Primeiro capítulo de “Meu Coração é Teu” (30 de Junho de 2014)
“Con ustedes… ¡la colección de nanas!”
WOW! QUANTO SOFRIMENTO! Confesso que fui assistir
ao primeiro capítulo levemente equivocado. “Meu
Coração é Teu” me chamou a atenção desde as propagandas do SBT, por vários
motivos – gostei da história, gostei dos personagens. A novela tem alguma coisa
leve e divertida que gostamos, mas ela
não se resume a isso, e o primeiro capítulo deixa isso muito claro. Mesmo
com os sete filhos Lascuráin fazendo as suas travessuras para impedir que uma
“babá” pare no cargo (e eles têm os seus motivos, que não são fracos, para
fazê-lo), a história de Ana, ainda antes de encontrar a de Fernando Lascuráin e
seus filhos, é bastante SOFRIDA. Assim, embora o capítulo comece em uma
celebração dela, do namorado e da amiga, o
astral só cai exponencialmente. Eu quase achei que veríamos uma morte no
primeiro capítulo, e não estava preparado para isso!
O capítulo começa em Ecatepec, no Estado do
México, com Ana inaugurando a sua nova casinha, que conseguiu finalmente ao
lado da amiga, “sua irmã de alma” e “família que nunca teve”. É uma cena bem
bonitinha e repleta de esperança, quando ela pendura o estojo com o violão da
mãe na parede, para lembrar-se dela. O namorado, Johnny, por outro lado, é bem esquisito. Quer dizer, quem é que
ganha de presente um casaco de lã lindo daqueles e dá uma jarra de plástico.
QUEM DÁ UMA JARRA DE PLÁSTICO DE PRESENTE? Eu já senti que Ana merecia coisa
melhor que isso… e, no entanto, estaria tudo bem se houvesse felicidade e amor,
mas também não há, como ela descobre até
o fim do desastroso capítulo. Ana tem um sonho de ser mãe, de ter uma
família… bem, ela vai acabar entrando em
uma família bem numerosa.
A DOS LASCURÁIN. Conhecemos os 7 juntos em um só
quarto, preparando a próxima “travessura”. E é legal como a PRIMEIRA CENA já
nos dá uma boa ideia de cada um. Os gêmeos têm uma conexão quase psíquica, gostando de falar juntos. Luz, a mais
nova de todos, não fala. Nando, o mais lindo de todos (!), é um nerd que
prefere não tomar participação da arte. Me pareceu que Sebastião gosta de
dançar, e Alícia é toda envolvida com tecnologia e celulares e essas coisas…
por fim, Fanny, que é totalmente diferente do que eu esperava. A imaginei como
“metida a mais velha”, por sê-la, daquelas que não se envolvem com as artes das
crianças, mas pelo contrário: ELA É A
LÍDER! E diz coisas como “Oh my God!”
e “hashtag”. Quando a babá atual
chega (depois de um irônico “¡Por
supuesto que los niños me respectan! ¡Yo soy la autoridad!”), ela recebe um balde de tinta verde na cara.
“¡Hermanos unidos jamás seran
vencidos!”
Foi uma maneira divertida de apresentar as
“crianças”, ainda como travessas, sem explorar a profundidade de seu sofrimento
que o restante do capítulo o fará. A babá se demite prontamente, enquanto os
sete a observam, em filinha de ordem decrescente, e antes de ir ela faz um
comentário a Fernando que precisava escutá-lo: talvez eles precisem de algo que o dinheiro não pode comprar, como
ATENÇÃO. Os Irmãos Lascuráin têm se livrado de todas as babás que vieram (“Con ustedes… ¡la colección de nanas!”),
10 só no último mês, e fazem reuniões de pijama sobre isso. E o motivo deles é
bem compreensível, digamos: eles não
querem deixar “que uma desconhecida se instale na casa”, porque ninguém vai
substituir a mãe deles. Lembrando, também, que a morte da mãe É MUITO
RECENTE. Então eu gosto da união deles.
Com exceção, talvez de Nando. Ele estava lá rindo
quando a babá levou um balde de tinta verde na cara, mas ele é o mais afastado
e cético em relação a tudo. Talvez ele seja responsável, ou talvez seja
indiferente. O fato é que ele tenta defender o pai dizendo que tudo o que ele
tem tentado fazer desde que a mãe morreu é dar uma “educação de qualidade” a
eles, e acha que os irmãos deviam parar com essa história de “coleção de
babás”, mas eu acho que o personagem tem mais profundidade. Ele não é apenas
nerd, “corretinho”, ou “chato e do contra”. Acho que não é tão simplório… pode ser o seu próprio mecanismo de defesa,
como o de qualquer pessoa. Mas eu também posso estar defendendo o
personagem porque me apaixonei instantaneamente pelo Polo Morín, QUE É UM GATO.
E não só como Polo Morín, como Nando Lascuráin também! Aqueles óculos, aqueles
braços sob o pijama, e o cabelinho bagunçado antes de dormir.
Wow.
Enquanto os Irmãos Lascuráin batalham contra
babás, Ana e Jennifer batalham para chegar até o trabalho, e é uma cena
DESESPERADORA. Com uma tempestade e consequentes inundações tomando conta da
região, o ônibus fica parado no meio de uma rua alagada, em que as pessoas
estão sobre os tetos dos carros, e a água quase chegando a eles… é angustiante de se ver. Naturalmente o
ônibus não passa, e as pessoas fogem de dentro dele enquanto podem, e é desesperador
ver Ana gritando por Jennifer, que desapareceu, parcialmente engolida por um
escoador, quase morrendo afogada… é Ana
que salva a sua vida antes de ela poder ser atendida pelos médicos, e mesmo
nessas condições deploráveis, ambas precisam seguir e ir até o trabalho, uma
espécie de escravidão e abuso com um chefe nojento
e incompreensível.
E como se a vida de Ana já não estivesse ruim o
suficiente, o capítulo pesa mais ainda com mais uma leva de sofrimento, quando
ela volta para casa com a amiga e vê que a área foi isolada e que os bombeiros
estão ali… sua casa pegou fogo, e ela
perdeu tudo o que tinha lá dentro, inclusive o violão que era a única lembrança
que Ana tinha de sua mãe. Foi tão terrível ouvir os gritos de desespero,
vê-las no albergue, sujas, chorando… as memórias de Ana, de quando era criança
e a mãe tocava-lhe uma música no violão. Me
partiu o coração quando ela disse que mal se lembrava da mãe e, mesmo assim, o
pouco que se lembrava era com aquele violão, e agora ela também o tinha perdido.
Felizmente, com uma graça de Deus, o violão se salva ao incêndio, e é
reconfortante ver Ana abraçando-o. A
felicidade dela ao vê-lo inteiro é tocante.
Com tudo perdido, Ana vai falar com o monstro do
chefe dela em busca de um adiantamento, e ele empresta o dinheiro, com a
condição de que ela assine um contrato de permanência de no mínimo um ano, já
que ela é a estrela do Chicago e ele quer fazer dinheiro a partir disso, por isso ela manterá os dois empregos. O de
babá e, às escondidas, o de dançarina. Como se o capítulo já não tivesse
sido cheio de infelicidades para Ana, quando ela sai do trabalho, descobre
Johnny, o seu namorado, a traindo! COMO SE NÃO BASTASSE! Foi muito triste vê-la chorando um pouquinho mais. Afinal de
contas, ela diz que isso tudo justamente no dia em que ela mais precisava dele…
e ela tinha razão. É triste ver o seu
sonho de se casar e ter filhos indo por água abaixo dessa maneira. Quer dizer,
pelo menos com Johnny.
A parte mais triste que os Irmãos Lascuráin, por
sua vez, protagonizam é uma visita deles com o pai ao cemitério. Temos um close em cada uma das crianças, sofrendo
e chorando, algumas interpretando melhores que outras. Há muito sofrimento,
muita dor e muita saudade. O discurso de Fernando foi tocante: “Estefania… yo me siento muy solo. Perdido
sin ti”, mas ele sai para atender a um telefonema, levando ao
questionamento: “Hijo… ¿Cuándo entenderás que el trabajo no es todo en la vida?” Isso, é isso o que ele ainda
precisa aprender, e aposto que a chegada de Ana vai começar a ajudá-lo nisso.
Amei as crianças se abraçando em pares ou trios, mostrando o carinho que têm
umas pelas outras. Fanny e Luz. Alícia e Sebastião. Nando e os gêmeos. Já
começo a me afeiçoar por esse grupinho, e acho que eles ainda renderão muito
boas histórias!
Porque há muito carinho envolvido também, embora o
sofrimento! A maneira como todos se abraçaram mostra isso. Também a maneira
como Fernando fala com Luz, a mais nova, que não fala. Foi bonito como ele a
abraçou, sentado ao lado da cama, no chão, com ela, ambos com saudade da mãe.
Ou quando ela correu para abraçá-lo no escritório e ele respondeu
carinhosamente, cheio de beijinhos, e falou sobre paciência e sobre como queria
ouvi-la chamá-lo de “papai”. No meio disso tudo, e depois de 10 babás no último
mês, Fernando reza para que em algum lugar do mundo exista uma babá capaz de
“controlar os seus anjinhos”, e torce para encontrá-la… é assim que Isabela chega à trama, e ele demonstra um instantâneo
fascínio por ela. Vamos ver como as coisas mudam com a futura chegada de Ana!
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