Doctor Who (2025) 2x06 – The Interstellar Song Contest
“Grandfather,
go back. Find me!”
Um reality de música com 40 finalistas de
40 mundos diferentes, um plano de vingança que pode causar a morte de três
trilhões de pessoas, uma nova faceta do 15º Doctor e dois retornos maravilhosos
diretamente da série clássica de “Doctor
Who”… UM EPISÓDIO DE TIRAR O FÔLEGO. Exibido em 17 de maio de 2025, “The Interestellar Song Contest” é o
segundo episódio da atual temporada de “Doctor
Who” e começa a preparar o caminho para o Season Finale que se aproxima –
já tivemos uma aparição breve da Fugitive Doctor no episódio anterior, uma
visão de Susan dentro de uma TARDIS pedindo que o avô a encontre (!) e uma
bigeneração que nos revela a identidade da Sra. Flood enfim e nos traz de volta
a Rani, a brilhante Time Lady…
O que nos
aguarda no Finale dessa temporada?!
O Doctor
continua tentando encontrar uma maneira de levar Belinda Chandra de volta para
a Terra no dia 24 de maio de 2025, e a próxima parada da TARDIS é na Arena
Harmony, em 2925, quando Rylan é retirado da criogenia para apresentar um reality de música que existe há séculos,
e que atualmente conta com 40 finalistas de 40 mundos diferentes e uma
audiência absurdamente grande por todo o universo. Os primeiros minutos do
episódio já são deliciosos, com a construção daquele evento musical
televisionado futurístico e a empolgação de Belinda, que concorda com o Doctor:
eles precisam ficar e assistir. Quer
dizer, é uma competição que costumava acontecer na Austrália, que já teve ABBA
como vencedor, e agora está acontecendo em uma estação espacial?
Quer dizer,
como eles poderiam resistir?
Naturalmente,
nenhum evento pode ser apenas
entretenimento para o Doctor. Ele queria se sentar ao lado de Belinda e
assistir ao espetáculo (gostei demais do conceito, eu teria passado um episódio
todinho só nisso tranquilamente!), mas algo está acontecendo… um Hellion com
desejos de vingança invade os bastidores da transmissão e consegue trocar o
evento ao vivo pela gravação do último ensaio que aconteceu, para que o
universo não perceba que algo está errado,
e Belinda também não nota nada, porque está empolgada demais vendo a versão
futurística de uma competição que costumava assistir com os pais quando era
pequena, e o Doctor corre para interferir e salvar a vida de todos que estão na
Arena Harmony antes de o plano seguir adiante…
Caos se
instala na Arena… o escudo de ar que os mantém seguros se rompe, um alerta
vermelho começa a soar, e um estouro suga todas as pessoas na plateia para o vazio do espaço. É angustiante
ver o Doctor e a TARDIS sendo sugados para o espaço? Sim. Ao mesmo tempo, no
entanto, parte de mim sente que isso reduz o impacto da cena porque sabemos de
sua não irreversibilidade. De todo modo, não sabemos como isso acontecerá, e vemos a Arena “expurgada” enquanto Belinda
fica para trás com outros dois sobreviventes… e Belinda, aqui, ganha uma cena
IMPRESSIONANTE. A vemos ter uma espécie de compreensível ataque de pânico,
enquanto ela percebe que ela está sozinha, que ela não sabe onde está, que seus
pais a esperarão para sempre…
Que ela não conta mais com o Doctor.
Esse é um
momento importante para a Belinda como companion,
porque no momento em que ela enfrenta a possibilidade de perder o Doctor, ela se dá conta de como o acha maravilhoso e de
como nunca teve a chance de dizer isso a ele. Em paralelo, o Doctor desperta no
espaço de seu “congelamento”, com uma ajuda que não podia ser mais inesperada e incrível: Susan, sua neta e
companion do 1º Doctor, mandando ele
voltar e a encontrar (?)… e o mais
lindo, é claro, é ver Carole Ann Ford de volta ao personagem que interpretou pela
última vez em 1964 em “Doctor Who”. É
o chamado de sua neta que o traz de volta, então ele usa um canhão de confete
para voar pelo espaço (!) e é recebido por Mike e Gary – as pessoas cujos
lugares eles usaram na Arena.
O retorno do
Doctor traz uma boa notícia em relação a todos que estão vagando pelo vazio do
espaço: eles não estão mortos, mas
suspensos e congelados como Rylan no início do episódio, porque ele interferiu
ao perceber o que estava prestes a acontecer… existe como salvá-los, mas eles
também precisarão lidar com o fato de que Kid e Wynn têm um plano que consiste
em transmitir um sinal que MATARÁ OS 3 TRILHÕES DE ESPECTADORES ASSISTINDO À
COMPETIÇÃO NESSE MOMENTO. E o Doctor não pode permitir tamanho genocídio… sabe
o que é mais interessante para mim aqui? É ver o Doctor “transformado”, e NÃO é
a primeira vez que o vemos assim: ele se torna perigoso quando ele está com
raiva, e o Doctor é alguém poderoso
demais para se tornar perigoso.
A possível
perda de Belinda Chandra depois de ter prometido que a levaria de volta para
casa (“I’m her protector”) mexe com o
Doctor, e isso nos entrega aquela cena surpreendente na qual ele ameaça Kid e
detalha o que fará com ele para impedir que ele mate 3 trilhões de pessoas… há
algo de tão intenso e ameaçador naquele Doctor que é curioso ver como Belinda
assiste àquilo através de uma tela, e como sua reação varia do alívio e da
alegria de ver que o Doctor ainda está vivo ao choque porque, de alguma
maneira, ela não reconhece aquela pessoa dizendo aquelas coisas… o seu Doctor
nunca foi cruel, embora ela o tenha confrontado de maneira incrível lá no seu
primeiro episódio, quando os dois estiveram juntos em Missbelindachandra.
Se o Doctor
quer salvar 3 trilhões de pessoas e punir a pessoa que planeja esse genocídio,
Belinda presencia quando Cora, uma das competidoras do Interestellar Song
Contest, conta a sua história: ela também veio de Hellia, embora os seus
chifres tenham sido cortados, então ela entende todo o escárnio e preconceito
sofrido por Hellions… e ela fala sobre como Hellia era um planeta inofensivo
que vivia em paz até ser invadido pela Corporação por causa dos seus campos de
papoulas, explorados para a produção de mel. E a Corporação, que invadira e
DESTRUÍRA o planeta, é quem financia aquela competição musical… é por isso que
Kid quer vingança, mas seu plano envolve matar muita gente inocente – e o Doctor não pode permitir isso.
Cora quer ir
até onde Kid está para tentar falar com ele; Belinda, por sua vez, quer ir
atrás do Doctor, porque ela sabe que o
mundo vai tremer se o Doctor estiver com raiva. Eu gosto da complexidade do
Doctor como personagem, e gosto de explorar novas facetas que nos lembram quem
ele é… ele nunca foi unilateral. Ele quer impedir a carnificina proposta por
Kid, é verdade, mas quando ele chega até Kid com a raiva que ele está sentindo,
ele se torna ameaçador de uma maneira surpreendente, e eu gosto de vê-lo explorar outros lados – de vê-lo sendo mais sério e
perigoso. A sua raiva se traduz em choques contínuos em Kid, enquanto a visão
persistente de Susan o manda parar enquanto o chama de avô, mas o Doctor só
para mesmo quando Belinda chega…
O “No” baixo e fraco dela o detém.
É só nesse
momento, com a presença de Belinda, que o Doctor parece se dar conta do que
estava fazendo, e então ele se detém, abraça Belinda e, consertado, ele ameaça
Kid uma última vez, antes de partir para o que veio fazer: salvar todas aquelas pessoas. Os 3 trilhões de espectadores são
salvos quando o Doctor usa a sua chave de fenda sônica para destruir o
equipamento que Kid utilizaria; as 100 mil pessoas que estão flutuando no
espaço com a bolha improvisada pelo Doctor precisam ser resgatadas e, para
isso, o Doctor precisa da ajuda de experts
como o Gary, que entende muito de tecnologia, e o Mike, que é da área da saúde,
e eu gostei muito de ver o roteiro dando atenção aos dois (além de os dois
estarem meio apaixonados pelo Doctor).
Um a um, os
100 mil espectadores que estavam na Arena Harmony são resgatados e revividos,
permitindo que o clima de festa, alegria e show
seja retomado, e eu gosto de ver Belinda Chandra voltando a sorrir… também
gosto muito da coragem de Cora, que antes de se apresentar no palco revela ter
vindo de Hellia, e canta algo emocionante que fala diretamente com o pessoal do
seu planeta e reflete toda a dor por causa da destruição causada pela
Corporação. Antes de partir, Belinda compartilha uma cena muito bonita e muito
significativa com o Doctor, na qual ela fala sobre como ele é maravilhoso, já
que ela nunca tinha dito isso para ele, mas não deixa de falar, também, sobre
como ele a assustou mais cedo… um
momento sincero e íntimo.
Destaque
para a breve interação com Graham Norton em forma de holograma… há algo de
muita graça no conceito e nos comentários em geral de Graham Norton, mas quando
se fala sobre a Terra, o holograma fala sobre como o planeta não existe mais.
Quando pedido para explicar, Graham Norton diz que a Terra foi destruída na
longínqua data de 24 de maio de 2025 – exatamente o dia em que Belinda deixou a
Terra, e para o qual ela está tentando voltar. Segundo as informações, a Terra
se desintegrou em poeira e morreu em um único segundo, mas a causa é desconhecida.
Desesperados, o Doctor e Bel correm de volta para a TARDIS, porque eles
precisam não apenas voltar para casa… mas
o Doctor precisa salvar a casa de Belinda… se puder.
Com a TARDIS
vermelha, eles escutam “o som de 24 de maio de 2025”.
O episódio
ainda nos entrega uma EXCELENTE cena pós-créditos que deixou todos os fãs de “Doctor Who” em estado de êxtase e sem
fôlego: O RETORNO DA RANI. A Rani é uma Senhora do Tempo, antiga conhecida do
Doctor e do Mestre, que apareceu em duas histórias da série clássica: “The Mark of the Rani”, de 1985, e “Time and the Rani”, de 1987. Mesmo que
tenha objetivos diferentes do Mestre,
a Rani é considerada uma vilã porque ela
é capaz de tudo… e ela faz o seu retorno no momento em que a Sra. Flood,
que também estava na Arena Harmony, é resgatada por Mike e Gary. Assim como
aconteceu com o Doctor em “The Giggle”,
a Sra. Flood se bigenera, e descobrimos enfim sua identidade: ela é uma das regenerações da Rani.
Talvez seja
muito cedo para usar o conceito de bigeneração mais uma vez? Pode ser. Ainda
assim, estou curioso para ver como será a interação da nova Rani com a Sra.
Flood, que parece incrivelmente submissa
à sua nova regeneração – é uma dinâmica promissora, e totalmente diferente do
que vimos entre o 14º e o 15º Doctors. De todo modo, agora sabemos quem era a
Sra. Flood, no fim das contas (e faz todo o sentido a coisa de ela ter usado o
figurino de outras companions
agora!), e ganhamos uma Rani, interpretada por Archie Panjabi, TÃO IMPONENTE
quando a da Série Clássica. Eu mal posso esperar para ver o que a personagem
vai nos entregar nos próximos episódios, e existe a promessa de termos ainda
uma última figura a se unir à Rani e ao Conrad…
Será que teremos também um retorno do
Mestre?
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