do Continente. E então nos perguntamos: qual é o segredo de Ezequiel?
O episódio começa em um exame médico repleto de tensão, porque você está vendo todo mundo ser aprovado, até que chegue a vez de Fernando e a luz pisca vermelha. É a vez de conhecermos melhor Fernando, através de um flashback e sua postura ao longo das provas seguintes. Apesar da luz vermelha, o personagem ainda não é eliminado do Processo, e sentindo brevemente as pernas mais uma vez, lhe é garantido: “Nossa medicina é avançada, com o tratamento completo você pode voltar a andar. Mas pra isso você precisa passar”. Não soube o que pensar. Fiquei ainda mais confuso com a posição de Fernando quando ele conta o que aconteceu para Michele e esclarece: ELE NÃO QUER VOLTAR A ANDAR. Ele passou a vida toda dele em uma cadeira de rodas, acreditando que era possível ser aprovado no Processo, do mesmo jeito e não porque ele está esperando por uma cura milagrosa do lado de lá. Não. Só porque ele quer deixar essa vida miserável e não quer, nem de perto, ter o mesmo futuro que seu pai tem.
Então vamos para as provas…
Prova 1: A CENA.
Um grupo de oito participantes são colocados na reconstituição de um evento, e eles precisam responder à pergunta: O que aconteceu com a mulher de azul marinho? Eles analisam os detalhes da cena, buscando a resposta, enquanto ouvimos times inteiros sendo eliminados nas cenas ao redor, um a um. É uma prova astuta, e serve muito bem a objetivos específicos – entendi Ezequiel quando ele disse que mais da metade dos candidatos reprova nessa prova. Fernando é o primeiro a dar uma teoria. E ela parece PERFEITA. Eu fiquei surtando na cadeira apenas com toda a descrição detalhada dele, de como os sapatos estavam ou não sujos de barro, como as alianças estavam nas mãos de umas pessoas e outras não, como havia molho no prato apenas da mulher de azul marinho, como ela estava buscando a ajuda do marido da anfitriã, e não de seu próprio marido… claramente um adultério, e a mulher de azul marido tinha sido envenenada. Parecia plausível. Parecia inteligente e perspicaz.
Mas como estávamos enganados…
Uma cena de adultério e assassinato no Maralto?
ISSO NÃO FAZ SENTIDO! Me pergunto o que seria de cada um desses concorrentes se não fosse o Rafael – e agora, apesar de qualquer defeito que ele possa ter, todos precisamos admitir que sua inteligência é inegável. E isso só fez com que eu aprendesse a gostar mais ainda dele, mesmo que não deva, talvez. A nova explicação é eficiente. A mulher de azul marido é alérgica a metal, vários indícios disso podem ser observados… ela buscou a ajuda do homem que não era seu marido porque ele era um médico, e a anfitriã não demonstrou emoção porque era cega. Tudo estava lá, para ser analisado, desde que não pulássemos imediatamente para a primeira e mais óbvia explicação. Aí está porque a maioria reprova nesse teste. E é GENIAL. “Bem, colegas, assim que se resolve um caso. Sem molho”. A complexidade dessa parte da trama me arrepiou e eu só posso definir meu sentimento pela séria como amor. A teoria é incrível, a mensagem também, sobre como devemos analisar além do que é aparente ou algo assim. QUE PROVA FOI ESSA?! Sim, eu acho que, até agora, aquela foi a melhor prova.
Claro que ela brincou com o ego de Rafael de uma forma dolorosa, porque agora ele SABE que todos eles devem sua permanência no Processo a ele – o que não deixa de ser verdade. Com uma pausa para a conversa de Fernando e Michele sobre voltar a andar e uma gostosa cena de sexo entre Joana e Lucas, vamos depressa para a segunda prova. Prova 2: AS MOEDAS. É uma prova razoavelmente simples, em sua teoria: os 7 participantes têm 15 minutos para decidir quais deles ficam com as 6 moedas disponíveis… quem não tiver uma moeda ao fim dos 15 minutos, está eliminado. Caso o grupo não decida quem eles vão eliminar, todos estão eliminados. Simples e claro. Mas como definir? A prova mexe com o psicológico e é um pouco desesperador. Confinados em um cubículo e precisando lutar pela vida através da permanência no Processo, parece evidente que vai um voltar-se contra o outro. Mas como permitir que isso aconteça com a informação que eles já têm de que a próxima prova seria em grupo?
Inteligente.
Muito inteligente.
É evidente que Rafael começa tentando trapacear, como sempre – pega uma moeda e diz que uma dela, simples assim e fim. “Rafael, deixa de ser ridículo, quantos anos você tem? Dois?” Alguns minutos são perdidos em uma eletrizante troca de socos, até que comece uma votação. Igualmente tensa. Porque Rafael tem certa razão ao dizer que foi ele quem salvou o time na última prova, e pode salvar de novo na prova seguinte, e cada um vota em uma pessoa, com motivos diversos. Fernando. Joana. E os ânimos se afloram na que deve ser uma das provas mais difíceis do Processo. É igualmente angustiante como Fernando é obrigado a implorar para que não seja ele o eliminado, dizendo sobre como sempre sonhou em andar – mas não gosto do drama que vem depois, porque a mentira foi o que era preciso para que ele não saísse naquele momento. Não era isso o que ele queria? Fazer o que for preciso? Por fim, ficou no sorteio. Talvez covarde, talvez inteligente, talvez ambos. Legal mesmo foi que a Joana ficou para sair, mas assim como Rafael, não seria eliminada. Ela saindo da sala com uma moeda roubada e deixando Lucas para trás…
Wow.
“Ele não tinha moeda”
Só não sei como serão os ânimos para trabalhar com ela em grupo na próxima prova. Também não sei como vai ser quando explodir toda essa questão de ela e Rafael estarem juntos, de alguma maneira, porque ambos guardam segredos. Rafael estava até bem contente em ter Joana eliminada, agora está borrado de medo novamente. É bom, o mantém na linha, de algum modo. Nunca me cansa assistir a dor da frustração da eliminação, os gritos e as lágrimas. Por outro lado, estou curioso para explorar o segredo de Ezequiel. Seria ele parte da Causa? Teria ele um filho perdido que não passou no Processo e por isso mora no Continente? Sei lá, começo a pensar em um monte de coisas e nada me parece fazer sentido de verdade. De todo modo, gosto da falsidade com que ele e Aline se tratam, enquanto ela, desconfiada, reúne provas… provas exatamente de quê, eu não sei ao certo, mas Ezequiel esconde alguma coisa.
E é algo grande.

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Comentários

  1. A prova da cena me deu uma driblada, pois apostava que Fernando desvendasse o caso, considerando o mais inteligente desde a prova dos cubos.Rafael surpreendeu desmontando a primeira teoria. já na prova das moedas sua atitude foi esperada, dos personagens até agora foi o que mais apresenta caráter duvidoso. Tenho muitas duvidas em relação a Joana, mas de uma certa forma gosto dela rsrs acho a melhor personagem até o momento. Suspeitava que ela ou Rafael não colocariam a moeda no saco de volta, ele não teve oportunidade já que Marco não permitiu, e gostei da cena em ele obriga Rafael a devolver e quando Joana tirou o menor pedaço do lenço, matei a charada! Ela ficou com a moeda!
    Estou curiosa para próxima prova .... como será trabalhar em grupo com Rafael e Joana ...

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    1. Particularmente, são meus dois personagens favoritos. Eu gosto bastante de Joana sim, e acho que ela tem uma trama bacana, como você verá nos próximos episódios. Já o Rafael... sei lá, eu ADORO o Rafael. Eu gostava dele desde o começo, mesmo roubando aquele cubo e seu caráter duvidoso haha Mas ele me conquistou e cresceu em complexidade a cada episódio, gosto dele mais a cada momento. Já estou no episódio 7, falta apenas um mais. Estou curioso para a finalização.

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