On Broadway – Hairspray


"On Broadway" é uma Seção Temporária do blog Parada Temporal, falando cada mês sobre um musical diferente, com três postagens para cada produção. Para quem não conhece como a seção funciona (temas, organização das postagens e conteúdo), recomendo a leitura dessa postagem: On Broadway. E bem-vindos ao Parada Temporal e ao On Broadway!

Hairspray é um dos primeiros musicais com o qual eu tive contato… também foi o primeiro que eu pude ir ao teatro ver ao vivo. É um musical bem leve e divertido – tem sua crítica social e tudo o mais, mas faz isso de maneira bem descontraída. Conta a história de Tracy Turnblad, uma garota rechonchuda vivendo em Baltimore em 1962, cujo sonho é poder dançar no programa do Corny Collins Show… assim que ela consegue entrar, começa a lutar para que o programa integre negros e brancos.
Hairspray me lembra muito um cartoon, pelo seu estilo. É simples em certos sentidos, bastante colorido, cheio de piadas e músicas alegres… não tem uma cena que te faça chorar, nem nada que seja polêmico. Mas consegue emocionar ocasionalmente. É uma história de uma vida simples, nos anos 1960… assistindo ao musical, você realmente sente que você está lá, ele te transporta para o passado… diferente de algumas outras produções, que mesmo acontecendo no passado são absurdamente atuais, Hairspray parece estar no passado… como uma novela de época.
Isso não é uma crítica – afinal a crítica ao preconceito pode ser trazida para os dias de hoje. O preconceito é tratado na peça a partir do momento em que Tracy conhece alguns negros da escola e com a ajuda deles consegue entrar para o Corny Collins Show. Achando injusto o fato de eles possuírem apenas um dia para eles no programa (o Dia do Negro), ela começa uma luta para que o programa seja integrado, enfrentando várias coisas (inclusive uma prisão) em seu caminho…
O musical gosta de exagerar bastante as coisas. Parece uma história escrita por um chargista. A quantidade de cores, a exuberância dos figurinos (e cabelos!) e os absurdos de algumas situações… o objetivo não é parecer real, é contar sua história e passar suas lições através da comédia. Os personagens não escapam a essa regra, também sendo levados ao extremo em determinadas características, e quase parecendo caricaturas em alguns momentos. E tudo isso funciona perfeitamente nesse estilo de comédia-musical. A produção é gostosa de se assistir, você termina com uma sensação de ter visto algo que valia a pena.
O musical estreou pela primeira vez em 2002 na Broadway e conta com música de Marc Shaiman, letras de Scott Wittman e Marc Shaiman e livro de Mark O’Donnell e Thomas Meehan… baseado no filme de 1988, de John Waters (que eu tenho a vergonha de admitir que ainda não assisti – mas sei que ele não continha nenhuma dessas músicas). O musical foi indicado a 13 Tony Awards vencendo em oito categorias, incluindo a de Melhor Musical.
Uma versão cinematográfica também foi feita em 2007, com Nikki Blonsky (Tracy), John Travolta (Edna), Michelle Pfeiffer (Velma), Amanda Bynes (Penny) e Zac Efron (Link) nos papéis principais – conselho rápido: não se atenha ao filme. Se você já o conhece, ótimo, você foi apresentado à parte da história, agora você pode ver a peça e conhecer a totalidade de Hairspray. Hairspray é muito mais do que a versão cinematográfica nos passou… o Brasil também fez uma adaptação do musical, em 2010, com Simone Gutierrez (Tracy), Jonatas Faro (Link), Danielle Winits (Amber), Arlete Sales (Velma) e Edson Celulari (Edna).
Recomendo o musical a todos os fãs do gênero. Os personagens são carismáticos, as músicas são ótimas, a história é divertida (e crítica) e cenários e figurinos são um show à parte… se não admiráveis, risíveis devido à extravagância (da época). É uma grande experiência, é o tipo de musical que te deixa pra cima, com vontade de dançar, e cantando as músicas na cabeça… vale muito a pena! Até mais!


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