Doctor Who (2025) – 2x04 – Lucky Day
“The truth,
Conrad. As requested”
Exibido no
dia 03 de maio de 2025, “Lucky Day”
é o quarto episódio da segunda temporada de Ncuti Gatwa como o 15º Doctor, e eu
queria ter gostado mais… eu gosto da
temática, acho que funciona como uma boa crítica a negacionistas babacas que
querem criar pânico e militarizar o medo, o Jonah Hauer-King é um gato
(interpretando um babaca, mas ainda um gato), e vemos brevemente uma nova
faceta desse Doctor que podia ser mais explorada – mas eu não consigo deixar de
considerar o episódio muito aquém de “Lux”
e “The Well”, que foram uma
sequência excelente e empolgante. E eu preciso ser sincero comigo mesmo e dizer
que o retorno de Ruby Sunday não me empolga particularmente… não era lá um
grande fã dela e já gosto muito mais de Belinda Chandra em poucos episódios.
O episódio
começa com o Doctor e Belinda ainda tentando encontrar uma maneira de retornar
para casa, e eles chegam a pousar na Terra, em Londres, mas alguns anos
distante de seu objetivo: eles estão em 2007, e conhecem Conrad Clark, um
garoto de 8 anos de idade cuja mãe não acredita em suas “mentiras”, a quem o Doctor dá uma moeda de presente e diz que
“esse é seu dia de sorte”. É a partir de Conrad que seguimos a história,
enquanto o Doctor e Belinda partem rumo a seu próximo destino… Conrad era uma
criança quando viu a Cabine Azul de Polícia pela primeira vez, e ele passou a
vida toda pensando nisso e pesquisando histórias e relatos, até que aconteceu novamente no ano anterior, em
2024, quando ele viu a TARDIS novamente…
Na época, o
Doctor estava viajando com Ruby Sunday, e os dois estavam sendo perseguidos por
uma criatura chamada Shreek, em uma aventura que não chegamos a ver das viagens
do 15º Doctor, mas aquela era a melhor maneira de chegar até o Doctor… Conrad fotografa Ruby e agora, um ano depois,
ela está em seu podcast, no qual eles
conversam sobre a Caixa Azul, sobre o Doctor, sobre alienígenas, sobre a UNIT…
de certo modo, é meio óbvio que Conrad não pode ser tão fofo e tão perfeito e
está claramente escondendo algo; ainda assim, o início do episódio daria uma
boa história de apresentação de companion.
Lembrei, de certo modo, de Amy Pond, e de como os anos de frustração e de
espera tiveram efeitos diferentes sobre Amy e sobre Conrad…
Agora, o
Shreek pode estar de volta para caçar Conrad Clark, o homem que ele marcou como
presa um ano antes… poderia ser desastroso, como Ruby compartilha com ele em
uma cena sinistra, mas ela entrega o antídoto que o livrará do Shreek. Ruby e
Conrad vão se aproximando gradativamente, e Ruby vai se empolgando e se
envolvendo, com o apoio da família, que está feliz em ver que ela não está
falando sobre o Doctor o tempo todo – eu não compro o suficiente essa história toda
da Ruby porque eu sei que é natural que ela sinta falta do Doctor, mas também
não é como se o Doctor a tivesse abandonado: foi ela quem escolheu não viajar
mais com ele por um tempo. Além disso, ele tem uma máquina do tempo, ele podia
muito bem ter dado um ano para ela que seriam segundos para ele.
Mas não vou
me prolongar nesse quesito…
Inicialmente,
Conrad parece alguém absolutamente fofo – a verdade é que a aparência do Jonah
com aqueles furinhos ajudam na enganação. Eventualmente, começamos a perceber
que alguma coisa está errada, mesmo antes da “revelação”. Conrad convida Ruby
para passar um fim de semana com ele, e ela está tão iludida, tão caidinha, que
não percebe os sinais. Não percebe, por exemplo, que é estranha essa coisa de o
Shreek estar de volta quando o Shreek do ano anterior segue preso na UNIT, como
a própria Kate Lethbridge-Stewart confirma, ou quando o Conrad diz que ele não
tomou o antídoto que ela deu porque “queria ser tão corajoso quanto o Doctor”
ou qualquer coisa assim… e é com a chegada da UNIT para capturar os Shreeks que
tudo se revela.
Na verdade,
Conrad Clark é um grandessíssimo babaca. Ele estava enganando e usando Ruby
Sunday enquanto lidera um grupo de extremistas que quer vender a ideia de que a
UNIT está mentindo e está falando sobre alienígenas que não existem enquanto
usam o dinheiro público para desenvolver tecnologias que eles nem sabem do que
são capazes – ele diz, em uma transmissão ao vivo naquele momento, que não
existem Shreeks, não existem Cybermen, não existem Yetis no subterrâneo… e
vemos uma mudança radical em sua expressão e sua postura, que não deixam
resquício algum da fofura anterior. Agora, ele nos desperta a raiva. Ainda mais
porque nós sabemos que Conrad sabe a
verdade: ele VIU a TARDIS desaparecer mais de uma vez…
Conrad é a
representação mais perigosa de conspiracionistas que carregam pessoas consigo,
que criam mentiras e exacerbam o negacionismo. Quando Conrad é preso pela UNIT
e eventualmente solto, ele se torna um “herói” para todos que pensam como ele,
e o episódio vai nos deixando mais do que tensos: revoltados. Conrad lidera um movimento que persegue a UNIT, Ruby
Sunday e todos que trabalham para a organização, com o caos se espalhando
rapidamente… Conrad ainda conta com a ajuda de Jordan Lang, um homem infiltrado
na UNIT que está lhe passando informações, como os nomes dos funcionários, e
que o ajuda a entrar para a fase final de seu plano… para a sua próxima live. Preciso dizer que a UNIT tem um
probleminha sério de segurança.
Gravando
tudo o tempo todo, Conrad Clark desafia Kate a dizer a “verdade”, a mostrar as
suas roupas de monstros que eles usam para enganar as pessoas e as tecnologias
que eles criam com o dinheiro do povo. É absurdo e causa nojo e revolta, mas
sabe o que é pior? Não parece muito ficção… conhecemos pessoas como o Conrad na
vida real. Muitas. E como Conrad insiste a respeito da “verdade” e ousa falar
sobre o Brigadeiro Lethbridge-Stewart, Kate resolve mostrar para ele a verdade,
como ele quer: e ela libera o Shreek.
Não posso dizer que eu não faria o mesmo, e concordo com ela: que bom que o
Doctor não estava ali para tentar impedi-la. Enquanto Conrad é perseguido pelo
Shreek, Kate pergunta quão comprometido ele está com as mentiras que contou…
No que ele acredita de fato?
Não acho que
tenha sido a última vez que vimos Conrad Clark. Ele está corrompido pelo ódio e
pela frustração, e isso não vai mudar. Enquanto Ruby precisa lidar com tudo o
que acabou de acontecer, o Doctor faz pessoalmente uma visita a Conrad Clark,
furioso porque ele traiu a sua amiga…
aquele é um Doctor anterior ao seu primeiro encontro com Belinda Chandra,
porque ele não reconhece o nome citado por Conrad, e talvez isso seja
importante porque é um Doctor que estava
se sentindo sozinho, e isso intensifica a sua reação. Há algo de protetor
em relação a Ruby e de ameaçador em relação a Conrad, e a dinâmica é boa.
Intensa, perigosa, mas boa. Mas não acho que a história de Conrad tenha chegado
ao fim porque a “Sra. Flood” aparece para soltá-lo…
Ela diz que
é “a Governadora” e que “esse é seu dia de sorte”.
QUEM é a
Sra. Flood afinal de contas?!
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